invisible string (taylor swift)

all along there was some invisible string tying you to me

Notas inicias:

fim de semana dissociando = capítulo novo. boa leitura, beijinhos!

***

Taylor Swift, 2023

O Sol do verão de Kansas City invade as fronteiras das minhas cortinas pela manhã. Consigo ouvir o canto dos pássaros, um suspiro fundo saindo de meus lábios quando percebo o quanto me sinto calma.

Também, pudera. A madrugada passada foi supreendente, um misto de sensações das quais eu não gostaria de ser tão refém, mas sou. Consigo me lembrar de cada toque, cada frase, cada contexto de sentimentos que Travis e eu protagonizamos.

Tudo começou naquela sua visita perigosa. Eu sabia que não havia nada de inocente em uma aparição dele na minha porta às duas da manhã, mas, ainda assim, preferi acreditar em seu bom senso. Convidei-o educadamente – e não porque tinha segundas intenções – para entrar, e me senti à vontade o suficiente para colocar as pernas em seu colo no momento em que Kelce me fez rir. Parecia minimamente apropriado, e, em minha defesa, ele sabia perfeitamente o que dizer, então, como não haviam mais amarras entre nós desde a casa de Jason, cedi. E graças a Deus cedi.

Ainda estou em êxtase quando abro os olhos naquela manhã, minha cabeça encostada no peito dele. Meus cabelos estão esparramados pelo colo de Travis, meu nariz próximo ao seu pescoço fazendo um ventinho caloroso quando eu respiro em sua nuca. Isso o desperta.

A maneira como o jogador me acolhe assim que percebe que está na cama comigo – provavelmente tendo o mesmo vislumbre que eu de que não, não foi um sonho – é uma grande estratégia para me lembrar dos anos que costumávamos passar juntos. Nossos anos de ouro em Palm Springs, quando nos conhecemos num bar de praia e ele voltou comigo para fazermos amor em um quarto de luxo do Chateau Marmont, a quase duas horas da praia da Califórnia. Naquele tempo, nós nos tornamos imunes da mídia, fugindo dos repórteres e aproveitando a magia de podermos nos amar em segredo. Não sei o quanto isso mudou; muito menos tenho curiosidade em saber se ele ainda quer me amar, mas aproveito o momento.

— Bom dia. – Diz, rindo, deixando um beijo no topo dos meus cabelos; mechas essas que ele mesmo bagunçou na noite passada. Eu me espreguiço lentamente, deixando que a tranquilidade da manhã me invada por completo quando de repente, Travis decide fazer exatamente o contrário. — Ai, meu Deus! Taylor, ai meu Deus!

Ele exclama como se tivesse acabado de cair na real e perceber que, de fato, não fora um sonho. Seus olhos piscam em minha direção, seu corpo se movendo em um súbito pulo e colocando-se sentado na cama em que estávamos acomodados há poucos segundos. Eu o fito brevemente magoada, mas Travis parece desesperado demais para notar.

— O que foi? – Pergunto, com a voz rouca, me sentindo meio sem valor quando imagino que ele lamenta a noite comigo. O jogador, no entanto, logo interrompe minha sessão maluca de autopiedade.

Ao invés de corroborar com minha mente ilusória, ele responde levantando da cama e começando a vestir as roupas que deixou espalhadas no chão do meu quarto na mansão de Kansas City. Sua expressão agora está completamente alerta e o homem passa as mãos pelo cabelo bagunçado, tossindo.

— Eu dormi aqui. – O pai da minha filha anda em círculos no lugar, atordoado. Minha sobrancelha sobe diante da confusão da cena. — Eu dormi aqui, Tay!

— Estou vendo. – Cruzo os braços, sentada na minha cama enquanto tento disfarçar a minha raiva com um suspiro. O que ele quer que eu diga, afinal? Porque "Sinto muito, Trav, por você ter dormido aqui, mas aconteceu, e agora lide com essa decepção em sua vida perfeita" jamais sairia da minha boca.