A viagem 🧳

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Nos dias que se seguiram foram tranquilos. Só os preparativos pra viagem. Era uma viagem de duas horas apenas, mas oque incomodavam a mim e a minha irmã era o motivo da viagem. Nós acalmamos a Sabrina dizendo que tava tudo bem, mas a gente (eu e minha irmã) sabia que não era bem assim. Felizmente minha irmã conseguiu a troca de plantão pra viajar com
a gente (eu e minha namorada).

Meus pais eram uns amores, mas extremamente tradicionais e totalmente contra qualquer relacionamento que não fosse hétero. Fiquei muito feliz da minha irmã poder ir junto pois era ia me dar o apoio que eu ia precisar. Meu pai era bonzinho mas quando ficava bravo parecia mais o Estácio do desenho O cão Coragem. Combinei com a Sabrina de não levarmos nossas chupetas e nem mamadeiras pra evitar a tentação e possíveis contratempos. Bastavam as fraldas que já iam ocupar a metade da mala. Acabamos combinando que iríamos da sexta a noite e voltaríamos do domingo a tarde. Amanhecendo lá no sábado teríamos mais tempo pra passear e principalmente de conversar calmamente com meus pais.

A mãe da Sabrina foi totalmente a favor da nossa viagem pois queria que meus pais também soubessem do nosso namoro.

Na quinta a noite a Sabrina já arrumou sua mala de viagem com as fraldas todas arrumadinhas no fundo e algumas peças de roupa por cima só pra tampar as fraldas mesmo, pois a gente ia ficar lá só dois dias. Na sexta já foi pro serviço com a mala no carro. Quando íamos pro serviço ela comentou enquanto dirigia:

- Ai Alice. Mesmo você falando que seus pais são bonzinhos, eu sinto aquele friozinho na barriga.
- Preocupa não menina...vai ser tudo tranquilo.

Mesmo falando aquilo, eu também sentia o mesmo frio na barriga. E com razão.

- Tenho uma dúvida. Seus pais sabem que você usa fralda?
- Minha irmã contou pra eles.
- Então tem uma preocupação de menos né.
- Sim. E ontem me ocorreu uma ideia. Até comentei com minha irmã e ela concordou comigo.
- Ai, ai, lá você com suas ideias.
- Nós achamos melhor revelar pra minha mãe que você também usa fralda.
- Cê tá doida ?!!! - disse Sabrina apavorada.
- Calma menina...
- Você quer piorar as coisas ? - interrompeu ela.
- Espera doidinha, deixa eu explicar.
- Tenta, vai. - disse ela revirando os olhinhos.
- A minha mãe é muito emotiva. Se ela souber que você também usa fralda, ela vai ficar comovida e vai ficar mais fácil dela aceitar o nosso namoro.
- Bem - disse ela colocando o dedo indicador na frente da boca como se estivesse pensando - olhando por esse lado, não parece uma má ideia. Mas nós duas sabemos que minha incontinência é de mentira.
- E quem precisa saber disso?
- Ninguém né - disse ela dando um sorrisinho.
- Colocou fralda na mala suficiente pra dois dias?
- Sim, e mais um pouquinho ainda.
- Ótimo...menina prevenida.

Sabrina estacionou o carro no cantinho. Ainda dentro do carro dei um beijo nela acariciando a fralda por baixo do vestidinho vermelho que estava usando. Estava maravilhosamente linda. Já eu, estava com uma leguing preta e uma bata indiana que tampava meu bumbum. Se não fosse a bata minha fralda seria revelada pela transparência do tecido. Quando passei num cantinho onde não dava pra ninguém ver e nem aparecia nas câmeras eu levantei a bata e dei uma reboladinha pra minha namorada.

- Ai chata...fica me provocando só porque sabe que não posso fazer nada né.
- Gostou?
- Tá doida? Tá linda demais. A vontade é de te agarrar e não soltar mais.
- Eu deixo - e joguei o cabelo fazendo um charminho pra ela.

Aproveitou que estávamos de mãos dadas e me puxou me dando um delicioso beijo na boca. Subi até meio tonta pra trabalhar.

O dia passou rápido pois tínhamos várias coisas pra fazer. Lançamento da nova coleção de verão. Aí era aquela correria. Mesmo assim, as vezes parava e ficava olhando minha namorada. Quando ela via que eu estava encarando ela, eu suspirava audivelmente fazendo carinha de apaixonada. E ela sempre retribuía mandando um beijinho. Às vezes a Letícia presenciava a cena:

- Nossa... vocês saíram de um Dorama. Só pode...

