would it be enough, if i could never give you peace?

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Notas iniciais:

Ainda vai ter mais um capítulo desse dia porque quero retratar mais um momento crucial entre eles, só que como o padrão está baseado em capítulos curtos e eu queria muito postar hoje, decidi que o próximo só vai sair lá pra sexta-feira, ou sábado.

para laenna e celloca <3

***

Travis Kelce, 2023

— Caralho. Caralho. Puta que pariu. – Taylor xinga sem parar, o corpo zanzando em um deslize contínuo no vestiário do centro de treinamento, o lugar onde eu, ela e Autumn estamos refugiados, procurando um jeito de sair do treino sem sermos vistos, ou, pelo menos, sem ter que dar explicações sobre a nossa vida que, diga-se de passagem, nem nós entendemos direito.

— Papai, ela também vai colocar dinheiro no "potinho do palavrão"?

Preciso me esforçar para segurar a risada, porque entendo que aquele não é o momento, mas a pergunta de Autumn parece séria. A questão era que minha filha e eu tínhamos aquela regra em casa; uma jarra onde depositamos dinheiro cada vez que um de nós – ou seja, eu, porque ela é uma criança de nove anos e não tem um arsenal de palavrões em seu vocabulário – dizemos alguma palavra de baixo calão.

A loira de olhos azuis senta num banco de madeira, onde as atletas costumam se acomodar para calçar sapatos, descansar após o treino ou simplesmente papear, e então abaixa os ombros por um segundo, como se buscasse por um período de imersão consigo mesma. Depois disso, ela volta a erguer a postura, e olha para mim e Autumn com uma expressão desesperada.

— São trinta dólares. – É tudo o que a minha filha diz, dando de ombros, então eu não consigo simplesmente não rir quando Taylor parece ainda mais perturbada do que antes.

Trinta? – O olhar furioso e hipnotizante daquela mulher volta-se para mim. — Que tipo de pessoa coloca uma cota de dez dólares por palavrão?

— Eu sou rico. – Retribuo o fite zombeteiro na direção dela, que bufa, especialmente depois que concluo — E você também é. Além do mais, eu meio que precisava de um incentivo.

Por um segundo, é como se a cantora entre nós dois passasse a avaliar a situação. Ela para, olha para mim e para uma Autumn ansiosa positivamente e, quando vejo o seu rosto, penso ter testemunhado um resquício de sorriso surgindo em seus lábios. A boca dela se curva discretamente para cima, e eu experiencio o perigoso sentimento de orgulho de mim mesmo por tê-la feito sorrir quando, de uma hora para a outra, a expressão de divertimento no rosto de Taylor se esvai.

Ela parece transtornada.

— O que a gente vai fazer? – Pergunta, limpando o rosto com as mãos como se pudesse disfarçar justamente para mim o fato de que algumas lágrimas já começavam a se acumular em seus olhos. Ela solta o ar pelo nariz, a respiração de repente ficando pesada, e me vejo me sentindo mal com o quanto aquilo parece perturbá-la.

Quero dizer, eu deveria ter imaginado. Taylor passou por poucas e boas nas mãos da imprensa, principalmente depois que nós terminamos. Quando uma situação de um mal entendido com um rapper famoso estourou – mais mal da parte dele do que entendido, se me permite pontuar –, por exemplo, ela foi o que as pessoas chamam de "cancelada" pela mídia em massa e desapareceu fisicamente do mundo por um ano. Ela tinha pavor de fotógrafos. E isso não vinha desde essa época; para ser honesto, a mãe da minha filha estava constantemente pontuando, quando estávamos juntos, que amava a sua fama e os fãs, mas que não suportava os jornalistas que vinham com essas vantagens.

"Quando se é criada nisso" Ela dizia, sempre em um tom nostálgico quando o assunto surgia entre nós. "Nesse hospício que é a indústria, a gente precisa aprender a fugir do assédio dos fotógrafos como pode."

invisible string (taylor swift)Where stories live. Discover now