Capítulo 16

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 Me assustei um pouco com o fato de acordar me sentindo tão bem. Talvez eu não me sentisse assim há alguns dias. De qualquer forma, o motivo da minha felicidade é porque ontem foi um bom dia a e também por meu rosto estar cem por cento como antes — perfeitamente bem. Me ver no espelho e ver que o meu rosto não tem mais nenhum resquício daquele maldito dia, me deixa completamente feliz.

Ao sair do banheiro, eu fui para a cozinha, tentar preparar algo para tomar o café da manhã junto ao Rafael, mas sequer o encontrei ali. Certamente ele deve estar em seu quarto, contudo, ao procurá-lo por todos os lados, não o encontrei. Por fim, acabei chegando à conclusão de que ele havia saído de casa para comprar algo para comermos.

Tendo em vista que ainda era relativamente cedo, decidi esperar por ele e enquanto isso, aproveitei para distrair a minha mente enviando mensagens para a minha mãe, para o Fabrício e também para o Marcos. É um pouco estranho que o Fabrício ainda não esteja de volta, mas espero que esteja tudo bem com ele.

Conversar com minha mãe realmente me faz bem, mas, ao mesmo tempo, me sinto um pouco culpado por não fazer isso o tempo inteiro.

Conversei por boa parte do tempo com Marcos. Ele me perguntou se eu estava me sentindo bem e estava animado para me ver na universidade na terça-feira e eu devo admitir que também quero vê-lo. Me sinto bem quando estou com ele, além do fato de demonstrar ser um excelente amigo. Espero que um dia o Rafael e ele consigam ser bons amigos, assim como somos.

...

Não sei ao certo em que momento adormeci, mas acordei com Rafael me chamando e assim que abri os olhos, o vi colocar algumas sacolas em cima do balcão.

— Olha, eu trouxe pão, algumas coisas para a semana e também comprei algumas coxinhas para comermos — Me sentei no sofá, ao ouvi-lo falar.

— Coxinha? — Cocei os olhos e depois de um longo bocejo, me levantei do sofá e olhei diretamente para ele, ou melhor, para as suas costas — Estou morto de fome. Além disso, você nem me avisou que iria sair hoje cedo, acabei ficando um pouco preocupado — Me aproximei de onde ele estava.

— Acabei precisando sair cedo de casa para resolver alguns problemas — Ele virou-se para mim e pude ver o seu rosto machucado.

— Ei — Rapidamente me aproximei dele — O que aconteceu com o seu rosto — Tentei tocá-lo levemente, mas ele acabou se esquivando um pouco e indo para longe de mim.

— Não foi nada — Respondeu — Acabei escorregando e bati meu rosto em algum lugar — Completou — Mas olha, comprei aquelas coxinhas que você adora — Foi para o outro lado do balcão, procurando algo no armário e então retornando com um prato — São tão gostosas — Ele as retirou da sacola e as colocou ali.

— Rafael! — Chamei sua atenção.

— O que foi? — Me olhou, parecendo irritado.

— O que foi isso?

— Não foi nada, eu já disse.

— Mentira!

— Ah, está bem — Ele bufou — Antes de passar no mercado, eu acabei indo fazer uma breve visita ao meu então ex-amigo, Carlos — Riu ironicamente — E foi isso — Deu de ombros, apenas se concentrando nas coxinhas que estavam no prato.

— Isso o quê? Você foi lá para bater nele?

— E o que você queria? — Me olhou, mas rapidamente me deus as costas.

— Eu não pensei que você fosse sair de casa para ir bater nele, além disso, eu já nem estava mais lembrando desse traste — Falei — Você não deveria ter feito isso, ele poderia ter batido ainda mais em você.

— Quem disse que ele me bateu? — Virou-se e veio andando lentamente até mim — Ele apenas me pegou desprevenido e acabou machucando um pouquinho o meu lindo rostinho, mas nada se compara com o que aconteceu com ele — Ele me segurou levemente pelos ombros — Falei que ele iria me pagar por machadar você.

