CAPÍTULO 2 - Fantasmas?

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— Boa tarde, senhora — disse Ross. — Poderia ouvir algumas perguntas que tenho a fazer?

     — Sim, rapaz. Pode fazer. Sobre o quê?

     — Sobre aquele casarão — ele apontou. — A única coisa que sabemos é que foi construído no final do ano de 1890. Sabe algo sobre quem morou lá, ou há quanto tempo está abandonado?

     A mulher ficou gélida, em silêncio.

     — Senhora, está tudo bem?

     — Sim, está. Me perdoe. Qual o intuito dessas perguntas?

     — Que mente a minha! Me desculpe também. Nós fazemos relatórios sobre casas antigas e abandonadas para serem guardados em um acervo.

     — Tudo bem — ela balançou a cabeça.

     — Qual é o seu nome? Precisamos de seu nome para registrar sobre quem nos deu as informações.

     — Catherine Bovary.

     Ross Carter anotou o nome da mulher, e aguardou que ela dissesse alguma coisa. Poucos segundos depois, Catherine, olhando na direção da casa, começou a falar:

     — Essa casa pertencia a Carlton Raymond. Ele foi o primeiro a morar nela. Com o passar dos anos, a casa ficou para seus descendentes, até os anos 50, quando repentinamente foi abandonada por seu bisneto, Olavo. Os móveis ainda estão lá.

     — Eles tinham algum papel de destaque na cidade? — perguntou Helena Lauper, uma das colaboradoras.

     — A família Raymond era uma das famílias mais ricas de Minnesota. Eram donos de uma das maiores fábricas de queijo, além de possuírem fazendas espalhadas pelo território.

     — Teria alguma suposição sobre o motivo que levou Olavo a abandonar o casarão?

     Catherine arregalou os olhos, com um semblante de horror.

     — Olavo tinha um amigo muito próximo a sua família. No entanto, quando ele soube que sua mulher estava lhe traindo com esse amigo, Olavo assassinou os dois com tiros de espingarda. Ali mesmo, dentro do casarão.

     — Que lástima… — Hadassah comentou.

     — Informação interessantíssima — disse Ross Carter.

     — Ele teve filhos? — Helena questionou.

     — Sim, mas todos foram embora dos EUA, e agora vivem no exterior.

     — Somos gratos por seu relato, sra. Bovary — Ross disse. — Foi de grande importância. Agora temos que ir até lá e tirar algumas fotos.

     — Não! — a sra. Bovary exclamou, agarrando o braço de Ross. — Não façam isso!

     — Por que não? — perguntou ele, visivelmente espantado.

     Catherine o soltou, e segurou a corrente do cachorro com as duas mãos.

     — Ninguém mais tem a audácia de ir até lá.

     — Por que não, sra. Bovary? — Hadassah indagou.

     — Pois há alguns dias nós vimos aparições estranhas naquela casa. Eu, meu marido e alguns amigos tínhamos o costume de caminhar todo dia por ali. Até que nós ouvimos um som vindo de lá de dentro!

     — Como pode isso ter acontecido tendo em vista que a casa está abandonada? — outro perguntou.

     — Nós acreditamos que seja os fantasmas das pessoas que foram mortas ali!

Dos Escombros à OlariaWhere stories live. Discover now