Colocava o dólar na máquina de café, um café quente e sem açúcar, para que eu pudesse aguentar o resto da madrugada, três e sete da madrugada, Lawrence estava no soro e usava o nebulizador , para que ele pudesse respirar melhor.
Ele estava deitado na poltrona, as vezes tossia, me procurando com o olhar, por hora, ele estava dormindo com o moletom por cima de seu corpo.
Sua febre havia baixado um pouco, o ajudando dormir, mas ele ainda reclamava de dores no peito e corpo.
Me peguei observando seu rosto, suas sobrancelhas franzida como se estivesse sonhando com algo.
O doutor disse que ele poderia alucinar em alguns casos, levei o copo descartável aos meus lábios, usufruindo do líquido amargo.
Levemente, o homem movimentou sua cabeça de uma lado para o outro, murmurando algo que saiu abafado, mais o suficiente para meu coração acelerar.
- Camz..... não me deixe sozinho.... não de novo....- o que seria isso?, uma obsessão doentia?, um amor platônico.
Suas pálpebras tremeram, e logo ele abriu seus olhos, ambos cheio de lágrimas, me procurando com o olhar, Lawrence me achou, esticou sua mão com a palma virada para cima.
Descartei o copo antes de ir ao seu encontro, toquei sua mão quente, que envolveu a minha, seus olhos me analisaram por completo e apenas uma lágrima solitária desceu por sua bochecha.
O choque de realidade bateu em minhas costas, o que eu estava fazendo?, desamarrado todos os meus laços para ficar ao lado de um homem que me fez de idiota o tempo todo.
Cuidando de um ser humano que deveria ser desprezado no mundo pelos seus crimes, Lawrence estava destinado a morrer sozinho, criações de sua espécie, não tem se quer um dia glorioso na terra.
Minha mente trabalhava nisso, odia-lo para que ele sinta na pele o que fez comigo, para que ele se sinta desprezado e rejeitado por a pessoa que ele tem mais afeto.
Mas meu coração gritava para deixar tudo no passado, e construir uma nova vida ao lado do homem que sempre me teve em seus braços, todos os dias olho para minha filha e vejo o quão injusta fui com ela.
Burra por deixar murmúrios detonar minha cabeça e escolher o que é errado, por minha culpa, Elise tem mathew como um pai, mas ela sente que não é ele.
O destino resolveu colocar pai e filha frente a frente, como dois desconhecido qualquer, até que Elise sentiu sua presença em Lawrence, Lawrence sentiu a necessidade de ficar ao seu lado, mesmo que como um amigo.
Tive amigos a minha volta que sempre decidiriam minha vida por mim, sempre me disseram o que era para fazer e o que fazer.
Toda a mentira desses anos , caiu em minhas costas, carrego um grande fardo por culpa alheias.
Estúpida ao ponto de deixar que comandassem minha vida como um jogo de vídeo game, onde sempre há um vencedor e perdedor nessa jornada.
- camz....posso te contar algo?....- assenti, submersa em meus pensamentos.- senta aqui.- me sentei ao seu lado, ele segurou minha mão com força, com medo de que eu me soltasse dele.
- quando eu tinha cinco anos, Clara havia acabado de ganhar um bebê, o nome dele era lunter, o meu mais novo irmão, sete anos depois, eu e lunter éramos inseparáveis, ele com seus sete anos e eu com doze, me lembro como se fosse hoje, em uma manhã de quinta feira normalmente como todas as outras, fomos a aula e eu o levei em sua sala, indo para a minha.- engoliu seco, tirando o inalador para falar melhor.
- fui procurar lunter para lanchar, escutei murmúrios pelo colégio e segui a linha de alunos, ao chegar na quadra....- sua voz vacilou.- lunter estava no chão ensanguentado e dois alunos maiores estavam machucando ele Camz.... saí empurrando todo mundo que estava na frente e o peguei em meu colo, ele já não estava vivo, o envolvimento da briga eu não sei, mais eu fiquei tão transtornado.....meus pais foram chamados e eu fui chamado de inútil por Michael, desgraçado, hipócrita por não ter salvado o meu irmão.
Limpei as lágrimas que caíram de seus olhos, ele fechou os olhos com o contato e voltou a falar.
- Michael me espancou na segunda noite, sua ficha caiu e o seu filho preferido estava a sete palmos do chão, por um fio Camz, apenas por um fio eu consegui viver.
- você nunca me contou isso.- ele suspirou.
- eu tive medo....medo de você me rejeitar, mas acontece que isso me afetou no tempo em que eu estava com você e isso acabou te afetando, te machuquei e me machuquei por perder uma mulher incrível como você na minha vida, me desculpa....
Beijei sua testa, colocando o inalador de volta ao seu rosto, ele deitou em meu ombro, enquanto se lamentava, mais em nenhum momento, soltou minha mão.
As vezes decidimos algo sem saber a verdade, e isso acaba como agora, ambos para os seus lados.
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o outro lado do paraíso
AléatoireCamila tem uma vida tranquila e simples na cidade de tampa, na Flórida, com o seu avô, Adalto e a amizade de Matthew hussey que sempre foi apaixonado por ela. A mudança em seu destino é selada quando conhece Lawrence morgado, herdeiro de uma família...