Suddenly is love

Explication

Camila POV;

Eu iria atender o telefone, isso se ele não tivesse parado de tocar. Vero não perguntou-me mais nada sobre a ligação, e também não quis entrar em detalhes com relação às mentiras que eu havia dito. Não entendi sua atitude, se fosse eu, iria querer explicações, mas, agradeci aos céus por ela não ser eu.

Já eram oito e meia quando cheguei na casa de Dinah com Vero, as duas insistiram para que eu dormisse lá, mas, tudo o que eu queria era correr para a casa de Lauren e ficar com ela o resto da noite. Ficar com ela na manhã seguinte. E todos os outros dias que estavam por vir.

Dez e meia. Essa foi a hora que consegui sair da casa de Dinah. Quase onze horas cheguei na casa de Lauren. Luzes apagadas. Toquei a campainha várias vezes. Liguei para o telefone da casa dela. Chamava, chamava, mas, ninguém atendia. Tentei o celular. Estava desligado desde a hora que sai da casa da Dinah. Sentei-me na calçada. Mãos nos joelhos.

23h20. Nada de Lauren chegar.
00h00. Nada de Lauren chegar.
01h15 o meu celular tocou. Número de casa.

- Oi – Disse decepcionada.

- Camila! Onde você está? – Disse minha mãe quase aos berros, isso já estava virando rotina – Liguei para a casa da Dinah e ela disse que você já havia saído de lá, horas atrás – Continuou brava.

- Relaxa, mãe – Disse tranquila, embora angustiada pela falta de notícias de Lauren. Parei pra pensar um minuto, será que foi isso que minha mãe sentiu quando tentou falar comigo naquela noite que fui para o bar sem avisar? Nossa! Tadinha. Horrível tentar falar com alguém e não conseguir – Já estou indo pra casa – Disse e levantei-me da calçada.

Sentada na calçada, com as mãos nos joelhos por horas. As mesmas pessoas passaram por mim, várias vezes. Acho que elas pensaram que eu era uma menina de rua, só pode, ficaram olhando-me tanto – Pensei, logo sorri – Eu? Menor abandonada? Faz sentido.

Meia hora depois eu já estava em casa. Passei pelo quarto dos meus pais, as luzes estavam acesas ainda. Bati na porta devagar. Não entrei.

- Cheguei – Disse e fui para o meu quarto. Olhei para trás e as luzes do quarto deles foram apagadas. Preocupados de verdade? Quem sabe?

Ainda tentei ligar para Lauren umas dez vezes. Na sua casa não atendia. O celular, continuava desligado. Onde será que ela se meteu? – Pensei – Com o Luís, Lauren não podia estar, ele havia viajado, ela mesma quem disse.

Eu estava quase adormecendo quando o celular tocou. Ele estava embaixo do meu travesseiro, tomei um susto, mais atendi rapidinho. Nem vi o número no visor.

- Alô! – Disse.

- Oi, Camila. Te acordei?

Olhei o relógio pendurado na parede, em seguida para a janela, as cortinas estavam abertas. Seis e meia da manhã. O sol já iluminava o dia. Sabe quando você tem aquela sensação de que não dormiu e que as horas não passaram?

- Não, Dinah – Levantei-me – Já vou levantar para tomar um banho e me arrumar pro colégio.

- Fiquei preocupada com você. Sua mãe ligou, estava te procurando. Tentei te ligar, mas, só dava ocupado.

- Estava ocupado porque eu não parava de ligar pra Lauren – Pensei – É uma longa história, Dinah – Disse.

- Você estava com a Lauren? Pode falar, não conto pra Vero.

- Não, não estava com a Lauren – Bom, não menti pra ela, não é mesmo?

- Não se atrasa, está bem?

- Já estou chegando – Desliguei o telefone e fiquei pensando, a última vez que disse isso, atrasei-me por horas. Nem sei se teria como compensar esse atraso.

Cheguei no colégio e fui direto na sala dos professores. Lauren não estava. Encontrei Dinah e outras meninas no corredor. Ela abandonou o grupinho e veio falar comigo.