we could get married, have ten kids and teach 'em how to dream

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A pequena riu em seu lugar, fazendo uso do momento perfeito para caçoar, com os olhos brilhando:

"Ela está agindo estranho assim há um tempão!" Confessou, acendendo um alerta vermelho esquisito em meu cérebro, mesmo que eu soubesse que tratava-se apenas da imaginação de uma criança. "Ontem, quando estávamos na piscina, ela saiu de repente e disse que ia lá pra dentro! Aí ela demorou muito, não foi, mãe? E a Danna saiu para comprar uma coisa na rua, foi bem esquisito. Acho que a mamãe está com saudades de você, papai."

Fiquei em silêncio por um minuto, estudando a reação de Taylor quando Autumn deu o seu relato pertinente, com uma inocência que certamente não conseguiria entender a minha reação de certeza de que alguma coisa estava errada diante daquilo tudo. Taylor me olhou aterrorizada através da tela, mordendo os lábios com força quando ergui uma sobrancelha em sua direção.

"Que coisa na rua que a Danna comprou?" Foi a única pergunta capaz de sair da minha boca para quebrar a quietude estabelecida por nós, a qual foi seguida de um estremecer vindo da mulher que estava do outro lado da ligação.

Taylor voltou-se gentilmente na direção da nossa filha, mais uma vez me permitindo ver o vislumbre de maternidade exalar dela de alguma forma e, com um suspiro, disse, com a voz mais doce e menos trêmula que conseguiu:

"Auts, amor, por que você não vai pegar as pulseirinhas que nós fizemos no seu quarto, para mostrar ao papai?"

Inocente, a minha menininha confirmou com a cabeça, remexendo-se toda cheia de si no colo da mãe e saindo em disparada para o andar de cima, onde eu sabia que ela estava indo apenas para que não conseguisse escutar a conversa que estava prestes a se seguir. A nossa conversa; minha e da mulher que me encarava com terror nos olhos através de um maldito vidro de um aparelho eletrônico.

A cantora acomodada em meu sofá da sala de estar voltou a morder os lábios. Quando eu a vi, sob a luz do cômodo ligada e com aqueles olhos brilhantes virados na minha direção, tive a sensação de que eles estavam cheios de lágrimas, mas não senti coragem de perguntar, pelo menos não em um primeiro momento, o que estava acontecendo.

"Preciso te... Dizer... Uma coisa."

Analisei as pausas milimetricamente calculadas dela, um misto de palavras e silêncio que me deixava nervoso e inquieto. Taylor parecia engolir em seco a cada sílaba, e eu já sentia o nervosismo começar a me consumir ao perceber o quão nervosa ela estava, mas tentava me manter forte. Ou algo assim.

"Você está se sentindo bem?" Perguntei, simulando uma naturalidade que definitivamente não existia, embora minha afirmação seguinte fosse verdade. "Está pálida."

Mais uma vez, ela hesitou.

"É meio sobre isso." Afirmou, brevemente desconfortável, enquanto colocava um resquício de cacho brevemente ondulado atrás da orelha. O gesto me fez sorrir, um daqueles sorrisos genuínos que surgem quando vemos pessoas que amamos fazendo coisas adoráveis, e ela pareceu perceber, porque, mesmo diante do nervosismo, também riu.

"Bem, o que é?" Perguntei, com o peito apertado, lembrando-me de como ela tinha vomitado na madrugada em que eu disse que a amava e, subitamente, sentindo medo de que algo mais grave estivesse acontecendo. "Querida, você está doente?"

Outro feixe de silêncio invadiu a ligação. Taylor respirou fundo, olhando ao redor como se estivesse com medo que a nossa filha voltasse, piscando devagar antes de me olhar de novo.

"Não acho que possa ser considerado doença." Disse, por fim, engolindo em seco. "Travis, eu só... Estou um pouco nervosa, e definitivamente não sei o que fazer, mas não quero que você me odeie."

invisible string (taylor swift)Where stories live. Discover now