o outro lado do paraíso

capítulo sete

* A história deu um grande avanço, os capítulos passados foi como estivesse relembrando o passado, agora a história foca aqui, desse capítulo e em diante, não haverá mais relações sexuais com abusos, estrupos ou qualquer outra coisa, aproveitem bastante o capítulo, não foi revisado*

Obs: não estou romantizando o estrupo

_DEZ ANOS DEPOIS_

- senhorita cabello?, haverá uma reunião no fim da tarde e por agora, o senhor mathew está lhe esperando.

- mande-o entrar Stacy, pode sair para almoçar mais cedo hoje.- guardei as planilhas que estava lendo, levantando o olhar para a garota que sorriu e se retirou.

Demorou alguns segundos para mathew entrar na sala e fechar a porta, o homem estava com um sorriso radiante nos lábios.

- está administrando muito bem a jauregui interprise.- se sentou a minha frente.- ainda estou pensando na divisão dos bens, ele deixou tudo para você Camila, seu pedido foi apenas um pequeno apartamento e sua conta cheia com alguns dólares, não irá trocar o nome da empresa?.

Neguei checando as horas em meu celular.

- ele construiu tudo do zero, por mais que esteja em meu nome, não vou mudar nada, você deveria ter esquecido dele, já fazem dez anos.

- tudo bem...mas não vim aqui para isso, Lawrence foi solto.

Meu coração acelerou ao ouvir o seu nome, ele havia sido solto?, sua pena era de quinze anos, ainda faltava cinco.

- solto?, ele não teve direito a fiança mathew.- ele assentiu.

- obediência, bom comportamento Camila, lá eles tem um tipo de trabalho, lavar, passar, capinar, tudo isso conta como bom comportamento, sua pena foi reduzida a dois anos atrás, e bom....ele foi solto, pelo o que me disseram, sua saída foi hoje pela manhã.

- então....ele está livre?.- minha voz saiu aterrorizada, estava com medo da sua presença.

- sim, todas as terças e sextas ele estava fazendo psicoterapia para curar seu transtorno de dupla personalidade, acredito que ele esteja melhor.- assenti.- não vamos falar dele, devemos ir almoçar?.

- Claro....vamos.

Nós primeiros anos sua ausência foi difícil para mim, mesmo depois de agressões ou qualquer outro tipo de abuso, era ele quem estava ali para mim, sua personalidade estava o destruindo da pior maneira possível.

Conheci Lawrence muita nova, havia acabado de fazer dezoito anos enquanto ele acabará de fazer vinte e um, nós encontramos em um festival na cidade de tampa na Flórida.

Flashback on

A música rolava pelas ruas contagiando as pessoas que estavam por ela, caminhava entre as pessoas deixando meu corpo ser levado entre as batidas musicais.

Com uma pequena garrafinha de água em mão, absorvi o líquido retirando o excesso de suor que estava em minha testa.

Um corpo esbarrou em mim, derrubando o meu celular no chão, iria me abaixar para pegar quando o homem o pegou me olhando, seus olhos focaram no aparelho onde ele o limpou e me devolveu com um sorriso.

- não quebrou, tenha cuidado da próxima vez.- assenti envergonhada com o seu olhar, o homem trajava uma roupa fina e confortável e um óculos escuro tampava seus olhos.- me chamo Lawrence.

- Camila.... obrigado por isso.- levantei o celular o sacudindo.- parece ser turista.

- eu sou!, vim de Miami, resolvi apreciar a cultura da cidade de tampa, quer ser minha guia turística?.- sorri assentindo.- ótimo Camila, irei pegar apenas uma água de coco.

Fomos a barraca mais próxima, o vendendo cobrou quase quinze dólares por um coco, prendi minha respiração proibindo que minha risada saísse.

- uma água de coco para mim, no capricho houver.- espalmei minha mão no balcão, pegando dois pirulitos.

- no capricho Camilinha, apenas dois dólares.- sorriu, Lawrence me olhou surpreso.

- hey!, cobrou quinze dólares por um mísero coco, e a ela apenas dois dólares?.- o homem ao meu lado estava indignado.

- conheço turista de longe meu jovem, se é turista tem dinheiro, aproveitem bastante essa água fresquinha.

Ainda resmungando, Lawrence tomou sua água enquanto conversamos conhecendo um ao outro, logo os cocos foram para o lixo e voltamos a caminhar pelas ruas animadas.

- então você mora com o seu avô?, incrível camila.- lhe ofereci um pirulito, que aceitou murmurando um obrigado.

- sim!, e você?, trabalha, faz alguma coisa da vida?.- ele levantou seu óculos, me olhando fixamente.

Céus.....eu estava vendo o mar a minha frente, seus olhos verdes e tão chamativos....

- sou dono de uma empresa de petróleo, ainda estou conhecendo lugares e tentando expandir minha empresa.- assenti, maravilhada com os seus olhos.- está me olhando muito...

- desculpe....seus olhos são lindos.- desviei o olhar para o chão, sentindo minhas bochechas vermelhas.

Lawrence correu mais a frente, pulando para conseguir pegar uma flor, parei em meu lugar, e ele voltou segurando a flor branca.

- ficará linda em você.- sua mão segurou delicadamente meu maxilar, colocando a flor em minha orelha, ajeitou meu cabelo e sorriu.- perfeita.

Nossa troca de olhares durou por mais que dois minutos, em um só lavanco ele me puxou beijando meus lábios.

Entregue ao beijo abracei seu pescoço, nada que fosse explícito, apenas um beijo calmo e cheio de múltiplas coisas, a borboleta de meu estômago estava voando como se nunca tivesse feito isso.

Ele deixou meus lábios para me olhar com um sorriso radiante e entrelaçou nossas mãos.

- então...me fala direitinho sobre a cultura de tampa.- caminhamos vagarosamente pelas ruas, dando voltas e voltas.

Aquela tarde foi sem dúvidas uma das melhores em minha vida.

Flashback off

- Camila?, está voando ai, já chegamos.- balancei a cabeça saindo de meus pensamentos, mathew havia estacionado em um restaurante que costumava vim com Lawrence.

- desculpe, vamos sair?, estou faminta.- desci do carro sendo acompanhada por ele.

Entramos no local e o recepcionista nos levou a uma mesa isolada, o garçom chegou logo após com o cardápio em mãos.

Demoramos quase dez minutos para decidir um prato.

- um suco de maracujá e o prato número quinze.- mathew falava enquanto o garçom anotava.- e você, Camila?.

- um....

- senhora jauregui!?, céus....me perdoe por não tê-la reconhecido, está muito bonita.- sorriu.- o mesmo prato de sempre?, arroz com fruto do mar, o polvo tem que ser bem maçaricado e a lula cortada em tiras, os camarões em bom tamanho bastante queixo e bons mexilhões acompanhado de um vinho branco.

- oh....sim, irei querer esse mesmo.- o homem saiu eufórico para a cozinha, mathew me olhou com as sobrancelhas arqueadas.- vínhamos com frequência aqui, e Lawrence sempre pedia o meu prato.

- entendo....como está o seu avô?.

- aguentando, não tem dinheiro que o faça ficar bom, vovô está com quase noventa anos mathew, está bastante velho, ele me viu nascer, crescer, casar, ele fez parte de tudo, dos momentos ruins aos bons.

- um homem de ferro Camila, seu Adalto é um homem de ferro.- assenti observando a vista lá fora.

Uma única coisa rondava minha mente, Lawrence estava solto, e a qualquer momento eu poderia encontrá-lo.