Capítulo 17

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O que eu vi acabou me deixando um pouco assustado. Nunca pensei que algum dia — além dos meus sonhos —, veria o meu melhor amigo pelado. No entanto, não é como se eu não quisesse que isso acontecesse, mas acabou me pegando desprevenido.

Depois de ter visto tudo aquilo, eu voltei para a sala e me sentei no sofá. Se eu pudesse me ver naquele instante, diria: para de ser idiota! Você viu apenas a belíssima bunda e o pau do seu amigo, não foi o fim do mundo.

— Calma, Miguel. Respira fundo — Disse para mim mesmo em um sussurro.

Estou muito envergonhado por conta disso, mas vou me esforçar o máximo para não transparecer.

— Que maravilha de banho — Ele disse ao aparecer na sala sorrindo — Obrigado mais uma vez por ter me levado a toalha.

— D-de nada — Ri um pouco sem graça e me levantei.

— Estou morto de fome — Andou até o outro lado do balcão — Nada como comer coxinhas no café da manhã. Isso sim é uma refeição saudável em pleno domingo — Disse contente — Você não parece tão animado — Ele me olhou, assim que me aproximei.

— C-como? — Desviei o olhar — O qu-e poderia ter acontecido? — Puxei um dos banquinhos e me sentei.

— Não sei, me diga você — Me entregou um prato e então o olhei — Aconteceu algo? Não vai me dizer que ainda está com medo de que aquela coisa ambulante me faça algum mal...

— É justamente sobre isso — Menti — Mas espero que você tenha cuidado com ele. Aliás, como está o seu rosto? — Olhei bem para o leve machucado.

— Um pouquinho dolorido, mas logo estarei bem. Não se esqueça de que você tem que cuidar de mim — Sorriu — Mas vamos comer logo, se não eu vou morrer.

Tenho que concordar com ele, pois estou tão faminto quanto ele.

Rafael deu a volta e logo sentou-se ao meu lado.

Hoje nem o meu amor por coxinhas vai me fazer pensar em outra coisa que não seja ele. Me sinto muito idiota — mais do que o de costume. Espero realmente que algum dia as coisas sejam diferentes e que esse amor um dia possa se desfazer, sem que eu precise sofrer tanto.

Logo após terminamos o café da manhã, limpamos e organizamos toda a cozinha e fomos para a sala e nós nos jogamos nos sofás. Me sinto tão cansado, mas talvez seja mais preguiça do que o cansaço em si.

— O que vamos fazer agora? — Ele perguntou com um certo esforço — Acho que comi além da conta — Riu.

— Não tenho a menor ideia do que poderemos fazer — Respondi. A verdade é que eu tenho sim muita ideia do que poderemos fazer, mas jamais ousarei dizer isso sem voz alta, ainda mais perto dele.

— Que tal o clássico de sempre?

— O quê?

— Ah, você sabe — Respondeu — Assistir a um filme ou qualquer coisa do tipo — Completou — Mas não tenho a menor ideia do que poderemos assistir.

— Que tal Shrek? — Ri.

— Não existe outro filme melhor. Vamos assistir todos, até mesmo o especial de Halloween, mesmo o terceiro filme — Falou.

— É uma pena que ele não seja tão bom quanto os outros...

Ele acabou se levantando, para ir buscar o controle da televisão e antes que se sentasse no sofá, ele tirou a camisa.

— Hoje está muito quente, você não acha? — Me olhou e rapidamente desviei o olhar.

— Bastante — Respondi, um pouco sem graça, mas logo voltei a prestar atenção nele, que agora estava concentrado em buscar pelos filmes.

Então é... Amor (Romance Gay)Where stories live. Discover now