Fechei os olhos com força, ao sentir o terceiro soco em minha boca, os policiais tinha a mania de bater na cara, o aperto em meu pulso estava desconfortável.
Uma hora que eu havia passado naquela sala, já estava com o supercílio esquerdo cortado, a lateral de meus lábios cortados, pois sentia o gosto ferroso em minha língua, e minha bochecha levemente arranhada.
Elise foi levada para uma sala onde ela pudesse se distrair , meu coração doeu ao vê-la me chamando diversas vezes.
- por aqui novamente, Lawrence jauregui.- sorriu o delegado, não conhecia esse, haviam colocado um novo, porém, ele tinha minha ficha.- estrupo, abuso, abuso físico e verbal entre outros, e agora, sequestro, o tempo que passou naquele presídio não te ensinou nada?.
Fixei meus olhos em minha mão.
- estou falando com você!.- fechei os olhos, engoli seco, sua mão pesou em minha face sem dó.
- ensinou.... senhor.- falei baixo, ele sorriu satisfeito, voltando a sentar em sua mesa.
A porta abriu, e um policial pediu licença, Clara entrou na sala sendo acompanhada por Michael, não poderia levantar para abraça-la, mais só em vê-la, meus olhos encheram de lágrimas.
- mãe...- sussurrei, seus olhos transmitia medo e tristeza.- eu não fiz nada...
- eu sei amor.... mamãe sabe.- sentou ao meu lado , beijando minha cabeça.- o que fizeram com você?.
Tocou levemente minhas feridas.
Neguei, dando de ombros.
- levante.- Michael parou em minha frente, ele estava irritado, me coloquei de pé, abaixando a cabeça, não conseguia sustentar meu olhar no dele.- olhe para mim!.- pediu rudemente, levantei meu olhar, fechando meus olhos em seguida.
Michael me desferiu um, dois , três, quatro tapas ao ser intervido por clara.
- Michael!, não faça isso, é nosso filho!.- mamãe estava assustada.
- seu filho!, eu já disse que meu ele não é nada.- sentia o peso do seu olhar em mim.- isso foi pouco, ele merece muito mais.- ameaçou me bater novamente, mas clara entrou em minha frente.- senhor Wolff, se esse bastardo der trabalho, não pense duas vezes antes de lhe dar uma surra, ele precisa aprender o que é certo.- comunicou o delegado que assentiu.
Michael limpou suas mãos, sentando longe de mim, voltei a me sentar, segurando o choro que estava em minha garganta.
- senhor Wolff....a mãe da garota está aí.- comunicou o policial ao entrar na sala.
- mande ela entrar, não quero interrupções.- falou o delegado.
Abaixei a cabeça, olhando para as algemas em meu pulso, tentava me manter quieto, pois eu estava com a mente limpa.
- onde está a minha filha!?.- reconhecia aquela voz, levantei o olhar observando a mulher nervosa olhando para o delegado, uma angústia tomou conta do meu peito.
Atrás dela estava Dinah.
- se acalme por favor....sou o delegado Wolff e encontramos sua filha em uma loja de conveniência juntamente ao homem, esse é o sequestrador.- o delegado me olhou, Camila segiu seu olhar, quando seu olhar caiu em cima de mim, ela parecia ter ficado muda, nenhum expressão facial era decidida.
- você.....- Dinah tomou a frente, me puxando pela camisa.- sua cota de limites esgotou comigo.- seu punho veio em minha face, me derrubando por cima das cadeiras, levantei meus braços tentando me proteger de seus soco.
- saia de cima do meu filho!, socorro!, delegado!.- clara gritava pedindo ajuda, e tentava tirar a mulher de cima de mim.
Dinah esmurrou meu estômago, me fazendo perder os sentidos, desnorteado, deixei que ela me machucasse, seus movimentos são rápidos e certeiros.
A poça de sangue em minha boca, me fazia engasgar constantemente.
- ela vai matar o meu filho!.- exclamou clara, Michael não movia um dedo, o delegado suspirou se levantando, chamou os policiais, que rapidamente tiraram Dinah de cima de mim.
Com minha visão desfocada, conseguia ver sua mão suja de sangue, juntamente a sua camisa e alguns respingos que caiu em sua pele exposta.
- onde está, minha filha.- Camila desviou o olhar para o delegado.
- está bem, está na sala ao lado brincando.- tranquilizou Camila, os policiais levaram dinah, a contra gosto dela.
- eu quero falar com ele.- Camila fez questão de não olhar em minha cara.- a sós
- vamos sair , por favor, qualquer coisa, grite.- alertou o delegado, Michael foi o primeiro a sair.
- escute o meu filho, por favor Camila...- clara pediu aos prantos, ao ser tirada da sala.
Jogado no chão, me arrastei até encostar na parede, minha cabeça doía e minha visão turva não me ajudava, Camila andou vagarosamente desviando do sangue que estava no chão, se agachou a minha frente, me olhando fixamente.
- achei que tivesse mudado.- murmurou, seus olhos não vacilaram a nenhum momento.- te deixei me usar como uma marionete Lawrence, agora minha filha, você não vai encostar um dedo nela.
- Camila.....
- eu ainda não acabei.... está me ouvindo com atenção?.- assenti vagarosamente.- estou a um deslize de te deixar apodrecer nessa cadeia Lawrence, pouco me importa se você vai acabar assim.- apontou para o meu estado.- sua vida está em minhas mãos, minha palavra é que vai fazer você ficar preso pelo resto de sua vida, ou vai sair daqui livre e vai continuar fazendo besteira.
- antes....de foder minha vida, pergunte a Elise o que ela quer fazer hoje, amanhã, ou depois.- murmurei, Camila me puxou pela Camisa, olhando em meus olhos friamente.
- não me diga o que fazer com minha filha.- a mão da mulher veio em minha face, jurava sentir seus anéis em meus osso do rosto.- saia do meu caminho Lawrence, apenas isso.- me empurrou, me fazendo bater as costas na parede com força.
- Camila....- me arrisquei, chamando a atenção da mulher que já estava de pé.- eu te amo.....
Meu coração acelerou intensamente, queria poder segurar sua mão e colocá-la em meu peito.
Em passos largos, ela abriu a porta, saindo em seguida, me deixando sozinho.
Novamente......
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o outro lado do paraíso
RandomCamila tem uma vida tranquila e simples na cidade de tampa, na Flórida, com o seu avô, Adalto e a amizade de Matthew hussey que sempre foi apaixonado por ela. A mudança em seu destino é selada quando conhece Lawrence morgado, herdeiro de uma família...