"Ah, é, verdade. Como eu poderia me esquecer do dia em que você beijou aquela fulana que um dos caras te apresentou só porque o seu amiguinho não conseguia parar de pensar na Taylor?"
"Você sabe que eu tenho força suficiente para te atirar deste elevador e quebrar o vidro, não sabe?" Eu o fuzilei com o olhar, fazendo meu amigo rir ainda mais do ódio que minha expressão provavelmente transmitia. Meu caso com Kayla – com todo respeito à ela — era um dos únicos erros dos quais eu me arrependia diante de toda a minha história que tive ao lado de Taylor; eu sabia que havia sido uma situação de poucas noites que eu tinha usado somente para tentar me esquecer dos sentimentos que possuía pela loira, e preciso dizer, caso ainda não tenha ficado claro, que não me orgulhava nem um pouco disso. "E sabe também que eu tenho dinheiro a beça para subornar todos os funcionários deste hotel e pedir para que eles mintam e digam que sua morte foi um acidente, né?"
"Você me ama, cara." Mahomes me deu tapinhas nas costas mais uma vez, sua mão apertando meu ombro em um sinal de camaradagem. "E eu também te amo. Apesar do meu touchdown ser bem melhor que o seu."
"Vai se foder. Sério."
"Ah, eu vou, não se preocupe. Vou entrar no meu quarto anexo ao seu, ligar para a minha mulher e fazer exatamente o que você está me mandando, enquanto vejo ela nua." Ele levantou as sobrancelhas quando a porta do elevador abriu, sua frase me fazendo imitar um engulho de vômito. "E aconselho você a fazer o mesmo."
"Que nojo. Mantenha essas suas mãos longe de mim."
Ele riu, ignorando a careta de nojo que mandei em sua direção e, assim que paramos na porta do quarto que, como disse Patrick, era anexo, desapareceu por entre a passagem para o lado dele do cômodo, deixando-me sozinho com meus pensamentos e com as saudades que eu sentia das minhas garotas, Autumn e Taylor.
A conversa que eu e a loira tivemos ainda martelava em minha cabeça. Porque era extremamente assustadora, mas também porque, de uma forma não usual e surpreendente, também era extremamente surreal. Eu nunca pensei, honestamente, que Taylor voltaria; menos ainda que nós dois tornaríamos a conversar, nem, para piorar, que nos entenderíamos. Eu sempre soube que a amava, mas pelo nosso passado conturbado, tinha a sensação de que sempre viveríamos um impasse um com o outro, uma espécie de sofrimento eternamente ativo pela ferida aberta de uma decisão mal resolvida. E tudo bem. Eu já tinha me acostumado a viver sem ela; tinha aprendido a lidar com a dor que era saber que ela existia, mas não para mim.
Era exatamente por isso que estava desesperado por ela agora. Porque havia recebido o vislumbre que era amá-la e ser amado de volta por ela mais uma vez, e agora que tudo estava em minhas mãos de novo, eu não queria tornar a perdê-la. Não suportaria perdê-la.
Naquela noite, assim que cheguei — depois de tomar banho no vestiário e de lavar todas as impurezas que contraí rolando no gramado, por causa do jogo — caí na cama e peguei meu celular, esperando mensagens novas. Ela só tinha me mandado um breve "parabéns pelo jogo, nos vemos logo" no aplicativo de texto, o que me deixou brevemente preocupado. Engoli a ansiedade, o peito martelando na tentativa de me convencer de que tinha alguma coisa muito errada, e então abri o ícone do FaceTime, apertando no primeiro contato que apareceu em meus "mais chamados". Eu poderia tentar dizer a mim mesmo que o motivo de toda aquela urgência eram os assuntos de Autumn, os quais estávamos sempre tratando em conjunto, só que eu sabia que essa era uma tentativa de auto-enganação muito pouco convincente.
O telefone chamou por alguns segundos. Enquanto a noite caía e eu sentia uma breve inveja do desgraçado do Patrick por ouvi-lo rir no quarto ao lado, comecei a ter a sensação de que não seria atendido, e a agonia roeu meu estômago. Respirei fundo, encarando a janela envolta por cortinas e, quando estava prestes a desligar, o som da chamada indicou que alguém estava do outro lado da minha, algo que fez com que meu suspiro de alívio entrasse em cacofonia com o zumbido do aplicativo.
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invisible string (taylor swift)
FanfictionOnde Autumn vive com seu pai, uma estrela em ascensão no time vice-campeão do maior evento de futebol americano do país. Crescendo sem nunca ter conhecido sua mãe, a menina mantém a certeza de que um dia elas se encontrarão, mesmo que o destino as r...
we could get married, have ten kids and teach 'em how to dream
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