Why human beings are complicated?

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Olá carinhas.

Um capítulo bem pequeno só pra não passar o domingo despercebido.

Amo vocês.

***

Camila POV;

Entrei em casa completamente sem rumo. Naquele momento bateu uma vontade de desaparecer. Engraçado, acho que só agora a ficha tinha caído realmente. Depois daquela conversa com Lauren, sem discussão, bate boca, enfim, sem raiva ou mágoa, percebi então, que todas as outras vezes quando ela disse que não me queria mais, foram falsas, no entanto, desta vez.Por isso a ficha caiu. Eu não teria mais Lauren, ela se afastaria de mim, sim! Eu li isso nos olhos dela.

Fiquei parada na porta da sala. Nem ouvi o que minha mãe disse, quer dizer, não ouvi a frase inteira.

- O que mama? – Disse dispersa.

- A Dinah ligou e disse para você retornar a ligação assim que chegasse.

- Tá bom – Disse e saí. Incrível, ela nem olhou pra minha cara. Também, não iria adiantar nada. Minha mãe jamais iria querer saber das minhas reais tristezas.

Entrei no quarto. Joguei a mochila no chão, ao lado da cama. Tirei o celular do bolso da calça e liguei para a Dinah. Nos vimos toda a manhã no colégio, o que ela quer ainda? – Pensei.

- Demorou – Disse ao atender o celular.

- Oi pra você também. O que houve?

- Onde você se enfiou na saída do colégio? – Estava aborrecida.

- Eu... eu... tava conversando com a Lauren – Disse sem disposição para inventar alguma daquelas desculpas mirabolantes que só me encrencavam ainda mais.

- Caramba, Camila! Você não esquece essa mulher. Desencana! – Disse inconformada.

- Ei! Para com isso! Não tem mais nada a ver, está bem? – Confessei com tristeza.

- Acho bom – Disse sério – A Vero gosta muito de você, e seria muita sacanagem sua ficar correndo atrás da Lauren – Continuou persuadida – Não tá namorando a minha prima? Então. Sossega! – Concluiu.

- Eu sei! Não se preocupe com isso – Disse com nó na garganta. Percebi naquele instante que eu havia perdido a amiga confidente, ficou só a amiga – Mas, o que você quer falar comigo? Não me fez te ligar pra ficar me dando lição de moral, não é?

Ela riu.

- Olha, Camila. Já está tudo combinado pra amanhã – Logo sua voz áspera deu lugar a um tom de voz radiante – Vamos encontrar a Alfredo às onze horas na porta da boate, está bem? Por isso, não se atrase, vamos esperar você as dez e vinte na minha casa, entendeu?

- Eu tenho a opção de não querer ir? – Disse em tom de brincadeira, embora estivesse deveras desanimada para enfrentar aquela noitada regada a música eletrônica. Podem ter a certeza de que eu ficaria entediada.

- Você não tem essa opção, espertinha! É meu aniversário, e eu só vou comemorá-lo nessa boate gay, porque sei que você quer ir lá.

- Queria – Pensei – Obrigada pela consideração. Eu vou sim – Disse. Quando estamos encarando o momento tristeza tudo perde o brilho. Em outros tempos, eu estaria animada pelo simples fato de poder entrar na boate mais animada de Miami, onde havia as garotas mais bonitas da cidade. Como isso se tornou desinteressante? Programa legal, sabe qual seria? Ir até a casa de Lauren e dormir a noite inteirinha do ladinho dela, olhar sua fisionomia durante o sono, fazer carinho nos seus cabelos, abraçá-la, beijar os seus lábios sedutores. Mesmo que não fizéssemos amor, mesmo que ela se arrependesse no minuto seguinte e me mandasse embora, como sempre fazia. De repente é amor mesmo. Claro que é. Só pode ser. Tô ferrada, né?

Desliguei o telefone e não demorou dois minutos para o mesmo tocar novamente. O que ela quer desta vez? – Pensei. Olhei o visor do celular.

- Alô. – Disse com a voz cheinha de esperança. Ela tinha ido embora, lembram? Está voltando.

- Você tinha razão – Disse animada.

- Razão do que? – Não entendi.

- Meus alunos, adoraram o meu atraso.

- Ah! É isso? – Disse frustrada.

- Como você está? - Seu tom de voz mudou, ficou mais, maduro digamos assim.

- Estou pensando em você – Alguns segundos torturantes de silêncio. Deu pra ouvir a respiração do outro lado da linha - Não dá pra ficar bem sabendo que acabou o pouco que nós tínhamos – Concluí.

- Tenho que voltar pra sala – Sussurrou – Tenta se distrair. Sair com seus amigos. Com sua namorada. – Disse quase hesitante.

- Vou ver o que faço, não se preocupe – Disse.

- Nos vemos na segunda, certo?

- O que eu posso fazer? Até segunda. Professora – Disse irônica.

- Tchau.

- Tchau. – Fiquei ainda com o celular no ouvido, ela também demorou pra desligar, deu até pra ouvir o barulho do sinal tocando na escola onde ela estava.

Suddenly is loveOnde as histórias ganham vida. Descobre agora