invisible string (taylor swift)

you can hear it in the silence, you can feel it on the way home

Notas iniciais:
oie :) não vou fazer uma introdução muito longa, mas escrevi um trecho nesse capítulo onde faço referência a um livro e gostaria de deixá-lo aqui: é a minha leitura atual e chama-se "três", da valérie perrin. recomendo bastante.

boa leitura, lindas!! ainda planejo vir aqui antes do ano novo, mas caso não dê tempo, vou desejar logo um feliz 2025 pra vocês. que estejamos juntas nesse ano que virá. <3

espero que esteja bom.

***

Taylor Swift, 2023

É segunda-feira.

Eu acordo me sentindo enjoada; meus sentimentos, minha saúde física e meu estado de espírito parecendo entrar em sincronia com o céu, que, pela chegada do Outono, amanhece cinza. Está frio do lado de fora, mas, por sorte, Autumn e eu dormimos juntas na cama de Travis, com o aquecedor em uma temperatura confortável e usando as mantas felpudas favoritas dela.

Ao despertar, sinto o corpinho da minha filha entrar em sincronia com o meu, sua cabeça subindo um pouco mais em meu pescoço a ponto dela encostar o nariz perto da minha orelha, afagando-se em mim como se a sua vida dependesse daquilo. Eu a puxo para mais perto, temendo que o momento se acabe, e por um breve segundo, fico ponderando se talvez não seria uma boa ideia deixá-la faltar a escola e a ginástica. Depois que descobri sobre a gravidez — o que ainda é surreal e assustador de se dizer —, comecei a sentir uma necessidade fora do comum de estar perto da minha primeira filha, aproveitando cada segundo na companhia dela. Sei que Auts tem a sua vida de criança super ocupada para viver, no entanto, neste momento, quando estou sem Trav e sem ter noção do que vou fazer, a ideia de vê-la longe de mim me apavora.

Ela choraminga alguma coisa em minha direção, provavelmente um protesto porque não quer acordar. Eu entendo; afago seus cabelos e murmuro um "shhh" baixinho, beijando uma de suas têmporas com cuidado para não assustá-la. Como resposta, o furacãozinho agarra meu pescoço com um dos braços e enterra mais o rosto na região um pouco acima do meu colo.

— Mamãe - A vozinha sai num sussurro manhoso que quase me faz rir, além de me manter concentrada na tarefa de alisar suas mechas loiras. —, cadê o papai?

— Ele está vindo pra casa - Eu a respondo, devagar, com os lábios encostados em sua têmpora. — Nós dois vamos buscar você na ginástica.

— Deixa eu ficar com você, mamãe, por favor. - O pedido me deixa mole, a poucos centímetros de pular no abismo da mãe legal e simplesmente ceder. Por um instante, aquela me parece a opção mais agradável para nós duas, exceto pelo fato de que eu prometi à Travis que faria bem o papel de mãe, e com isso também incluía manter Autumn em suas atividades normais enquanto ele estivesse fora.

— Sinto muito, minha linda. - Digo, e espero que ela perceba que lamento mesmo, dado o tom de lamúria que deixa meus lábios quando eu ouço o som da minha voz. Estou mais do que apavorada; isso é verdade, mas depois que desligamos o celular na noite de ontem, o pai da minha filha e eu nos mantivemos trocando mensagens até pouco depois das duas horas, onde ele me ressaltou diversas vezes que ficaríamos bem. Foi um diálogo esclarecedor, embora eu soubesse que depois nós dois provavelmente íamos ter que repetir tudo pessoalmente, porque tratava-se de um assunto delicado.

Afinal, eu conhecia Travis o suficiente para saber que ele estava com medo. Vi em seus olhos o terror de me testemunhar partindo de novo quando eu lhe relevei o que tinha descoberto, e por mais que tenha tentado ao máximo fazer parecer que estava me esforçando para, daquela vez, ser diferente, podia imaginar todas as coisas e possibilidades que estavam rondando a sua cabeça, tomada pelos fantasmas do passado.