𝐃𝐀𝐍𝐂𝐈𝐍𝐆 𝐖𝐈𝐓𝐇 𝐓𝐇𝐄 𝐃𝐄𝐕𝐈𝐋 • 𝐀𝐞𝐦𝐨𝐧𝐝 𝐓𝐚𝐫𝐠𝐚𝐫𝐲𝐞𝐧

𝐓𝐄𝐍.

⚠️ TW: Palavras de baixo calão, homofobia, agressão, mommy issues, autocomparação e automutilação.

   Sentado em meio à uma taberna, Aemond Targaryen apertava sua taça com força. Não conseguia parar de pensar no que havia acontecido, não conseguia parar de pensar no porquê havia beijado Ryen. Quando estava longe de sua irmã caçula, o príncipe só conseguia pensar em seu plano, em arruiná-la e a induzir a fazer as piores coisas possíveis.

Mas quando estava com ela, parecia simplesmente esquecer disso. Seu objetivo aquela noite era apenas fazer com que Ryen bebesse, ver ela ingerir álcool pela primeira vez e talvez até ficar viciada nisso. No entanto, Aemond sequer percebeu o quanto estava se deixando levar. Ele a beijou e deuses, como aquilo foi bom. Aemond frequentava a Baixada das Pulgas desde que tinha treze anos e já havia beijado diversas mulheres e homens, já havia tocado inúmeros lábios mas nenhum iria se comparar aos dela. Jamais.

Quando seus lábios se tocaram, foi como se o céu e o inferno se encontrassem em um único momento. Ela, a pureza em forma humana, e ele, a escuridão personificada. O beijo foi um encontro entre o calor do sol e o frio da noite, uma dança de contrários que se entrelaçaram em um instante eterno.

  Aemond deu um gole em sua bebida, sentindo o líquido descer de forma ardente em sua garganta. Sua mente estava em volta em um turbilhão de pensamentos que envolviam apenas ela, apenas Ryen.

Ela sempre está diante de mim, como um raio de sol em meio à escuridão que me envolve. Desde a infância, seu brilho me cega, despertando em mim uma inveja que eu nunca soube lidar. Ryen é pura, inocente, o oposto de tudo o que sou.

Eu a odeio, ou pelo menos é isso que acredito. Escondo meu desejo por ela atrás de uma máscara de desprezo, como se repelisse tudo o que ela representa. Mas a verdade é que eu a desejo com uma intensidade que me consome. Eu queria tocá-la, eu ia tocá-la se Daeron não tivesse batido na porta. Merda, o que está acontecendo comigo?

Ryen é um anjo que atravessa minha vida tortuosa, despertando anseios que eu não sabia que possuía. A cada vez que a vejo, uma chama ardente se acende dentro de mim, uma ânsia que queima como o fogo do inferno. E eu não queria sentir isso mas me sinto preso a esses malditos desejos, esses malditos pensamentos que envolvem ela. O desejo por ela é como uma maldição que me consome, uma vontade indomável que me leva à beira da loucura.

— Maldito anjo...

Aemond sussurrou para si mesmo, com a voz rouca. Quando ele saiu, Ryen havia ficado debaixo da cama. Então de repente, ele imaginou se ela teria achado o caminho de volta para o quarto. E se ele voltasse ao castelo para verificar?

Ele se negou a acreditar que estava preocupado com ela. Afinal, ao deixar Ryen sozinha ali ele corria o risco de que mais alguém além de seus irmãos descobrisse a existência daquela sala. Pelo menos, foi disso que Aemond tentou se convencer. O príncipe estava tão distraído em seus pensamentos que deu um discreto pulo de susto quando uma mulher sentou-se em seu colo, envolvendo os braços em seu pescoço.