Capítulo 2

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 Sinto todo o meu corpo tremer, ao sentir o seu corpo quente e suado colado ao meu. As nossas respirações tão ofegantes que eu mal posso dizer o que é real e o que ilusão. Seus olhos estão tão brilhantes. Sinto a sua mão percorrer o meu corpo e a cada toque sinto um arrepio. A cada toque, sinto meu corpo tremer, como se uma corrente elétrica estivesse me atingindo.

Eu nunca vi o Rafael daquela forma, com um olhar tão cheio de desejo e prestes a me beijar. Tudo o que eu mais quero agora é fazer isso. Necessito disso.

— O que está esperando? — Ele sussurrou ao pé do meu ouvido e rapidamente me olhou, nossos rostos estão tão próximos, que eu poderia beijá-lo tão rápido e freneticamente como um beija-flor — Quero sentir você... — Sussurrou mais uma vez e senti o seu hálito e a sua boca tão próxima à minha — Preciso sentir você... — Sussurrou lentamente — Eu o quero, agora!

— Eu... — Disse ofegante, mas as palavras mal conseguem sair da minha boca.

Sinto o meu peito subir e descer tão intensamente que me faz sentir um certo receio.

— Quero você... — Seu olhar penetrante me faz querer senti-lo ainda mais — Eu já não aguento mais...

Fechei os meus olhos e me entreguei completamente ao momento e foi quando ouvi: — Miguel! — Sua voz saiu estridente e quando abri os olhos, percebi que toda aquela tudo aquilo havia sumido. O quarto havia sido invadido pela claridade do sol, entrando pela janela que eu havia deixado aberta durante a noite, pois estava fazendo muito calor.

Um sonho... isso foi apenas um sonho. Essa não é a primeira vez que sonho com o meu amigo, mas fazia muito tempo desde que tive algum tipo de sonho erótico com ele.

Permaneci na cama por algum tempo, tentando assimilar tudo e tentando me preparar para vê-lo e não morrer de vergonha por isso. Eu morreria, se um dia ele soubesse que eu já tive esse tipo de sonho, onde ele é o protagonista. Eu realmente morreria ainda mais de vergonha se ele descobrisse que eu gostaria que ele fosse mais que o meu amigo.

Me sinto um burro por gostar de um cara que é hétero e que vai olhar para mim somente como o ''melhor amigo gay engraçado'' — nem sei se sou engraçado. Na próxima vida eu gostaria de vir como uma plantinha, assim não sofrerei, apenas se me deixarem morrer por falta d'água.

Que castigo é esse.

Preciso me libertar desse castigo, mas acho que é inevitável. É possível que o tempo me faça enxergar o quão burro sou, por gostar de uma pessoa que jamais olhará para mim. Me sinto um adolescente.

Após longos minutos de pensamentos e vergonhas alheias e após ter ouvido algumas músicas depressivas para alegrar o meu humor. Eu me levantei da cama e tomei um banho, para tentar me animar um pouco mais. Algo me diz que hoje será um longo dia, mas não sei o porquê.

— Ei, Miguel — Chamou minha atenção, assim que saí do quarto, mas evitei olhar para ele, devido a tamanha vergonha que sinto devido ao sonho — Esqueci de avisar a você, mas alguns amigos vêm aqui em casa — Disse.

— Hoje? — O olhei rapidamente e ele se sentou no sofá e pareceu procurar por algo.

— É..., bom que você conhece novas pessoas e também tenta se enturmar com elas. Não são muitos, são só três amigos. Eu os conheci quando me mudei para cá, então sei que são ótimas pessoas.

— Tomara...

Geralmente conhecer gente nova me assusta um pouco, porque nunca sei como agir ou que dizer.

— Olha, aí na cozinha tem tudo o que precisa para fazer o seu café.

Fui até a parte da cozinha, dividida pelo balcão e procurei tudo o que precisaria para fazer o meu café da manhã.

Então é... Amor (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora