on a wednesday, in a cafe, i watched it begin again

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— Taylor — Minha voz assume um tom sério e brevemente mais alto, o qual chama a atenção da estrela do pop que se sustenta em meu corpo. Eu a ouço sussurrar um "hum?" inocente, a cabeça pendendo brevemente para o lado como se estivesse realmente confusa. Por algum motivo, eu a seguro ainda mais forte. —, ouça, desta vez tudo vai ser diferente, está bem? Tudo. Vamos dar um jeito de diminuir a exposição da imprensa, vamos estar juntos e vai ficar tudo bem. Combinado?

Devagar, ela faz um gesto de afirmativo, voltando a escolher o breve carinho gentil que guardou para a minha nuca mais cedo, antes de Auts nos interromper. Por um momento, somos só os dois na sala de estar da mansão de Leawood, embebidos pelo segredo que apenas nós sabemos — um acidente que se transformou em algo que nem sabíamos que precisávamos.

— Você acha que ela vai me odiar? — A mulher em meus braços pergunta de repente, depois de ficarmos alguns segundos em silêncio, apenas contemplando a companhia um do outro. Quando eu pendo brevemente minha cabeça para o lado, sem entender em um primeiro momento do que ela está falando, Taylor especifica: — Autumn. Você acha que ela vai me odiar quando descobrir que estou esperando outro bebê?

Eu paro um pouco, meio impressionado com os instintos maternos dela. Quero dizer, nunca pensei nisso, mas faz um pouco de sentido, visto que Auts pode pensar que Tay estaria preferindo a irmã em sua barriga do que ela, ao decidir ficar durante e depois daquela gravidez. No entanto, ainda assim, eu duvido muito; Autumn está muito feliz agora que somos todos uma família, e ela é simplesmente a criança mais doce que já conheci. Além do mais, quando eu era solteiro, tudo o que mais me pedia era que eu arranjasse uma namorada para poder lhe dar um irmão. Imagino que, naquelas circunstâncias, com a mãe de sua preciosa irmãzinha mais nova sendo a sua própria mãe, a garota estaria no paraíso.

Para completar, eu a tinha criado com zelo o suficiente para nunca fazer com que ela se sentisse abandonada. Minha pequena até podia ter sentido a falta de sua mãe durante os períodos de sua ausência, mas ela nunca duvidou, nem por um segundo durante todos os nove anos em que passou comigo, que era amada. E é exatamente isso que digo a Taylor quando seguro seu rosto, testemunho seus olhos úmidos por lágrimas de preocupação e coloco uma das suas mechas perfeitamente douradas atrás da orelha.

— Você é o melhor pai do mundo. — Ela me sussurra, meio triste, deixando uma lágrima solitária escorrer pelo rosto. Devagar, movo um dos polegares na direção da trilha errante, limpando o resquício do choro e dando um sorriso. Taylor encosta a cabeça em meu ombro. — Obrigada por ser tudo o que eu não fui.

Com um risinho nasal, sinto a necessidade de confessar para ela:

— Você está muito enganada se acha que não está sendo algo agora, meu bem.

Mais uma vez e, naquela em específico, como se estivesse tentando provar meu ponto, nosso furacãozinho entra na sala aos tropeços, correndo em nossa direção e segurando em nossas mãos. Ela pega a mão da mãe com a esquerda e a minha com a sua direita, balançando os nossos braços em um ritmo frenético quando tenta nos levar até a porta.

— Vamos, gente, a gente vai se atrasar! — Exclama em sua voz infantil, arrancando de mim e de Taylor duas risadas tranquilas, nervosas e, ao mesmo tempo, felizes. Gosto do que ouço e do que vejo quando a loira vira o rosto em minha direção, a incerteza de minutos antes parecendo sumir no momento em que ela pousa os olhos nos meus. Por um momento breve e silencioso, enquanto Auts nos encaminha na direção da porta, eu me permito apenas encará-la, contemplar a divindade que ela resguarda em cada um dos traços do rosto perfeito.

Eu a amo. Tenho certeza disso pela forma com que ela caminha, articula as palavras, mexe os cabelos. O simples respirar dela me deixa reconfortado quanto a este sentimento, sempre vívido, sempre pulsante em meu peito, mesmo durante os dias em que ela se fazia ausente fisicamente. Taylor sempre esteve presente em meus pensamentos mais profundos — os profanos, contra os quais eu lutava todas as vezes em que me deitava na cama para dormir, e os emocionais, os quais me torturavam dia e noite, quando eu não a tinha por perto. É amor puro. Sei disso porque ele se disfarçou de ódio enquanto ela esteve fora, e retirou sua máscara perversa depois que a presença dela encheu meus quartos, meu jardim, meu coração.

invisible string (taylor swift)Where stories live. Discover now