Epílogo

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Joseph e Deborah corriam pela casa, dando voltas pelos móveis, esboçando altas risadas em grande animação.

     Os gêmeos de 4 anos sempre tinham o que fazer após brincar com os seus brinquedos: correr pela casa, ou aos arredores da casa. Embora a mãe deles pedisse que eles tomassem cuidado, ou que se sentassem num canto e ficassem comportados.

     As crianças pareciam entender: se sentem por dois minutos, e depois voltem a fazer o que estavam fazendo. Pois não demorava nem dois minutos direito, e eles já deixavam de lado as ordens da mãe e voltavam ao campeonato.

     — O que está havendo aqui? — o pai entrou com os seus materiais de trabalho, e colocou em cima do sofá, enquanto as crianças correram para lhe dar um abraço.

     Ele segurou os dois no colo, sorrindo, enquanto dava um beijo no rosto de cada um.

     — É melhor vocês se aquietarem — ele disse. — Lembram que quebraram um vaso da última vez? A mamãe ficou muito chateada.

     — Lembro, papai. Ela ficou triste, e a gente também — Joseph disse.

     — Vocês não querem ficar de castigo de novo, não é?

     Eles balançaram a cabeça freneticamente em negação.

     — Muito bem.

     — Mas nós pedimos desculpas, e ela nos abraçou bem apertado depois — Deborah falou.

      — Quem pode ficar de coração endurecido com umas coisinhas dessas?

     O pai beijou os dois mais uma vez, e os colocou no chão. Eles aproveitaram que a porta estava aberta, e saíram para brincar do lado de fora.

     Ele tirou os sapatos, deixou no chão, e saiu caminhando pela casa procurando a esposa, mas não a encontrou. Sendo assim, foi tomar banho.

     Depois de haver limpado a biblioteca da casa, a mulher percebeu o silêncio das crianças. Preocupada, saiu em busca deles.  Quando chegou na sala, um fogo subiu à sua cabeça ao ver a bagunça em cima do sofá, e os sapatos jogados no chão. Ela foi até a porta, e encontrou as crianças do lado de fora. Como era tudo fechado, ela os deixou à vontade. Porém, logo voltou para onde estava.

     Quando o marido daquela mulher apareceu novamente, ele a encontrou o encarando, de braços cruzados.

     — Quando eu limpei esta sala, isso não estava aqui, Teofilo — Hadassah falou, apontando para o sofá e para o chão. — Parece que falar ou não falar se torna a mesma coisa que nada.

     Teofilo coçou a nuca. Ele apoiou as mãos no quadril e aproximou-se de Hadassah.

     — Me desculpa — ele disse. — Eu me esqueci. Eu tinha ido tomar um banho.

     — Mas foi motivo para você deixar essas coisas aqui? Eu tenho certeza que isso não te impediria em nada de levar lá para cima.

     Ele respirou fundo.

     — Hadassah, eu acabei de chegar do trabalho, estou cansado, e te pedi desculpas. Você sabe que isso quase nunca acontece.

     — Mas nunca deixou de acontecer! Que mal há em levar isso lá para o quarto, meu amor? Eu garanto que não vai doer em nada.

     Teofilo passou as mãos no rosto.

     — É isso mesmo? Você vai querer discutir por causa de algo que é só tirar daqui, e pronto? — ele falou, na defensiva, pegando as coisas e os sapatos, expressando um semblante chateado.

Dos Escombros à OlariaWhere stories live. Discover now