o outro lado do paraíso

capítulo dezessete

• maratona 2/4.

- os ganhadores do passeio foram desclassificados dos outros jogos, a volta do passeio será por volta do domingo, ainda pela manhã, mas já que estamos aqui, futebol será o primeiro jogo, cada jogo terá vinte minutos, dez no primeiro tempo e dez no segundo, lembrando!, quatro na linha e um no gol.

O dia estava quente, sentia minhas costas arderem pelo sol, usava apenas um calção praiano e um boné para trás, estava descalço como todos os outros ali.

No total, três jogos estavam sendo executados, futebol, vôlei e handebol, ambos em quadras diferentes.

Os jogo começaram, me fazendo ficar atento, mas minha distração foi tomada por uma latina, Camila havia acabado de deitar ao lado de minha mãe na espreguiçadeira.

Usava um biquíni azul bebê minúsculo, ofeguei quando ela ficou de costas, atrás, apenas um fio sustentando o biquíni, uma dor insuportável tomava conta do meu membro.

Estava sendo um tarado por ficar excitado por minha ex mulher.

Algumas mulheres estavam na piscina curtindo o sol, deixei que o jogo rolasse e sai para atender meu celular que tocava incansavelmente.

- finalmente resolveu me atender!, bom dia Michael, como se sente tendo trinta e dois anos?.

- me sinto velho....- sorri.

- ainda bem, parabéns Michael, me desculpe por não conseguir comparecer ao final de semana beneficente, mas não tenha dúvidas, segunda lhe darei um presente e um abraço apertado.

- acredito em você hazz.... obrigado por me parabenizar, minha própria mãe esqueceu meu aniversário, mas isso já virou um hábito, tantos anos sem me ver ou falar comigo, já era de se esperar.

Priscila me mandou os parabéns, e a chamada foi encerrada por Harry, odiava atrapalhar seu relacionamento, tinha que encontrar um apartamento para mim urgentemente.

O restante do dia foi produtivo, concluímos mais da metade dos jogos, inclusive, participei de vários.

Já era fim de tarde, a maioria estava na piscina ainda, bebendo e comendo bons petiscos, outros já havia hibernado em seus quartos.

Respirei profundamente antes de pegar impulso ficando de cabeça para baixo, meus braços estavam sustentando o meu corpo, fechei meus olhos me concentrando em me manter parado.

- o que está fazendo?.- me assustei com a voz, caindo de barriga no chão.- wow.... machucou?.

- o que?, claro que não, estava me exercitando.- falei fazendo flexões enquanto levantava o olhar para voz que estava falando comigo.- Olá Mabel.

- Oi Lawrence, é muito difícil fazer isso?, nunca consegui fazer.- se agachou ao meu lado, contava na mente quantas flexões estava fazendo.

- depende, talvez você não esteja executando os exercícios certos, por isso não consegue fazer, primeiro de tudo, é bom flexionar bem os braços, ele é a base.

- soube que estava preso, um motivo surpreendente.- comentou.- tão bonito.... não achava que transava a força, a moça havia dito não?.

- isso é um assunto que não se diz ao seu respeito.- me coloquei de pé.

- então é verdade....-sussurrou para si mesma.

- não disse que não era, mas isso é um assunto que eu não gosto de falar, principalmente assim a Vulso.- tentei ser simpático.- se me permite, preciso tomar um banho.

- caso precise de uma ajudinha, sabe onde é o meu quarto, não precisará me forçar a transar com você, eu estou disponível a todo momento.- sorriu, jogando o cabelo para trás sensualmente.

Mabel era dona de uma beleza jovial, ruiva dos olhos claros, pele branca como neve, um corpo modelado graciosamente, mas era algo que não me chamava atenção.

- me desculpe a arrogância, mas eu amo a mulher ainda, a amo de todas as formas, as coisas não estão boa para nós dois, mas eu a amo e isso ninguém pode mudar.

- isso é apenas uma obsessão, abusar de uma garota te deixa excitado a parte de que ela só foi sua te instiga, por isso tanto interesse, um corpo Virgem totalmente livre de toques, uma obsessão doentia da sua parte.- Mabel ficou próxima ao meu rosto, um sorriso de lado enfeitava sua boca.- qualquer boceta virgem te deixa louco....

- você não sabe o que diz.- ofeguei.-  eu cometi erros graves, eu sei disso, mas paguei pelos meus erros e....eu nunca abusaria de ninguém, eu estava louco, a mulher que me amava pegou a minha pior versão, machuquei a mulher que amava por um passado conturbado.

- isso não justifica, suas marcas ficaram nela, nada vai mudar o passado, nada vai mudar o fato de você ter a tocado, beijado agressivamente aquele corpo, qual a sensação que você sentia?, excitado em vê-la implorar para você parar?.

Recuei para trás, encolhendo meus ombros em defesa, suas palavras estava me afetando.

Sentia que ela não estava falando apenas de Camila.

- Alexa Marie.... esse nome te lembra alguém?.- meu coração acelerou, fazia anos que não escutava esse nome.

- como você sabe?....- minha voz oscilou.

- sua memória é tão fraca..... Alexa te fodeu e muito bem fodido.- sorriu negando.- você matou Alexa....

- eu não a matei!.- rosnei dando um passo a frente.- se não sabe da história não deveria sair acusando os outros assim.

- rico, mimado, filhinho de papai, sua ficha foi limpa naquela época Lawrence, mas agora parece estar bem suja, Camila cabello o nome da moça, não?.

- não envolva Camila nisso, ela não tem nada haver com o passado, Alexa já está morta e seu corpo nem existe mais!.- sua mão veio a minha face, deixando um tapa estralado.

- você deveria estar atrás das grades, canalha.....morrer deveria ser uma ótima proposta, você tem que pagar a vida de Alexa, pagar com sua vida!.

- me matar não vai trazer a vida de Alexa de volta, se ela está morta foi por culpa dela, meu passado é uma coisa que só eu deveria ter acesso, esse caso foi abafado a anos atrás.... não vou me deixar abalar por suas acusações sem provas ou fundamento.

- eu vou ter provas, e vou levá-las ao tribunal, você irá apodrecer na cadeia Lawrence, escreve o que eu estou dizendo.- sussurrou em meu ouvido, saindo de minhas vistas.

Uma lágrima solitária desceu em minha bochecha, a limpei colocando um sorriso falso nos lábios, para ficar apresentável a minha mãe que me chamava com as mãos.