𝐃𝐀𝐍𝐂𝐈𝐍𝐆 𝐖𝐈𝐓𝐇 𝐓𝐇𝐄 𝐃𝐄𝐕𝐈𝐋 • 𝐀𝐞𝐦𝐨𝐧𝐝 𝐓𝐚𝐫𝐠𝐚𝐫𝐲𝐞𝐧

𝐓𝐖𝐄𝐍𝐓𝐘 𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓

   Após a "reconciliação" com o sobrinho, Aemond e Ryen se direcionaram para o quarto secreto o qual já havia se tornado praticamente deles. Ryen esvaziou uma garrafa de hidromel antes de depositá-la ao lado da cama e deitar-se ao lado de seu irmão e noivo.

— Como você se sente?

— Como se tivesse tirado um grande peso das minhas costas - Aemond respondeu encarando o teto e logo em seguida direcionando seu único olho para Ryen. — Como você faz isso?

— Isso o que, meu amor?

— Curar tudo e todos - Ele sorriu, acariciando o rosto dela. — Porra, as vezes acho que você é mesmo um anjo.

— Eu não fiz nada demais, Aemond.

   Ryen riu baixinho, mesmo depois de tudo o que viveu com Aemond e ainda estando noiva dele, ela não conseguia evitar ficar corada perante o olhar dele. Não havia dúvidas de que se amavam e agora que o caso de Sor Vaemond havia sido "resolvido", eles poderiam se casar e serem felizes bem longe de Alicent, Otto... e de todos os traumas.

— Você me salvou, Ryen - O príncipe depositou um delicado beijo na ponta do nariz dela. — Sabe que se eu pudesse, me casaria com você agora mesmo, não sabe?

— Quando Rhaenyra voltar para Pedra do Dragão, iremos com ela?

— Sim, nós iremos. Nos casaremos em Pedra do Dragão - Aemond afastou algumas mechas loiras da face de Ryen, analisando cada detalhe do rosto dela. — Você está bem? Percebi que anda bem pensativa estes dias.

— Não é nada demais.

  Ryen deu um pequeno sorriso para disfarçar mas havia algo de errado e Aemond também sentia isso, apesar de não saber exatamente o que era. Então, ele perguntou:

— Você não quer... se casar comigo?

— O que?

— Você se arrepende de ter aceitado?

— Aemond, veja que tolices está dizendo! - A princesa riu mas ele permaneceu sério, como se aguardasse uma resposta. Ryen aproximou-se apenas para beijá-lo suavemente antes de dizer: — É claro que quero me casar com você.

   Aemond não contestou, podia ver nos olhos dela que era verdade. Aqueles olhos verdes que brilhavam apenas para ele como duas esmeraldas. Mesmo que tivesse a plena certeza de que amava Ryen, o príncipe caolho não podia apagar as inseguranças que havia adquirido ao longo do tempo.

  Grande parte de seus traumas foram causados por sua mãe, outros sua própria mente alimentou. Como por exemplo, o plano que martelava em sua mente todos os dias, principalmente quando via Ryen agir como ele.

— Então o que está te afligindo, minha princesa?

— Não é nada, apenas... estou ansiosa para sair daqui e ir para longe daquela puta - Ela xingou, referindo-se a mãe, enquanto deitava a cabeça no ombro de Aemond. — Isso é, se ela não for atrás da gente para me buscar.

— Ela não vai. Ninguém nunca mais vai te fazer mal, Ry. Eu prometo.

   Aemond assegurou, beijando o topo da cabeça dela enquanto pegava no sono aos poucos, sentindo o corpo frio dela se chocar ao calor do seu. Ryen, no entanto, não dormiu de imediato. As memórias vinham em sua mente à todo momento, as ameaças, os traumas, Ryen se sentia sufocada.

  Mesmo que não pudesse contar a verdade, ela estava feliz agora. Ela estava livre da Fé dos Sete e noiva de Aemond, então por que Ryen ainda sentia um grande peso em cima de si?

  Talvez fosse pelo fato de que Larys Strong ainda não havia sido encontrado em lugar algum, o que era muito estranho. Como ela poderia ter paz sabendo que aquele monstro ainda estava por aí? Talvez até mesmo fazendo outras garotinhas como vítimas. Deixando marcas incuráveis na mente e no coração de cada uma, assim como deixou em Ryen.