A gente acabava nos divertindo com isso.

Quando deu dezoito horas, juntamos nossas coisas e nos apressamos pra ir pra casa. Ficamos combinadas da Sabrina colocar o carro na nossa vaga de garagem. Mesmo não tendo carro ainda, nós temos a nossa vaga. Depois vamos pegar um Uber até a rodoviária e de lá pegamos o ônibus direto pra Caetanópolis. Chegando no meu apê a Sofia já tava quase pronta.

- Pode tomar banho primeiro amor...ou quer que eu dê banho em você? - falei devagarinho fazendo cara de safada.
- Nossa... é muito palhaça.

Ela tomou um banho rápido e quando saiu enrolada na toalha, minha irmã estava na porta do quarto com uma fralda na mão.

- Quer que eu coloque uma fralda em você Sabrina?
- Não precis...
- Se fosse você não dispensaria...vai amar - interrompi ela.
-Ela olhou pra mim sem saber oque fazer.
- Vai menina. Ela está acostumada. Faz isso o dia todo no hospital.

Então Sabrina resolveu aceitar. Então fui pro banheiro e tirei a fralda pesada de xixi e joguei sobre a fralda da Sabrina que tinha tirado um pouquinho antes de mim. Antes de jogar a fralda no cesto eu fiquei apreciando aquela fraldinha mijada dela. Nessa coisa boba senti um amor muito grande pela minha namorada. Aquela coisa de saber que ela fazia o mesmo que eu. Tomei meu banho e quando cheguei no quarto vi a minha namorada só de fraldinha. Fiquei meio boba olhando pra ela. Fui apreciando casa milímetro daquele corpo lindo, cada curvinha. Aqueles seios grandes e lindos me enfeitiça. Toda fofinha. Abracei ela sentindo seu corpo macio contra o meu. Tinha deixado minha toalha cair no chão e estava pelada. Nisso minha irmã chegou:

- Ah não...não temos tempo pra isso. Deita aqui Alice.

Quando deitei a minha namorada ficou me olhando de cima abaixo. Acompanhou todo processo da colocação da fralda. A pomada, o talco e por último a fralda. A Sofia era muito rápida. Não gastava nem um minuto. Vestimos a roupa que já tínhamos separado. Ambas vestimos calça jeans. A Sabrina foi com uma blusa azul de malha e eu com uma branca também de malha. Calçamos nossos tênis e estávamos prontas. Fizemos duas mamadeiras de leite com Mucilon e tomamos. A Sabrina tinha levado sua mamadeira e chupeta e deixou lá em casa por segurança. Em seguida escovamos os dentes e fizemos uma maquiagem básica. Descemos cada uma com uma mala e pedimos um Uber. Em poucos minutos estávamos na rodoviária. Compramos a passagem e já descemos pro embarque. A nossas malas foram embaixo no maleiro do ônibus e na bolsa de colo, deixamos celular, carteira com documentos e uma fralda sobressalente caso precisasse. E também uma sacolinha com algumas coisinhas pra comer no caminho. Na hora de subir no ônibus senti a mão da Sabrina puxando minha blusa pra baixo atrás de mim. Percebi que a fralda tava aparecendo.

- Que ideia é essa de vir com uma blusa tão curta assim - cochichou Sabrina quando estávamos já no corredor do ônibus.

Acabei indo na janela pra esconder a fralda melhor. Conseguimos pegar o ônibus de oito e meia da noite. Chegaríamos por volta das dez e meia. Achamos melhor não ficar beijando dentro do ônibus mas não deixamos de ficar de mãos dadas. A Sofia ficou bem atrás de nós. Durante a viagem comemos amendoim salgado, balas e tomamos uma mini latinha de refrigerante. Certamente minha mãe estava nos esperando com biscoitos, café, bolos, pão de queijo e todas essas guloseimas da roça. Foi uma viagem tranquila e gostosinha onde podemos conversar sobre vários assuntos com calma. Tipo só pra passar o tempo.

Até que o ônibus chegou ao seu destino. Esperei todos descerem pra poder levantar sem me preocupar com a fralda que realmente apareceu quando levantei da poltrona.  Descemos e pegamos nossas malas. Estávamos em Caetanópolis. Logo chegou um velhinho e quis saber:

- Cês são fia de quem?

A história de Alice Onde as histórias ganham vida. Descobre agora