invisible string (taylor swift)

sending signals to be double-crossed

Notas iniciais:

Espero que gostem desse capítulo. Dedico para minhas belíssimas, laenna e cella, duas pessoas que amo profundamente e que sempre me dão apoio para continuar escrevendo.

Também dedico para todo mundo que parou a semana para me mandar mensagens bonitas, ou mesmo para comentar aqui na plataforma, sobre as fics, principalmente porque, depois de algum tempo do final de seven, achei que poucas pessoas continuariam comigo. Mas vocês seguem aqui, quase os mesmos que costumavam comentar na outra história, e isso me deixa em êxtase.

Obrigada por tudo. Que continuemos todos juntos <3

Boa leitura! Mel.

***

Travis Kelce, 2023

Não consigo explicar o misto de sentimentos que pulsa em meu coração quando Autumn passa pela porta de nossa casa depois daquele show. Aquele estúpido show.

Primeiro, sou tomado por uma onda de alívio e gratidão. Gratidão por Lindsay tê-la levado – coisa que expresso verbalmente para ela, dizendo que sinto muito por ter vetado aquele passeio em um primeiro momento –. Depois, alívio por ver a minha filha sã e salva, feliz da vida depois de uma noite vendo a artista que faz parte de suas playlists on-line, e que, graças a Deus, ela não sabe se tratar da sua mãe.

E então vem a confusão, que cai para o fundo da minha alma quando eu percebo o que minha garotinha está usando. Trata-se de um chapéu que não estava ali antes, quando ela saiu de casa, um chapéu que foi  o protagonista dos gritos e burburinhos quando Autumn saiu do carro, dando "tchau" à melhor amiga, Hailey.

É só quando entramos, eu com a mão em sua nuca e analisando aquele acessório estranhamente familiar, que tenho coragem de perguntar:

— E aí, princesa? – Sorrio para encará-la extremamente alegre, os olhos azuis brilhando como nunca. Por alguma razão desconhecida, a resposta não verbal da minha filha me provoca um nervosismo descomunal. — Foi divertido?

— Papai, eu vi a Taylor Swift! – Autumn exclama tão alto – e tão alegremente – que chega a doer. Meu peito aperta por ela, pelos seus sentimentos cheios de sinceridade e carinho pela mulher que a abandonou. No instante em que tudo acontece, sinto que odeio Taylor um pouquinho a mais por aquilo. — Ela é tão legal.

— Claro que você viu a Taylor Swift, meu amor. – Afirmo, com um sorriso forçado no rosto e a encaminhando para o andar de cima da nossa casa, na intenção de não fazer a minha filha notar a minha expressão tensa e mandá-la direto para o banho. O furacãozinho, no entanto, continua saltitante. — Você estava no show dela.

— Papai, ela me escolheu! – Autumn grita, e então, automaticamente, meu peito dá um novo aperto involuntário, seguido de algumas piruetas. É só quando percebo, com meu cérebro incapaz de prestar atenção a detalhes minuciosos que, além do chapéu novo, minha menininha também tem duas espécies de crachás penduradas em seu pescoço, como um tipo de credencial.

Minha espinha congela e tenho certeza de que estou ficando paranoico. Estou parado no meio do corredor da minha casa enorme com a minha criança em êxtase, que agora tagarela sem parar e me faz perder os resquícios restantes de meu raciocínio já lento. Eu quero saber do que ela está falando, mas, enquanto meu cérebro está tão longe da realidade, não consigo processar.

Não quando quero desesperadamente decodificar o que o "CREDENCIAL VIP" com a identidade visual da turnê mundial da mãe que abandonou a minha filha impressa, pendurada no pescoço dela, quer dizer.  Não quando aperto os olhos para somar dois mais dois, e então sou tomado por uma raiva descomunal sem precedentes. Não quando Autumn me tira do transe e exclama, em ato e bom som: