Então é... Amor (Romance Gay)

Capítulo 9

á se passou basicamente uma semana desde o início das aulas e tudo parece estar indo muito bem. Tenho gostado bastante dos professores e até o momento as matérias não estão sendo tão infernais ao ponto de eu querer me internar em um manicômio — ainda.

Minha amizade com Marcos parece estar crescendo a cada dia mais e isso me agrada muito, e também com a Karol. Todas as noites nos sentamos juntos na hora do intervalo — ou até mesmo na chegada, quando coincide de nos encontrarmos — e conversamos bastante, isso me deixa muito feliz.

Talvez o que mais me deixa feliz é que o Rafael não teve mais nenhuma alteração de humor e está sempre tranquilo, sorridente e bem comunicativo — como sempre foi —, mesmo quando ele está cheio de trabalho para fazer, sempre busca um tempinho para conversamos ou somente vermos algo juntos, já que durante esses dias, eu não tenho ido trabalhar, devido à viagem do Fabrício.

Fabrício ainda não me disse quando retornará à cidade, mas até lá, seguirei de ''férias'' do trabalho e aproveitando as minhas tardes em casa.

— Graças a Deus, hoje é sexta-feira — Karol disse sorridente, assim que se sentou à mesa onde o Marcos e eu estávamos sentados.

É mais um dos ótimos intervalos e como de costume, viemos para a praça de alimentação da universidade para conversar e comer um pouco, uma ótima rotina, eu diria.

Durante esses dias eu descobri que de todas as cantinas que têm aqui, somente uma vende ótimas comidas. As outras não são tão boas, mas mesmo assim tem muita gente que decide comprar, talvez por preferir ou só achar que o sabor está realmente ótimo.

— Eu já não estava aguentando mais — Suspirei — Preciso descansar — Acho que ainda preciso me habituar a esse mundo de universidade.

— Eu também preciso disso. Preciso da minha cama, da minha TV e nada mais — Marcos disse — Aliás, qualquer dia desses poderíamos sair juntos, o que acham? Sei lá, fazer algo diferente ou até mesmo depois da faculdade.

— Me parece bom — Falei.

— Claro, por que não? Aonde poderíamos ir?

— Ah, talvez ao cinema ou em alguma festa — Ele respondeu.

— Prefiro lugares calmos — Karol falou — Somente às vezes que saio da minha zona de conforto.

— Eu também — Falei.

No meio da nossa conversa, acabei me levantando para ir ao banheiro, mas assim que entrei, esbarrei cem alguém que eu até então já tinha ''conhecido'' ou pelo menos tive o desprazer de conhecer. De todos os lugares da face da terra, esse era o último lugar onde eu esperaria encontrar o Carlos.

— Ah... desculpa — Recuei um pouco e rapidamente me virei para sair do banheiro.

— Ei — Senti quando ele segurou o meu braço, me fazendo olhá-lo — Eu queria me desculpar por aquele dia na casa do Rafael... — Pareceu ter dificuldades em dizer isso — Eh... — Ele cocou a cabeça — Você entendeu... — Riu forçado.

— Eh...

— Sei que fui um idiota com você — Ele disse, parecendo ainda se esforçar para falar — Eu não queria ter agido daquela maneira e espero que você me desculpe — Deu um meio sorriso sem graça.

— Tudo bem... — Respondi, estranhando a sua atitude.

Se ele estiver realmente arrependido, talvez eu possa realmente desculpá-lo por ter me feito ficar tão desconfortável, chateado e ofendido naquele dia. Mas para falar a verdade, eu já nem estava mais me lembrando daquilo. Tem algumas coisas que o melhor a se fazer é apagá-las da mente e fingir que nada aconteceu.