Capítulo 27

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  A melhor parte depois de um dia cansativo e conturbado é encontrar aquela paz que você só encontra quando está nos braços da pessoa que você ama. Não existe sentimento mais gostoso que esse, como se o mundo estivesse todo ali e você simplesmente não precisasse de mais nada pois tudo o que você necessita está ali, ao seu lado te abraçando.

Kara e Lena se encontravam abraçadas no centro da cama, ambas olhando para a televisão, mas não prestando atenção no que passava na tela. Lena pensava no que tinha acontecido mais cedo, ela tinha chamado Cecília de filha com tanta naturalidade que só se deu conta horas mais tarde, nem mesmo Kara parecia ter notado aquilo. Ela também pensava no que tinha com Kara, elas nunca tinham falado sobre sentimentos ou perguntando o que eram, mas de uma coisa Lena tinha certeza, Kara tinha fortes sentimentos por si.

Tomando uma decisão radical, movida pelos sentimentos que tinha no peito, Lena respira fundo subindo o olhar para o rosto de Kara que era iluminado pela claridade da televisão.

– Kara. - A chama baixinho, tentando não aparentar nervosismo. Atendendo ao seu chamado, Kara sai dos seus devaneios e olha em seus olhos. - E-eu... - Gagueja e aperta os lábios envergonhada. Não sabia como dizer aquilo. - B-bom... - Começa a se sentir uma idiota. Parecia uma acolescente.

– Aconteceu alguma coisa? - Kara questiona a olhando com atenção.

– Você quer namorar comigo? - Dispara. No primeiro instante, Kara fica sem reação, mas logo seu rosto vai se transformando em uma expressão de felicidade.

– Você quer que eu seja sua namorada? - Pergunta não acreditando no que estava ouvindo.

– Quero muito. - Balança a cabeça ansiosa por sua resposta. Sendo surpreendida por um beijo apaixonado, Lena sente ir as nuvens junto com Kara.

– Sim. - Sussurra contra seus lábios, sem conseguir controlar o sorriso que insistia em aparecer em sua boca. - É claro que eu quero.

Sentindo ser inundada por sentimentos bons, Lena aperta Kara contra seu corpo e a beija com todo o amor que sentia por aquela mulher. Nos seis meses que Kara estava morando ali, ela não acreditava que a mulher ficaria muito tempo ali, mas naquele momento, já não via seu futuro sem ela fazendo parte dele.

Sentindo-se genuinamente feliz, Kara encosta sua cabeça no ombro da mais velha sentindo seu coração martelando no peito pelo pedido de poucos minutos atrás. Soltando uma risadinha gostosa, ela afunda seu rosto no pescoço de Lena e a sente suspirar, levar uma mão até seus cabelos e começar os acariciar.

Sentindo necessidade de falar mais uma coisa, Lena suspira.

– Ei, eu chamei a Cecília de filha mais cedo. - Relata sentindo os olhos azuis pararem sobre seu rosto, mais uma vez.

– Eu percebi. - Sorri com doçura.

– Você não está brava ou chateada?

– Por que eu ficaria? Foi a coisa mais pura e natural que eu já vi. - Leva sua mão até o rosto de Lena, o acariciando com delicadeza. - Se você quiser a chamar assim, eu não me importo. É apenas uma maneira carinhosa de demonstrar que você a ama. - Mexe os olhos tirando a mão do rosto da mulher apenas para entrelaçar seus dedos. - E é fofo.

– Fico mais aliviada com isso, saiu sem perceber. Talvez seja por ela ficar falando "mamãe" sempre que me vê. - Ri fraco sentindo um carinho em sua mão.

– Ou por me ver chamando ela de filha, aí você teve a mesma reação com ela vendo a Rafa te chamando de mãe. - Brinca beijando seu ombro.

– É, verdade. - Balança a cabeça com um ar risonho. Sentindo Kara relaxar em seus braços para segundos depois bocejar, ela percebe que a mulher estava com sono. - Se quiser, pode dormir.

Singular (Supercorp's Version)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora