𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓

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⚠️ TW: Bebidas alcoólicas, palavras de baixo calão e incesto

  Ryen Targaryen não pensou duas vezes antes de aceitar o convite de Aemond e segui-lo através das passagens, sem sequer pensar onde ele estava a levando. Enquanto andavam pelos túneis escuros iluminados apenas pela tocha que o príncipe segurava, Ryen tentava não chorar. Não podia derramar uma lágrima e nem demonstrar qualquer tristeza, isso levantaria suspeitas e por culpa de seu avô, ela havia aprendido que não deveria abrir a boca para ninguém.

Mesmo sendo a vítima de toda a história, a princesa sentia o terrível peso da culpa lhe recair sobre os ombros. Alicent havia a manipulado de um jeito tão intenso que Ryen começou a questionar todo detalhe sobre si mesma.

  Eu sou a moeda de troca. Eu sou a salvação da minha mãe e do meu avô. Sou eu que impeço que Larys Strong solte a língua e revele os sujos segredos dos dois para os Sete Reinos. Eu estou fazendo isso pelo bem da minha família, não é? Pelo bem da minha... da minha honra... que honra, afinal? Aquela que ele me tirou quando me estuprou?

Ainda assim, tenho que aguentar. Se algo der errado, minha mãe e meu avô podem ser mortos e a culpa seria minha, inteiramente minha. Eu não deveria ter contado mas sinto tudo isso vindo na minha garganta, talvez eu devesse lavar a boca com sabão. Deuses, eu gostaria de nunca ter falado, meus machucados ardem tanto. Eu tenho que aguentar isso, pelo menos até morrer, o que acho que não irá demorar muito. Eu estou definhando por dentro.

— O que houve com seu rosto? - Aemond perguntou de repente após uma longa caminhada através dos túneis escuros. Ryen franziu a testa para ele, indicando não ter entendido direito a pergunta. — Tem três arranhões. Um acima da sobrancelha, uma na bochecha e um na boca. O que houve?

  O príncipe tinha um tom frio enquanto olhava para o caminho à frente. É claro que Aemond não pensou em Alicent imediatamente. Afinal Ryen era a filha favorita dela, a única que jamais havia sofrido com a violência de sua mãe ou pelo menos, era isso que ele pensava.

— Eu... eu caí. Foi isso, uma queda, eu... eu realmente sou muito desastrada.

— E que tipo de queda foi essa a ponto de lhe causar arranhões e não hematomas?

  Ryen engoliu em seco. Aemond não a olhava mas permanecia em silêncio a espera de uma resposta e ela definitivamente não sabia o que dizer. Como explicaria que sua mãe havia a agredido por ela ter denunciado o abuso que sofria?

— Onde está me levando afinal? - Ela perguntou, mudando de assunto e finalmente se atentando ao caminho que estavam fazendo. — Estamos entrando em túneis e mais túneis, há tantas passagens assim?

— Mais do que você possa imaginar. Apesar de cruel, Maegor foi esperto e precavido na construção destas passagens.

  Aemond declarou, puxando Ryen pelo braço ao fazerem uma última curva e chegarem em um corredor onde havia apenas uma porta. Naquela noite, o príncipe caolho estava disposto a deixar seus estranhos desejos de lado e voltar ao plano de levar Ryen à sua perdição. Ele daria mais um passo desta vez e sabia que daria certo pois ela estava confiando nele, cada vez mais.

  Quando seu irmão abriu a porta, Ryen se deparou com uma enorme sala iluminada por uma lareira acesa. Haviam quatro poltronas, uma mesa, uma cama no canto do quarto e inúmeras prateleiras com as mais diversas bebidas. A princesa só parou de admirar toda a beleza do local quando ouviu a porta fechar e a presença de Aemond atrás de si lhe causou arrepios.

𝐃𝐀𝐍𝐂𝐈𝐍𝐆 𝐖𝐈𝐓𝐇 𝐓𝐇𝐄 𝐃𝐄𝐕𝐈𝐋 • 𝐀𝐞𝐦𝐨𝐧𝐝 𝐓𝐚𝐫𝐠𝐚𝐫𝐲𝐞𝐧Where stories live. Discover now