capítulo dois

295 22 8
                                    

Obs: não estamos romantizando a agressão/estrupo

Mais uma vez, eu me encontro nessa cama, ao lado do homem que eu amo, ele dormia serenamente, sua respiração estava calma a qualquer momento ele poderia acordar.

Meu reflexo no espelho estava pior do que antes, havia ganhado um olho roxo, sem motivo algum, ele chegou bêbado e fora de sí, descontando sua fúria em mim. Não pude reclamar, engoli o choro, escutando todos os seus insultos.

Lavei o rosto, passando uma pomada para dor ao redor do meu olho, já havia tomado banho a alguns minutos atrás, arrumei meu cabelo que batia em meus quadris cheirosos e hidratados.

- bom dia.- as mãos grandes do homem seguraram minha cintura, beijando meu ombro exposto, respirei fundo, tentando afastar o tremor que havia se instalado em meu corpo.

- bom...dia.- o olhei pelo espelho, e ele sorriu satisfeito desferindo um tapa forte em minha bunda, meu corpo convulsionou para frente devido ao tapa. Eu queria sair daquele banheiro o mais rápido possível.

- está bonita, irá sair?.- ele perguntou, enquanto virava de costas, levantando a tampa do vaso sanitário, o som de sua urina batendo contra a água do vaso era irritante.

- sim, irei me encontrar com as meninas.- ele fez um som nasal concordando, lavando suas mãos logo em seguida.

- tome cuidado no caminho, meu amor.- ele beijou meus lábios, em um beijo lento e apaixonado, seus olhos brilhavam em minha direção, queria tanto que isso não passasse apenas de uma mera ilusão.

- tudo bem, volto cedo, provavelmente antes do jantar.- ele assentiu, deixando um beijo em minha testa logo se afastando.

Um suspiro saiu de minha garganta, ele as vezes era tão carinhoso, não se mostrava ser aquele monstro quando chegava bêbado em casa.

Ao chegar no restaurante, onde estava minhas amigas, dei uma última olhada em meu reflexo pela câmera do celular, vendo que a maquiagem escondeu um pouco o arroxeado que tinha em meu olho.

- bom dia meninas.- dei meu melhor sorriso, recebendo um abraço caloroso de Dinah, para logo após receber o de Selena, ambas minhas melhores amigas.

- como está chancho?.- Dinah perguntou, depois de um longo silêncio.

- ah chee, estou bem.- menti, sentindo o champanhe borbulhar em minha garganta assim que o engolir.

- você quer mentir logo para nós Camila?, Uma advogada e uma psicóloga?.- Selena perguntou, com uma pitada de deboche em sua voz, suspirei negando, vendo Dinah soltar o garfo em seu prato.

- foi ele que fez isso novamente?.- ambas estavam olhando para meu olho direito, não dava para ver tanto o arroxeado, mais sentia ele um pouco inchado.

- eu estou tão cansada, uma hora ele me espanca e diz coisas horríveis, outra hora ele me trata como se realmente se importasse comigo.- desabafei, sentido as lágrimas brotarem em meus olhos.

- já falamos para você o denunciar, ele te bate, te abusa sexualmente Camila !, Tem que Tomar as rédeas antes que você sofra mais e mais.

- não é tão fácil assim, ele é poderoso e.... céus, se eu o denuncia-lo, ele pode muito bem pagar juiz, advogado, políciais o que for. É isso me trará mais problemas, Dinah eu posso morrer nas mãos dele.- eu falava, sentindo um nó se formando em minha garganta.

- Camila está certa Dinah, precisamos de provas concretas para poder acusa-lo de abuso sexual, estrupo e agressão doméstica e agressões físicas.- Selena olhava para mim. Tentando pensar em algo.

- ele só tem um temperamento forte, não precisa disso tudo.- eu já estava começando a ficar desconfortável com o assunto.

- "ah ele só tem um temperamento forte, não precisa disso tudo mimimi" , droga Camila!, O cara te humilha de mil formas diferentes e você diz que é só um temperamento forte?, Acorda para vida, século vinte um.- eu estava levando uma bela bronca de Dinah.

- olha dinah, agradeço a sua preocupação mais não, vamos deixar esse assunto de lado, por favor.- suplicava, pedindo para deixar o assunto de lado.

- tudo bem Camila, faça o que achar melhor, agora não pense que eu desistir de denuncia-lo.- Selena estava prestando atenção na conversa,  como uma boa psicóloga , ela só escutava.

- obrigada.- me limitei nas palavras.

Almoçamos entre conversas, Selena havia tirando aquele clima desconfortável que havia se instalado mais cedo.

Já era cinco e meia da tarde quando lawrence me mandou mensagem, mandando ir para casa, diz ele que tinha algo para mim , ele estava muito estranho fico até desconfiada.

O segurança abriu a porta da grande mansão, me dando boa noite, sorri agradecendo, fui recebida por dona Maria, que me olhava estranho mais estava sorrindo, acho que a paz prevalece naquela casa.

- boa noite, meu amor.- lawrence apareceu em minha frente, com um sorriso encantador me desejando boa noite, ele usava uma calça social preta, com uma camisa social da mesma cor, estava muito cheiroso.

- boa noite.- ele sorriu , e deixou um beijo castro em minha testa.

- quero passar uma noite agradável ao lado da minha esposa, estou com saudades.- sorri, achando estranho, pelo menos nossa relação estava instável.

- Ah, claro, vou tomar banho antes.- ele assentiu sem tirar o sorriso do rosto.

Em poucos minutos, eu já me encontrava na varanda com ele. Estávamos conversando sobre assuntos aleatórios, ele sempre fazia questão de sorrir e tocar minha mão sempre que conseguia.

Lawrence não era um homem ruim, pelo contrário, ele era calmo e muito atencioso, mais de uns tempos para cá ele mudou bastante, quando ele bebia ele se descontrolava, tentava descontar sua raiva em si mesmo, várias vezes já o peguei se arranhando ou com algum machucado.

Seu sorriso era tão lindo....

- amanhã a noite, tenho um jantar importante para ir, gostaria que fosse.- ele deixou um beijo em minha mão, me olhando com seus lindos olhos verdes.

- Claro, seus pais vão?.- perguntei, e ele assentiu.

- clara está com saudades de você.- sorri, dona clara era um amor de pessoa.

- faz um bom tempo desde que fomos visitar seus pais.- ele concordou, me puxando para ele, seus lábios foram de encontro ao meu pescoço, o beijando de forma suave.

- está cheirosa, meu bem.- meus dedos puxaram seu rosto, o obrigando me olhar, sem cerimônia alguma, tomei seus lábios em um beijo afoito, ele não se fez de rogado e retribuiu na mesma intensidade.

Suas mãos pararam em minha cintura, me apertando de forma bruta, um gemido manhoso saiu de meus lábios, ao senti-lo endurecer embaixo de mim.

Minha noite estava agradável, sem agressões, sem abusos e muito menos insultos, eu amava aquele homem como não amei nenhum outro, ele era o meu homem.

o outro lado do paraíso Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin