invisible string (taylor swift)

can we always be this close?

Notas iniciais:

Oi, gente! Atrasei um pouquinho essa atualização porque estava no Rock In Rio e precisei adiantar um monte de coisa da minha vida pessoal antes de viajar. Mas prometo que essa semana irei compensar vocês com mais de um capítulo postado. Obrigada pela paciência e pelos 2k da história.

Um beijo e que seja uma boa leitura!

Mel.

***

Taylor Swift, 2023

Eu deveria ter imaginado.

Faltam poucos minutos para que eu precise subir no palco. Estou posicionada com o microfone em uma das mãos, no entanto, a outra, que era para estar livre, segura meu telefone com força, enquanto meus olhos desesperadamente encaram a conversa com Travis no meu instagram.

Conversa, não. Monólogo.

Ao meu lado, um dos membros da minha equipe se encontra parado, tentando fingir que não está surtando com o fato de que eu ainda não larguei o meu aparelho e pareço tentada a digitar alguma coisa. Quero muito, mas acho que será humilhante demais, até para mim.

— Dois minutos, Taylor. – Diz o pobre homem, com fones de ouvidos em seu pescoço e um olhar quase suplicante. Por favor, é como se ele me pedisse sem expressões verbais, me entregue este telefone e fique realmente pronta para subir no palco.

— Estou só checando se alguém vem. – Falo, e então me arrependo de quão vulnerável eu acabo soando, concluindo que mereço. Era pedir demais que Travis me respondesse, e, mais ainda, que dissesse sim para o meu convite, depois de tudo o que eu fiz. Ainda assim, não consigo evitar de me enganar com a possibilidade de que eles dois podem estar ali.

Ao meu lado, o rapaz dos fones de ouvido suspira, ao passo que eu concluo que estou sendo a chefe pé no saco e teimosa agora. Não costumo ter esse perfil; no geral, eu faço exatamente o que me pedem para fazer, e é por isso, segundo Tree, que a minha carreira é tão bem sucedida.

Mas não importa. Não agora, quando encaro meu aparelho aberto na aba de conversas com o pai da minha filha e não encontro nenhuma resposta à minha mensagem. Meu convite que sem dúvidas foi feito em um momento vulnerável, mas do qual, apesar da recusa silenciosa, eu não me arrependo nenhum pouco.

— Só queria que você tivesse vindo. – Sussurro, e não sei quem exatamente está sendo o interlocutor daquela minha frase, mas penso em Autumn. Eu quase consigo ver aqueles olhinhos dela, seus cabelos amarrados em um coque como numa das fotos que Travis tirou, ou suas ondas perfeitas caindo ao redor dos seus ombros. Se eu fechar meus olhos por tempo suficiente, posso imaginar a minha filha correndo em minha direção, abraçando-me ao finalmente me conhecer numa realidade paralela da minha cabeça.

Paralela, sim, porque eu duvido que ela ficaria feliz em me ver na vida real. Como poderia, quando seu pai deve ter dito tantas coisas sobre eu não querer ficar com ela?

— Taylor. – Meu funcionário parece mais nervoso agora, me chamando em tom de aviso, mas, diferente da primeira vez, eu não hesito mais. Solto um suspiro baixinho e derrotado, e então, sentindo as forças se esvaírem do meu corpo, encaro a verdade com uma engolida em seco. Travis não vem. Autumn não vem.

Eu bloqueio o telefone e o entrego para o homem dos bastidores, murmurando um baixo e sincero pedido de desculpas. Em seguida, me posiciono, ficando exatamente no lugar do palco que eu sei que vai se mover para mim quando for a hora, e faço a pose da entrada. Em poucos segundos, estarei cantando para dezenas de milhares de pessoas que me adoram, e as quais eu adoro quase na mesma intensidade, mas não consigo me sentir feliz. Não nesta noite.