Singular (Supercorp's Version)

Capítulo 20

 Kara beijava a barriga de Cecília arrancando uma risada gostosa da bebê que tinha as mãozinhas segurando os polegares da mãe. Rindo baixinho, Kara continuava a distribuir beijos pela barriga gordinha até que ela solta, um gritinho e volta a rir quando sente cócegas, Kara levanta a cabeça e beija a ponta do nariz dela estendendo ainda mais sua risada.

Rafaela estava com Lena em seu quarto, a mais velha estava maquiando a filha pois naquela noite ela iria sair com o garoto que havia comentado. Ela estava ansiosa, tanto que Lena reclamava diversas vezes quando quase errava o delineado. Sorrindo orgulhosa vendo a mulher maravilhosa que sua filha estava se tornando, Lena fecha o recipiente do delineador e suspira.

– Acabou?

– Sim. - Balança a cabeça em confirmação. - Você está linda. - Elogia levando as mãos até os cabelos castanhos para os puxar para a frente. - Quando você já estiver vindo, me liga que eu vou te buscar. Não quero que você fique andando de Uber às dez da noite.

– Talvez o Pedro me traga em casa...

– Por esse motivo leve a chave e se ele não for te trazer, me ligue que eu vou te buscar. - Volta a dizer. Rafaela afirma com a cabeça e Lena sai da cama. - E por tudo que é mais sagrado, se ele não te respeitar, me avise que Lucas, Kara e eu vamos atrás dele. - Achando graça de sua mãe, Rafaela ri ficando de pé para beijar e abraçar a mais velha.

– Qualquer coisa eu te mando um pedido de linchamento. - Brinca dando mais um beijo em sua bochecha.

– Estarei esperando. - Deixa um beijo na sua testa e sai do abraço e anda até a porta.

– Depois eu te conto como foi. - Fala sorridente.

Lena sai do quarto da filha e vai para a sala onde a risada de Cecília era o som principal, seguida da risada contida de Kara. Parando na entrada da sala para observar as duas que estavam sobre o sofá, esboçando um sorriso, Lena se aproxima do sofá sentando ao lado de Kara que tinha um sorriso abobalhado.

– Ela já está pronta? - Pergunta desviando o olhar de Cecília.

– Sim. - Grunhi. - Não acredito que a minha bebê está crescendo, Kara. - Choraminga. - Daqui a pouco ela vai estar namorando, entrando na faculdade, saindo de casa enquanto eu fico feia, com cabelos grisalhos e murcha. - Dramatiza. E ali Kara percebe de onde Rafaela tinha tirado o sendo dramático.

– Céus! Ainda falta muito para isso, Lena, relaxa. - Sorri achando graça do pequeno bico triste que aparecia em seus lábios. Era raro ele aparecer. - E é quase impossível você ficar feia ou qualquer coisa do tipo.

– Você fala isso porque está com vinte e quatro anos, quando chegar na minha idade, você vai ver como tudo passa em um piscar de olhos. - Estala os dedos.

– Não sei como rebater isso... - Junta as sobrancelhas pensativa levantando Cecília para a deixar em pé sobre suas pernas.

– Mãe, ele já chegou. Já estou descendo. - Rafaela sai do quarto como um furacão segurando sua carteira, ela anda até as duas mulheres beijando a bochecha de cada em despedida.

– Juízo. - Lena fala com uma expressão séria.

– Eu sou o significado de juízo. - Brinca beijando a bochecha de Cecília de maneira demorada e se despede da bebê.

– Imagina se não fosse. - Kara debocha fazendo Rafaela ficar séria, mas rir logo depois.

– Boa noite, se divirtam sem mim. - Acena para as duas, indo até a porta para sair.

Quando a porta se fecha, Lena e Kara se encaram, para então, soltarem uma risada nasal. Soltando um resmungo por Cecília pular em seu colo pegando um nervo da perna, Kara tenta deitar a bebê no colo, mas logo seu grito irritado a faz levantar a sobrancelha.