on a wednesday, in a cafe, i watched it begin again

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Travis Kelce, 2023

Meu coração está batendo forte durante todo o tempo em que me encontro no andar de baixo da sala, esperando pelo momento em que Tay e Autumn vão descer para me encontrar. É claro que me aprontei e me arrumei antes que as duas, e agora tenho uma pequena sensação crescente em meu peito de que ambas estão preparando alguma espécie de surpresa relacionada às suas roupas. Consigo deduzir isso por causa das risadinhas que soam do andar de cima, dos gritinhos que Auts dá de tempos em tempos e das exclamações de "esse é o vestido mais lindo que eu já vi, mamãe", que foram repetidas mais de três vezes em um curto intervalo de dez minutos.

É assim que percebo que, além de nervoso, estou sorrindo. Um daqueles sorrisos que Patrick diz que só dei poucas vezes na vida — como por exemplo, na primeira palavra de Autumn ('papai', é óbvio), no primeiro Super Bowl que ganhamos ou quando beijei a Taylor pela primeira vez desde a sua volta (o desgraçado não estava lá, mas ele jurava que eu não tinha parado de sorrir daquela forma durante toda a semana). Independente do motivo, tenho consciência da alegria que sinto, mesmo diante das incertezas sobre as quais ainda não temos controle; mesmo diante do fato de que, muito em breve, eu e Tay teremos responsabilidade por mais uma criança. Uma criança nossa.

Tenho medo do que pode acontecer. É claro que tenho. Sei que ela está aqui agora, e estou me apegando a cada palavra de certeza que ela me diz quando me encara profundamente, com aqueles olhos azuis brilhantes, para ter a coragem de dizer a mim mesmo que ela não vai mais embora. Durante a noite em que conversamos, quando lhe mandei mensagens de texto enquanto estava preso no hotel com Patrick, a poucas horas de ir para casa, ela pareceu aterrorizada, mas não fazia qualquer menção de que queria partir, como fizera da primeira vez. Aquilo me confortava. A certeza de que estávamos vivendo alguma coisa nova.

Ainda assim, ainda existem feixes de momento, principalmente quando estou sozinho, esperando por elas, nos quais minha mente traiçoeira jura que ela vai me abandonar. Que nos deixará de novo, daquela vez a mim, Autumn e ao novo bebê, os três a deriva e sem saber o que fazer. Honestamente, eu tenho a sensação de que não sobreviveria a uma nova partida daquela mulher, por isso, me agarro ao fato de que aquilo não passa de um grande delírio da minha cabeça. Um momento onde meus piores fantasmas ganham vida, as memórias de tempos antigos se revirando em minha central de controle.

Quando isso acontece, respiro fundo. Quase sempre funciona, porque eu me permito reconhecer a situação em que me encontro agora — uma onde me sinto feliz. Com minha filha, a mãe dela e o filho que, acidentalmente, chegou para nós.

— Pai, olha pra gente! — Meus pensamentos são interrompidos, e eu sinto como se tivesse acabado de levar um caldo no mar, só que em uma água extremamente quente. Sou levado de volta à minha realidade; uma realidade alegre, onde meus olhos param no último degrau da base da escada e encontram os dois (bem, três, se formos levar ao pé da letra) amores da minha vida sorrindo em minha direção, usando vestidos completamente feitos de flores que combinam. — A mamãe que escolheu!

Sinto meus joelhos vacilarem um pouco. Autumn está simplesmente linda com um modelito florido que, com certeza, Taylor conseguiu alguém para fazer sob a semelhança do dela. A cantora prendeu o cabelo da nossa garotinha em uma tiara de tranças que, com um sorriso tímido, praticamente me diz o quanto se esforçou para aprendê-la. Nossos dias têm sido assim; a mãe da minha filha penteando e organizando seus cabelos em ideias inéditas que mal consigo entender a logística, mas que são melhores do que qualquer coisa que eu me esforçava para fazer antigamente, quando a mais velha não estava.

— Meu amor, você está linda! — Exclamo, e então vou até a escada, esperando que meu furacãozinho caminhe em minha direção e me abrace, como sempre faz quando eu a elogio. Como se pudesse ler meus pensamentos, Auts pula em meus braços antes mesmo de eu me alocar perfeitamente na frente da escada, envolvendo meu pescoço quando eu a seguro pelas costas. Ela ri alto, e eu percebo que nós dois estamos muito mais felizes desde que Taylor chegou. — Olha só pra você, Taylorzinha! Está a cara da sua mãe!

invisible string (taylor swift)Where stories live. Discover now