and i may never open up the way i did for you

Start from the beginning
                                        

Não que aquelas coisas importassem. O fato na verdade era que, depois de Taylor, acabei estabelecendo alguns limites para os meus envolvimentos amorosos. Apesar de eles ainda acontecerem de vez em quando, nunca passavam de uma transa casual – e quando eu digo uma, é literalmente uma, mesmo –. Eu não repetia as mulheres com quem saía; não queria correr o risco de me envolver sentimentalmente com ninguém de novo. Para completar, ainda tinha Autumn, e apesar dela sempre dizer que eu precisava arranjar uma namorada, nunca vi com bons olhos ter uma mulher com quem eu supostamente fosse precisar dividir a atenção da minha filha.

Sendo assim, sem namoradas para mim. Era mais fácil dessa maneira: eu protegia meu coração, minha família e, principalmente, o meu tempo livre. Além do mais, sendo bem sincero, não me divertia em passar tempo com mais ninguém que não fosse a garotinha que eu havia criado, e também não me via desistindo dos nossos programas de pai e filha para simplesmente incluir uma mulher carente na jogada. Minha vida era boa como era; Autumn e eu indo aos jogos do meu time, tomando sorvete nos dias de folga da NFL, viajando para a Disney ou qualquer outro lugar no off-season. Por mais que muitos colegas de time não acreditassem, eu amava ser pai em tempo integral.

Por causa disso, nunca enfrento as mulheres. Não preciso delas me ditando quem do grupo está solteira, muito menos de seus olhos lotados de cílios falsos piscando em minha direção. Só que, neste exato momento, me encontro preso entre várias delas e uma mulher específica, que destruiu meu coração no passado. E é óbvio que um ginásio cheio de mães do Missouri parece um desafio mais fácil.

Saio do carro lentamente, um pouco hesitante enquanto respiro fundo. Ainda tenho tempo para desistir, mas imediatamente acabo me lembrando da mensagem de Taylor, então sigo adiante. Meus pés se movem no automático e eu entro no ginásio, esforçando-me para não olhar ao redor das arquibancadas onde os pais assistem ao treino, e focando somente nos aparelhos – tablados, traves de equilíbrio, barras assimétricas e mesas de salto –, onde as ginastas treinam.

Atualmente, minha filha está no nível cinco. De acordo com a USAG, a federação norte-americana de ginástica artística, aquilo significa um pouco mais do que a média para a sua idade. Autumn treina com crianças entre dez e onze anos, e está entre as melhores delas, conseguindo alcançar pontuações nas competições que logo a farão subir de nível.

Quando observo ao redor do ginásio pela primeira vez, assim que adentro o lugar, não consigo vê-la, mas preciso de só mais um olhar de relance para conseguir lhe identificar no que deve ser o último aparelho do dia. Ela está na trave de equilíbrio, treinando uma saída em um rondante com um mortal simples para trás. Sorrio assim que meus olhos pousam em sua figura.

Não demora muito para que Autumn me enxergue também, bem no início das arquibancadas. Acontece quando ela termina um desmonte perfeito, pousando no colchão de maneira cravada e recebendo congratulações da sua treinadora. No momento em que está prestes a se virar para voltar e fazer de novo, minha filha me encontra, e então acena com animação para correr até onde estou.

— Papai! – Diz ela com uma felicidade exagerada, provavelmente porque não está acostumada em me ver ali. Sei que seu grito estridente é um chamado para as mães curiosas que não haviam me notado antes, e agora posso imaginar que há uma porção de olhos sobre nós, mas isso não me abala nem um pouco.

Autumn pula em meu colo e eu a seguro pelas costas para abraçá-la, deixando um beijo no topo de sua cabeça. Fico feliz por ela não se sentir desencorajada a correr até mim, como se julgasse que aquilo fosse um gesto de uma criança pequena. Talvez ela ainda não fosse tão crescida assim.

— Você viu? Eu acertei minha saída na trave!

— Eu vim aqui só para ver isso, meu amor. – Digo, dando um sorriso para tranquilizá-la e sentindo seus braços se apertarem mais ao redor do meu pescoço. Quando julgo que nos abraçamos por tempo suficiente, eu a coloco no chão.

invisible string (taylor swift)Where stories live. Discover now