— E o que você fez com ele? — Ele está me deixando sem paciência, contando as coisas pela metade.

— Ah, ele vai precisar trancado em casa por alguns dias, já que o rosto dele está bem machucado — Riu — Além disso, ele mandou dizer a você que se arrepende de ter feito aquilo com você — Falou — E isso não foi só pelo soco, foi também por ele querer dar uma de esperto e forçar você a beijar aquela boca de bueiro.

O encarei por alguns instantes, sem a mínima reação e ao que parece, ele não se arrepende ter feito isso. De qualquer forma, não posso julgá-lo, ele acabou fazendo isso para me defender e o mínimo que posso fazer é agradecê-lo por isso.

— Você é um inconsequente — Pus levemente as minhas mãos em seu rosto — Eu deveria ficar zangado com você, por ir se meter com aquele indigente. Eu o conheci recentemente, mas dá para perceber o quão perigoso ele é.

— Não mais do que eu — Segurou as minhas mãos — Mas fico feliz que você se preocupe comigo — Tirou as minhas mãos do seu rosto e as envolveu em sua cintura, nos deixando ainda mais próximos e me fazendo ficar nervoso. Sua atitude acabou me pegando desprevenido e não sei o que fazer.

— Tenho medo de que ele algum dia queira se vingar de você por causa disso — Falei, preocupado. Realmente tenho muito medo de que isso possa acontecer.

— Não se preocupe com uma coisa boba como essas — Ele disse — Não vai me acontecer nada e ele também não irá se atrever a se meter conosco. Deixei bem claro que eu o quero bem longe de você.

— Obrigado por me defender — Involuntariamente o abracei.

— Acho que precisarei dos seus cuidados... — Ele sussurrou ao pé do meu ouvido — Meu rosto está tão machucado — Disse com uma voz um pouquinho ''estranha'' e diferente.

— O que você precisa agora é de um banho — Me afastei um pouco dele — Está suado.

— Realmente... — Ele fez um gesto como se estivesse cheirando as axilas e fez uma expressão divertida que acabou me fazendo rir um pouco.

Após insistir um pouco que eu só tomaria o café da manhã com ele, quando tomasse um banho, logo se rendeu e foi para o banheiro e enquanto isso, decidi organizar um pouco a breve ''bagunça'' em cima do balcão. Foi então que o ouvi me chamar:

— Miguel, me traz a toalha, por favor — Ele gritou do banheiro — Eu a esqueci e estou todo molhado e não quero que o chão do quarto fique parecendo uma piscina.

Rapidamente fui até o seu quarto e após procurar um pouco pela toalha — pois não sabia onde ele a deixava —, eu finalmente a encontrei e então fui entregá-la.

— Aqui está a sua toalha — Disse, assim que cheguei à porta do banheiro, esperando que logo a abrisse, para pegá-la.

— Você pode deixar em cima da pia — Ele gritou — A porta não está trancada com chave.

Com um certo nervosismo, eu abri lentamente a porta do banheiro e ao avistar a pia, eu coloquei rapidamente a toalha sobre ela, no entanto, antes que eu pudesse sair do banheiro, involuntariamente olhei em direção ao box e o vi tomando banho de costas, mas rapidamente virou-se para mim.

— Obrigado — Ele agradeceu sorrindo e mais do que rapidamente saí do banheiro.

O que foi que acabei de ver...


N: 29/04/2024

Olá, pessoal. Tudo bem? Espero que sim! 

Espero que tenham gostado do capítulo. E, parece que Miguel viu coisas naquele banheiro e.e

Aliás, vocês têm gostado dos capítulos na versão do Rafael? Gostariam de mais capítulos na visão dele?

O que será que vem pelos próximos capítulos? Contem-me tudo.

Até logo O/

Então é... Amor (Romance Gay)Where stories live. Discover now