Meu Mafioso (Romance Gay)

Olhos Cor De Esmeralda

   🎄Eu não sou Papai Noel, mas trouxe um presente pra vocês. O capítulo é curtinho, 2000 palavras, mas é só para alegrar esse dia de vocês. Feliz natal a todos!🎄

   Meus olhos estavam inchados de tanto que eu chorei. Ali, me encarando no espelho do banheiro, estava um Danilo trêmulo e ensanguentado. No meu pescoço tinha um pequeno furo, por onde escorreu um pequeno filete de sangue. Minha mão tinha um estrago muito maior, um buraco por onde eu conseguia enxergar o outro lado. A dor, já havia desaparecido há muito tempo graças aos remédios que Raissa me deu. Eliana estava atrás de mim, ela me esperava para fazer um curativo, nós três estávamos sob o olhar de Ricardo. Meu noivo estava parado na porta, os braços cruzados esperando que eu terminasse meus curativos.

   Em silêncio, Eliana iniciou a atadura e em poucos minutos, meu machucado estava limpo e enfaixado. Raissa pegou um pano e limpou meu pescoço e rosto, onde o sangue da cabeça daquele homem respingou em mim. Quando acabaram, as duas pediram licença ao Ricardo e saíram do banheiro, nos deixando a sós. Ele se aproximou de mim, enquanto eu ainda mantinha a cabeça baixa. Eu estou tentando não pensar no assunto, mas estou com medo de olhar para os olhos do Ricardo e ver aquele monstro que me atacou. Por que eles tinham que ter a cor dos olhos parecidos?

   — Danilo? — Ele se ajoelhou a minha frente e eu fechei meus olhos, sentindo uma lágrima escorrer. — O que foi, meu amor?

   — Os olhos daquele homem, eram verdes iguais aos seus — Disse, minha voz rouca e chorosa. Ricardo suspirou. — Eu não quero te olhar e ver aquele monstro, eu não quero isso, Ricardo.

   — Você não vai ver, Danilo. Eu sei que você vai saber diferenciar — Ele tocou meu rosto, seu toque me acalmando. Ele beijou a minha mão machucada, onde ele colocou em seu rosto. — Olhe para mim, Danilo.

   Engolindo em seco, lentamente abri meus olhos. Primeiro eu enxerguei tudo embaçado e conforme minha visão voltou, eu encarei o rosto de meu noivo. Primeiro a boca, tão linda, macia e beijável. Depois o nariz, protuberante e charmoso. Por fim, encarei seus olhos, aquele par de orbes esmeraldas que tanto me fascinavam. Abri um sorriso ao perceber que eram diferentes dos daquele monstro. Os de Ricardo eram muito mais bonitos, com um toque azulado em meio ao verde. Ele sorriu ao perceber que eu estava bem e se levantou, me dando um beijo.

   — Eu fiquei com tanto medo — Disse ele. — Primeiro eu ouvi seu grito, depois som de pancada e por fim, nada.

   — Eu lutei. Eu lutei para voltar para você — Sussurrei, abraçando seu corpo e apoiando a cabeça em seu ombro.

   — Preciso que me conte o que aconteceu, acha que está bem? — Suas mãos na minha cintura me faziam carícias.

   — Ele disse que você veio se vingar, porquê você matou o irmão dele — Disse e senti Ricardo retesar. — Você me disse que só tinha matado uma vez na vida, foi mentira?

   — Não, claro que não — Disse ele, me fazendo olhá-lo. — Ragazzo, eu não menti pra você

   — Confio em você — Minha voz saiu firme, tranquilizando ele.

   — Obrigado, Danilo — Puxei Ricardo para um beijo, ignorando a dor que eu senti na minha mão, apesar dos remédios. — Eu tenho que resolver esse assunto antes da gente ir dormir. Quer me esperar no quarto?

   — Não, quero ficar você — Me desesperei por alguns segundos, antes dele sorrir. — Eu quero ficar perto de você e também quero descobrir quem é esse homem que me atacou.

   — Okay, estão esperando a gente na biblioteca, vamos? — Concordei com a cabeça e me deixei ser arrastado por ele.

   O toque de Ricardo era gentil, me puxando para acompanhá-lo. Passamos em frente a sala de estar, onde duas empregadas em pijamas limpavam o sangue seco do chão, o corpo havia desaparecido. As duas mulheres ficaram de cabeça baixa, acho que temendo ser vítimas da fúria de Ricardo. Quando entramos na biblioteca, me deparei com dez pessoas nos esperando todos vestidos com ternos e usando uma escuta na orelha. Eram sete homens e três mulheres, todos pareciam temerosos com o que iria acontecer naquela biblioteca.