Meu Mafioso (Romance Gay)

A Briga

   Ricardo me tirou da mansão dele e me levou para a garagem. V estava nos esperando com o carro ligado, o mesmo que ele me trouxe. Seria uma viagem de mais ou menos uma hora e meia. Ricardo abriu a porta para mim, ele está bem mais cavalheiro depois do que nós fizemos no quarto dele. Acho que ele quer me agradar de todas as formas possíveis.

   Ricardo se sentou ao meu lado, enquanto V dirigia para fora da mansão. Haviam outros carros além da Maserati e da Lamborghini, tinha uma Ferrari vermelha e uma moto também, além de outros que eu não saberia nomear. Todos eram bonitos e talvez esse seja um hobbie do Ricardo, colecionar carros e motos.

   Senti a mão de Ricardo na minha coxa, ele não estava me olhando, parecia ocupado encarando a janela. Não fiz nada, apenas deixei que ele continuasse com a mão ali. Ele segurava minha coxa com força, com dominância. Se não estivéssemos com companhia no carro, eu provavelmente estaria sentando no colo dele.

   Coloquei minha mão por cima da dele, sentindo o contato de nossas peles. Senti um arrepio percorrer por meu corpo. É incrível como esse homem consegue me deixar assim tão fácil. Ricardo subiu com a mão, passando por minha coxa e chegando cada vez mais perto de minha virilha. Prendi a respiração, esperando por seu toque, mas ele não veio. Ricardo ficou parado no mesmo lugar.

   Levantei meu olhar, notando que havia um sorriso nos lábios dele. Ele puxou a mão, me deixando com um sentimento de vontade. Eu queria que ele continuasse me tocando, mas é claro que o Ricardo seria do tipo que gosta de provocar. O restante do caminho nós fomos em silêncio e ele não voltou a me provocar. Estávamos finalmente na minha cidade natal.

   V passava pelas ruas, o carro atraindo bastante atenção por onde passava, até que finalmente chegamos no único hospital da cidade. O prédio azul, não tão grande, estava obviamente cheio. Soltei um suspiro, se não fosse por Ricardo, provável que meu pai ficasse meses na fila de espera por um rim, isso se conseguíssemos o dinheiro.

   — Antes da gente sair, preciso que você me dê informações sobre sua família. Preciso dos nomes deles — Disse Ricardo, segurando minha mão.

   — Claro, minha mãe se chama Vanuza e é bastante gentil e educada. Ganha a vida vendendo doces caseiros pela cidade e é um exemplo para mim — Disse, me lembrando de quando era pequeno e minha mãe tinha que me levar com ela para sair vendendo doces na rua. — Meu pai se chama Baltazar, um homem honrado e bastante engraçado. Ele sempre conseguia me fazer rir quando eu estava triste. Mas como nem tudo são flores, ele tem vício em bebida, mas pelo menos não fica violento ou algo do tipo.

   — Entendi, pais legais e trabalhadores — Concordei com a cabeça, sorrindo por ter exemplos como meus pais e meu irmão. — E o seu irmão, o que eu preciso saber sobre o meu futuro cunhado?

   — Arthur é meu melhor amigo, sempre cuidou de mim e me protegeu de tudo. Ele é motoboy em um restaurante e, apesar do dinheiro ser apertado, ele nunca deixou de colocar comida em casa — Ricardo concordou com a cabeça e suspirou.

   — Okay, estou um pouco nervoso, mas já enfrentei situações mais terríveis — Comentou Ricardo, finalmente saindo do carro.

   O segui, saindo logo em seguida. V saiu da frente do hospital e disse que iria procurar por uma vaga para estacionar. Todos estavam olhando para nós e algumas daquelas pessoas me conheciam. Esse é o problema de cidade pequena, todo mundo se conhece. Ricardo segurou em minha mão, apertando levemente e sorrindo para mim.

   — Pronto? — Concordei com a cabeça, caminhando em direção a entrada do hospital.

   Juntos, Ricardo e eu passamos pela porta do hospital. Nossas mãos ainda estavam juntas, o que me impedia de tremer. Fomos direto na recepção, perguntei sobre meu pai e a mulher que estava ali olhou de mim para o Ricardo. Ela sorriu, me dizendo que ele estava em um quarto de repouso. Pedi para vê-lo, provavelmente minha mãe e meu irmão deveriam estar lá também.