prólogo :

3.9K 103 0
                                    

Acordei com o despertador tocando. Bati nele e ele desligou. Bufei e sentei na cama sentindo um sono do caramba. Cocei os olhos e me levantei cambaleando. Fui até o banheiro, escovei os dentes e tomei um banho rápido. Sai 15 min depois enrolada na toalha com o cabelo, já pronto. Me espreguicei e olhei pela janela. O dia tava lindo. Olhei pra frente e dei de cara com o Gabriel me encarando só de cueca com o cabelo bagunçado. Delícia. Controle sempre Julia. Ele me viu encarando ele e sorriu maliciso. Idiota. Dei um sorriso falso, e mostrei o dedo do meio. Fechei a cortina e fui pro armário. Peguei uma roupa íntima e o uniforme. Desci e fui pra sala. Peguei meu celular da mesinha junto com os fones e fui pra cozinha.

- bom dia querida - disse meu pai sorrindo. Sorri de volta.

- bom dia. - eu disse peguei uma água.

- quer que eu te leve pra escola? - perguntou e eu sorri.

- claro - eu disse e coloquei o copo na pia. Peguei a mochila no canto da cozinha - vamos ? - perguntei e ele assentiu se levantando. Ele pegou um pote grande de vidro e fomos andando até o lado de fora da casa. - pra que isso ? - perguntei e ele sorriu.

- a mãe do Gabriel esqueceu isso ontem depois de passar aqui pra conversar. Tinha pães de queijo aqui - ele falou e eu sorri.

- as vezes me pergunto como ela é mãe daquele estúpido do Gabriel. Vocês dariam um belo casal - falei e meu pai riu corado fechando a porta.

- não começa Julia. Sei muito bem o que quer fazer. - ele disse abrindo a porta do carro e colocando uma maleta escrota de advogados no banco.

- desculpa. Não faço mais - falei e entrei no carro. Ele foi até a casa ao lado e tocou a campanhia. Lisa, mãe do Gabriel, atendeu com um pequeno sorriso. Eles sorriram e entraram. Já vi que vou me atrasar hoje. Coloquei meus fones e coloquei meu playlist da Pitty pra tocar. Comecei a cantar deja vu e ouvi alguém bater no vidro. Levantei o olhar e vi aquele sorriso imbecil que eu mais odiava no mundo.

- o que esse filho da mãe tá fazendo aqui pai ? - perguntei saindo do carro e Gabriel sorriu.

- a mãe dele tá atrasada pra uma consulta as 7h. Pediu que eu o levasse pra escola. Por favor Julia não resmunga que eu também tô atrasado - meu pai disse e eu bufei.

- ok. Mas só porque não quero me atrasar e te ver perder o emprego. - falei e ele sorriu entrando no carro. Bati a porta e antes do Gabriel entrar. Ele bufou e abriu a porta sentando do meu lado. Ri.

- olha Julia, não tô feliz também então não me irrita - Gabriel disse e eu aumentei o volume do fone.

- desculpa. Não consigo escutar. Acho que você sabe como é isso né - falei e ele me olhou sabendo do que eu tava falando. Três semanas antes ele tinha dado outra festa. Toda semana ele faz isso. Mas nesse dia eu fui na casa dele e ele simplesmente falou a seguinte frase : " não consigo escutar, volte amanhã " e bateu a porta na minha cara. Óbvio que não deixei barato e joguei água em quase todo mundo da casa com uma mangueira fazendo todos irem embora. Adorei aquilo.

- hahaha. Idiota - ele disse e eu me mexi um pouco no banco.

- burro - disse e ele mal se abalou.

- burra

- imbecil

- estúpido

- estúpida

- feio

- mentirosa

- mentiroso

- mal comida - ele disse e eu o encarei furiosa. Ele sorriu vitorioso.

O Idiota Do Meu VizinhoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora