Capítulo 3

138 18 6
                                    

Durante um tempo me peguei pensando sobre muitas coisas, principalmente o fato de eu ter mudado radicalmente de lugar e ter vindo morar aqui — não que isso seja o fim do mundo —, não sei se isso foi correto ou apenas uma loucura. Contudo, tentarei fazer disso a melhor oportunidade possível.

Preciso encontrar um trabalho o mais rápido possível, pois não quero que a minha mãe gaste quase todo o seu dinheiro me ajudando a pagar a universidade, além de o Rafael estar me deixando morar aqui sem precisar gastar com absolutamente nada — ao menos enquanto não encontro um trabalho.

— No que tanto você está pensando? — Me ofereceu um pouco das batatas fritas que acabou de fazer — Eu estava falando com você, mas do mundo da lua não saiu. O que há de errado?

— Ah..., eram só algumas coisas sem importância. Na verdade, acho que nem estava pensando, mas só moscando — Peguei algumas batatas e comi.

— Está preocupado com algo? — O vi vasculhar a

TV, em busca de algo para assistirmos.

— Talvez. Estou com medo de não conseguir encontrar nenhum emprego... — Respondi — Além disso, continuo tentando me adaptar com toda essa mudança de cidade, de casa...

— Calma, você chegou agora pouco, além disso, quando começar a faculdade, eu tenho certeza de que vai conhecer alguém que possa te conseguir um emprego. E sobre estar tentando se adaptar é normal, quando cheguei aqui foi igual.

— É... talvez. Mas e você — Olhei — Por que estava tão emburrado esta tarde? Aconteceu algo?

— A Bruna... — Suspirou.

— Aquela nojentinha que eu nunca gostei e que te meteu um par de chifres? — Ergui as sobrancelhas — Me admira ela ter ligado para você depois de tudo o que aprontou. E muito me admira você ter atendido a ligação e conversado com ela. Você não tem vergonha? — O encarei — Ela com certeza perdeu a noção do ridículo.

— É! — Respondeu firme.

— E o que ela queria?

— Ela me ligou hoje e queria conversar.

— E pelo visto, você deu atenção a ela...

— Na verdade, não. Mas isso acabou me deixando um pouco... bem, não sei explicar.

— Não precisa.

— Mas não vamos falar disso — Disse ao se levantar e ir até a parte da cozinha — Quer pipoca?

— Nem precisa perguntar.

— Agora me responde uma coisa — Me entregou uma bacia, cheia de pipocas.

— O quê?

— Por que você nunca me contou sobre os caras com quem você já saiu? Eu já te contei muita coisa e você nunca me contou absolutamente nada.

— Porque todas as vezes em que eu quis comentar, você pareceu indiferente e sem interesse — Respondi.

— Foi apenas impressão...

— Acho que não, mas tudo bem, não é nada que eu me importe — Voltei a prestar atenção no filme, que eu sequer sei do que se trata.

— Você está gostando de alguém?

— Como? — Olhei para ele, um pouco assustado com a sua pergunta.

— Calma, não precisa ficar nervoso — Riu.

— Por que essa pergunta repentina?

— Foi apenas curiosidade. Achei que pudesse estar gostando de alguém.

Então é... Amor (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora