wondering where did my baby go...

Depuis le début
                                        

— Autumn – Eu a encaro com sobriedade, precisando ser sério pelo que provavelmente deva ser a segunda ou terceira vez durante toda a existência dela. —, chega deste assunto. Não é assim que as coisas funcionam.

— Também não é trazendo sua namorada pra sua casa que as coisas vão funcionar! A mamãe está triste!

Eu respiro fundo, tentado lutar contra o ciúmes infantil que cresce em meu estômago. De uma hora para a outra, parece que essa palavra (mamãe), que nunca era usada, tornou-se sagrada dentro da nossa casa. Honestamente, eu não queria sentir raiva; queria ficar feliz por minha filha estar se reconectando com a mãe, por elas poderem estabelecer uma relação saudável e por eu não me sentir mais tão sobrecarregado com a responsabilidade de educar uma criança sozinho.

Mas eu estaria mentindo se dissesse que me sentia satisfeito. Quero dizer, desde que Taylor voltara, que tinha reaparecido em minha vida de uma hora para a outra, eu tinha a sensação de que estava perdendo a admiração de Autumn. Que ela se encontrava cada vez menos ligada a mim, conforme os dias passavam.

— Chega! – Exclamo, a raiva excedendo em minha voz de uma maneira que nunca aconteceu, tanto que sinto as minhas bochechas esquentando assim que o grito deixa meus lábios. Quando percebo minha reação, eu respiro fundo, me recostando na cadeira apenas para contemplar a imagem aterrorizada da minha filha e me sentir péssimo logo em seguida. Eu nunca tinha gritado com ela, e também nunca tinha feito o que decido fazer nos segundos seguintes em que as palavras mais estúpidas saem da minha boca, completando os requisitos que eu preciso para vencer o prêmio de babaca do ano — Autumn, olha só... Eu não ligo, está bem? Fico feliz que você esteja feliz em ver a sua mãe, mas a sua mãe...

Eu engulo em seco, sabendo que não devo continuar. Não preciso continuar; uma bronca minha pedindo que ela parasse já bastaria. Mas me sinto tão irritado, tão certo de que Taylor chegou para estragar tudo, que não posso evitar:

— Ela já nos deixou uma vez. – Concluo, sabendo que a partir daquele momento cruzei um limite, e então me recuso a olhar minha filha, uma criança inocente e de quem sei que acabei de partir o coração, nos olhos. — E eu sinceramente não quero estar vulnerável caso aconteça de novo, porque preciso proteger você.

A mamãe vai embora?

Puta que pariu. Mordo os lábios, prestes a tentar consertar. Eu abro a boca, querendo dizer que não foi isso que eu quis dizer, mas todo o caos já está feito quando Autumn se levanta depressa da cadeira onde está sentada e começa a correr na direção do andar de cima, passando pelos cachorros no caminho.

— Auts, eu não quis dizer isso, querida. Me descul-

— A minha mãe não vai embora! – Ela grita, e então dá início a uma cascata de lágrimas que cai de seus lindos olhinhos azuis. Os soluços que seguem o choro me deixam com o coração apertado a ponto de me aproximar dela, mas minha menininha se afasta quase no mesmo instante. — É mentira! Você está mentindo! Ela falou que vai ficar!

— Autumn, ela vai ficar... – Subo dois degraus da escada, indo na direção da criança que corre até o próprio quarto. As perninhas dela são bem mais curtas do que as minhas, mas o furacãozinho é veloz e está muito chateado, o que basicamente explica o fato de eu não conseguir alcançá-la. Quando me dou por mim, estou parado na entrada do cômodo que é dela, meu corpo estático de frente para a madeira volumosa da porta. Me sentindo um merda.

Eu respiro fundo, percebendo que essa é provavelmente a primeira vez que brigamos. E, por mais que eu odeie, não posso deixar de me ressentir com Taylor por isso.

Sei que é idiota. Extremamente infantil da minha parte. Mas não consigo evitar de culpá-la pelos anos que se seguiram onde estive sozinho com uma criança indefesa, tentando fazer o meu melhor para suprir o papel de uma mãe ausente. Agora era simples para ela voltar e tentar fazer o papel de boazinha enquanto eu saía como o vilão.

invisible string (taylor swift)Où les histoires vivent. Découvrez maintenant