Então é... Amor (Romance Gay)

Capítulo 4

Acordei um pouco nervoso, pois esse seria o meu primeiro dia no trabalho novo — além de ser o meu primeiro emprego. Às vezes me sinto envergonhado por nunca ter trabalhado, já que nunca me deram nenhuma oportunidade de emprego, malditas pessoas.

Fiquei sentado na cama durante alguns instantes, tentando criar coragem para me levantar — de fato — e agir. Algumas coisas do dia anterior vieram à minha mente, como a leve discussão que o Rafael e eu tivemos — a troco de nada. No entanto, eu não vou agir de maneira estranha com ele, fingirei que isso nunca aconteceu, além disso, são coisas que acontecem e às vezes não se pode controlar.

— Ei, não precisa ficar nervoso — Rafael sentou-se ao meu lado, no balcão, para tomarmos o café da manhã juntos e aparentemente, para ele também está tudo bem em relação a ontem, acho que é melhor assim.

O que também me deixa feliz é que não tive mais nenhum tipo de sonho ''estranho'' com ele, ao menos até então e espero que continue assim. Me sinto um pouco culpado por ter aquele tipo de sonho com ele, mas foi mais forte e eu simplesmente não pude controlar. Espero que realmente nunca mais aconteça esse tipo de coisa.

— Eu tenho medo de fazer algo errado — Respirei fundo — Nunca trabalhei e tenho medo de que aconteça tudo o que não presta no meu primeiro dia em um emprego.

— Ele contratou você, mesmo sabendo que não tem experiências, então ele está ciente de que pode ocorrer algum erro. E outra, até pessoas experientes cometem erros, então não tem nada com o que você precisa se preocupar, a não ser, se concentrar no trabalho. Vai dar tudo certo! — Disse em um tom bem animador — Tenha pensamentos positivos!

De uma certa forma isso acabou me dando uma certa energia para enfrentar o trabalho. Espero que corra tudo bem, porque eu não posso ser demitido. Seria completamente humilhante ser demitido no primeiro dia de emprego por cometer algum erro — que isso não me aconteça, amém.

— Você tem razão...

— Sim, eu tenho — Riu — Então, você dormiu bem?

O que mais me surpreende é que ele realmente está bem com o que aconteceu ontem, talvez durante a noite tenha refletido que aquela foi uma atitude um pouco sem sentido e deve ter se arrependido e assim, está agindo normalmente.

— Acho que sim — Bocejei — Mas estava um pouco ansioso por conta de hoje e também porque o primeiro dia de aula na universidade está se aproximando, então..., algumas doses de ansiedade e medo, mas faz parte.

— Consigo imaginar, o primeiro dia de aula é sempre assustador em qualquer lugar. Por sorte, na escola, nós tínhamos um ao outro e isso facilitava as coisas. Nós dois éramos como unha e carne e nada nos separava, só os professores, quando nós conversávamos demais durante a aula — Riu.

Realmente o nosso tempo durante a escola foi mágico e eu acho que gostaria de voltar um pouco no tempo e viver tudo isso de novo, nem que fosse somente por um dia. Não é como se a nossa relação de amizade tivesse tido um declínio ou qualquer outra coisa do tipo, mas seria bom reviver aqueles bons momentos mais uma vez.

— Tenho que concordar — Tomei um pouco do café — Sinto saudade de quando estudávamos juntos.

— Mas porque ter saudades daquela época? Agora estamos morando juntos e isso é bem melhor, não é? — Me olhou rapidamente e logo desviou o olhar, mas novamente me olhou — Eu queria pedir desculpas por ontem... — Disse.

— Ah... — Respirei fundo — Eu já tinha me esquecido do que aconteceu ontem — Acabei olhando de relance para o canto do balcão e vi o arranjo de flores que o Fabrício havia me dado antes de voltarmos para casa.