CAPÍTULO 26 - Sob a visão de Hadassah

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Hadassah Montgomery

Teofilo me convidou para ir ao concerto de música clássica. Precisamente, os clássicos de Sebastian Bach.

Havia sido somente um convite para ir ao teatro, porém, não sabia qual o motivo de eu estar tão nervosa naquela sexta-feira. Estar perto de Teofilo sempre me deixava um tanto nervosa, e sua presença me causava aquelas famosas borboletas no estômago. Estar ao lado dele sempre me causava alegria, e um misto de sensações. Era mais que óbvio que aquele professor que encontrei no casarão tinha um lugar reservado em meu coração.

A questão é que eu estava sentindo que havia algo a mais ali naquele dia em específico. Eu sentia que algo estava prestes a acontecer.

Desde que voltei da livraria no dia em que Teofilo me fez o convite, papai e mamãe começaram a me tratar de uma forma diferente. Não de uma maneira ruim, jamais. No entanto, era como se eles estivessem me ocultando alguma coisa. Eles pareciam estar cientes de algo que eu não estava.

Naquele dia, eu vesti um lindo vestido longo preto, e calcei sandálias de salto pequeno para que quando eu andasse, não tropeçasse e acabasse caindo. Tudo isso devido à minha baixa estatura.

Quando terminei de me arrumar, me olhei no espelho e fiquei encarando a mim mesma por alguns segundos. Respirei fundo e ergui a cabeça, de olhos fechados.

- Meu Deus, o que significa tudo isso dentro de mim? - perguntei.

Após alguns minutos, passei meu perfume, e fui aguardar a chegada do abençoado na sala de estar. Meus pais estavam lá, com os seus olhos repousando sobre mim.

- Eu só queria saber o que está acontecendo com vocês - sorri, tensa, enquanto descia as escadas.

- Você está mais bonita durante esses últimos dias, querida - disse papai.

- Estamos apenas te admirando - mamãe falou em um tom suspeito.

Estreitei os olhos, enquanto papai me dava um beijo na testa.

- Muitas coisas vão começar a se concretizar em sua vida, minha filha - papai disse em um tom emocionado. - E nós sempre estaremos aqui para te apoiar em tudo.

Eu franzi o cenho enquanto o observava, sem compreender.

- Como assim, pai? Do que está falando?

- Você vai saber.

Os observei, querendo entender esses códigos.

Com essas palavras, comecei a desconfiar de que tudo isso só poderia estar sincronizado com um certo ítalo-americano. Só não sabia muito bem o que poderia ser. Imaginava eu que era algum tipo de surpresa, uma surpresa impactante, mas naquele momento nenhuma suposição passava pela minha mente. Eu nem imaginava o que estava me aguardando.

- De que horas ele vem, querida? - mamãe perguntou, tentando esconder um pequeno sorriso formado nos lábios.

- Bem, já era para ele ter chegado.

Mal terminei de falar, e nós já ouvimos o som de uma buzina. Ele havia chegado.

- Ali está ele - mamãe disse quando abriu a porta.

- Vão em paz, Hadassah. Que Deus os abençoe - meus pais disseram.

Eu saí de casa, e observei como Teofilo estava do lado de fora do carro me aguardando. Ele acenou para os meus pais, os cumprimentando.

Eu o analisei. Ele estava vestido com uma calça social preta, e uma camisa social verde escuro. Teofilo também havia tirado a barba, e quando me aproximei mais um pouco, notei um leve corte em seu rosto devido a lâmina de barbear. E para minha não surpresa, meu coração errou as batidas. Ele era um homem lindo, e ali, diante de mim, parecia estar mais ainda.

Dos Escombros à OlariaNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