Na casa da Maria

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POV Thaís

Todas tinham de trabalhar, de menos eu. Ou seja, pelo menos, não nessa hora. Tinha de trabalhar a noite. Estava curtindo de montão aquela festinha com as meninas.

De madrugada eu senti sede e fui na cozinha tomar um copo de água. Levantei com todo cuidado pra não acordar ninguém. Quando acendi a luz da cozinha, deu um pouco de claridade na sala onde estávamos dormindo.

Bebi a água e quando já ia apagar a luz, eu dei uma paradinha e comecei a observar aquela cena que ficaria gravada como um quadro na minha cabecinha. As garotas estavam meio descobertas e com suas fraldas a vista. Estava a coisa mais linda de se ver. A Sabrina ainda estava de chupetinha na boca. Que coisa mais linda. Todas estavam usando as fraldas customizadas que eu levei. Nunca pensei que ia fazer tanto sucesso assim. Fiquei muito feliz de ter acrescentado alguma coisa boa pra nossa turminha.

Só depois de apreciar bastante é que descido apagar a luz e ir dormir de novo. Deitei, mas fiz questão de colocar minha chupeta na boca igual a fofa da Sabrina. Dormi rápido.

Depois acordei ainda com a chupeta na boca mais ou menos as sete horas da manhã. Tive a impressão de ter alguns flashs, mas não dei importância. Acabei levantando sonolenta. Perguntei se precisavam de alguma ajuda.

- Não precisa não, meu amor. Pode dormir mais - recomendou Maria.

Agradeci deitando de novo. Adormeci novamente. Acordei às nove horas com a chupeta na boca e babada. As meninas já tinham saído e do meu lado tinha um bilhetinho muito fofo da minha namorada que dizia:

"Não tive coragem de acordar essa linda bebezinha. Fique a vontade e coma oque quiser. Tem umas guloseimas na cozinha. Te amo demais bebê." E tinha uma marca de batom bem assim 💋 no final da folha. Peguei aquela folha e apertei contra o peito suspirando fundo.

Olhando ao redor eu vi muita bagunça. Não teria coragem de sair e deixar a casa da Maria daquele jeito. Comecei dobrando as cobertas e colocando os colchões no lugar. Depois fui lavar as vasilhas e limpar o fogão. Em seguida varri o chão e coloquei cada coisa em seu lugar.

Quando estava quase terminando, senti vontade de fazer cocô. Como estava de fralda, eu fiz nela mesmo. Senti todo prazer que aquilo me proporcionava. Continuei fazendo minha faxina normalmente.

Terminando deitei mais um pouquinho pra descansar e acabei pegando no sono. Acordei uma hora e quinze da tarde. Já estava com fome e resolvi ir pra casa comer alguma coisa. Quando saí na rua foi que lembrei que estava cagada. Mas não ia voltar. Fui pra minha casa assim mesmo. Chegando em casa foi que tratei de me limpar. Tirei aquela fralda lotada e coloquei num saco plástico bem vedada pra não vazar cheiro. Tomei um banho e fiz um mexido pra mim comer com oque tinha na geladeira. Depois do banho fiquei apenas de fralda. Estava sozinha em casa mesmo. De fralda eu me sentia mais livre do que se estivesse pelada. De fralda eu poderia fazer minhas necessidades sem precisar interromper oque estivesse fazendo.

Depois do almoço fui organizar minhas fraldas. Amo fazer isso. Chego a colocar umas indicações no cantinho da fralda de caneta pra saber qual marca estou usando, e assim escolher as melhores na próxima compra. Por enquanto essa organização é dentro do meu alçapão, mas espero em breve poder colocar elas nas gavetas igual minhas amigas.

Já pensei em várias formas de falar pra minha tia que eu uso fralda, mas nenhuma das ideias que tive parece convincente. É perigoso ela achar que não estou batendo bem das ideias. Não sei até que ponto que ela acharia isso natural.

Em relação as chupetas e mamadeiras eu nem sei oque iria falar. Apesar que usei chupeta até meus 14 anos. Tia é mais boazinha.

Vou pedir o conselho das meninas. Quem sabe elas me dão uma ideia.

Estava absorta nesses pensamentos quando escuto o barulho do portão abrindo. Olho rapidamente pra constatar que era minha tia. Quando dei por mim eu vi que estava só de fralda. Corri como uma doida pro guarda roupa e peguei o primeiro vestido que vi na frente e vesti. Nem sutiã eu coloquei. Olhei no espelho olhando se tava tudo tampadinho. Foi a conta e minha tia entrar em casa.

- Ei titia...chegou mais cedo hoje - disse tentando ser o mais natural possível.
- No começo de ano o serviço fica mais leve. Aí liberam a gente.
- Isso é bom né.
- Sim, mas quando aperta eles pedem pra ficar até mais tarde...mas pagam hora extra - completou ela.

Ela trabalha em uma fábrica de absorventes.

- Acredita que vamos começar a fazer fraldas ? - disse ela.
- Nossa...fraldas de fraldas mesmo - disse sem pensar de tão pasma que fiquei.
- Como assim, fralda de fralda? Cê tá doida menina ?

Daí eu me dei conta da besteira que tinha falado. Tentei consertar:

- Falei errado...queria falar era fralda de criança.
- Todo tipo de fralda uai...de criança e adulto.

Opa...pensei. Ótima oportunidade pra tentar pescar alguma coisa.

- Ah sim...tem adultos que usam fralda né... - falei tentando ser natural.
- Claro...tem vários adultos que usam fralda. São incontinentes.
- Uma vez vi uma reportagem de pessoas que usam mesmo sem precisar, apenas por prazer - tinha de aproveitar essa deixa pra ver a reação dela.
- Usam sem necessidade? - perguntou ela espantada.
- Sim...acham gostoso e confortável.
- Bem, se eles gostam, quem somos nós pra julga-los, não é mesmo. Mal não deve fazer.

Diante dessa resposta da minha tia, eu tive de me conter pra não dar um grito de alegria. Também tive de me conter em não falar de imediato com ela, que eu era uma dessas pessoas. Tenho de achar uma abordagem mais cautelosa e um jeitinho mais meigo pra me revelar. Mesmo assim eu quase não acreditei que ela estava falando sério. Mas analisando melhor, minha tia não faz esse tipo de brincadeira. Ela falou sério. Nunca pensei que ela fosse tão mente aberta pra "coisas diferentes". Achei melhor continuar com uma conversa informal.

- Quando que vão começar a fabricar as fraldas lá?
- Semana que vem já começamos. Já chegaram novas máquinas e amanhã vai chegar os tecidos, gel, fitas...
- Já fizeram o treinamento?
- Vai ser de um dia apenas... é bem parecido com a fabricação do absorvente.
- Nossa, tenho de tomar banho pra ir trabalhar - disse olhando pro relógio na parede.
- Tadinha da minha ruivinha - disse minha tia me abraçando.
- Que nada Tia. Tadinha se eu estivesse desempregada. Aí seria ruim.
- Tem razão. A melhor coisa é independência financeira.

Nisso saí e fui tomar um banho. Dentro do quarto mesmo eu já tirei a fralda mijada e coloquei num saquinho lacrado e coloquei na minha bolsa que ia levar pro serviço.

Depois do banho me aprontei colocando uma nova fralda. Mas desta vez não coloquei a infantil. Coloquei a de adulto mesmo. Coloquei a fralda com absorvente pra economizar, pois só trocaria o absorvente. Me despedi da minha tia e saí. Quando estava a uns quatro quarteirões eu descartei as fraldas usadas em uma lixeira pública. Um pouquinho a frente eu pego meu ônibus.
Quando eu desço eu já encontro com a Aline. Nós cumprimentamos com beijinhos e vamos conversando animadamente. Falei pra ela da conversa que tive com minha tia. Ela acha que eu deveria contar. Teria total liberdade. Também disse que se ela aceitou eu namorar com uma garota, isso seria o de menos. Confesso que ela me animou um pouquinho nessa decisão. Mas antes quero conversar com minhas amigas e principalmente com a Maria. A opinião dela é muito importante pra mim. Só preciso do último empurrãozinho delas.

Em breve terei minha gaveta de fraldas, igual minhas amigas.

A história de Alice Onde as histórias ganham vida. Descobre agora