Capítulo 9

320 38 11
                                    

Kara aperta os lábios quebrando a conexao de olhares, olha para a taça de vinho e mexe o líquido o fazendo rodar. Começando a sentir as quatro taças fazerem efeito, ela vira o resto que tinha ali e suspira.

   – Vou dormir, já estou começando a ficar tonta. - Solta uma risada de canto passando a língua sobre os lábios.

   – Também acho que já  estou indo. - Suspira virando o resto do vinho na própria taça.

Kara observa Lena levar a taça até os lábios e permitindo que o líquido escuro deslize para dentro de sua boca. Apertando os lábios, ela se força a levantar e ir lavar a taça que tinha usado, sentindo os olhos de Lena em suas costas, ela junta as sobrancelhas enquanto lavava o objeto, em silêncio, ela passa pela sala desejando uma boa noite e vai até o banheiro para fazer sua higiene bucal antes de ir para o quarto em que dormia.

A primeira coisa que ela faz é se aproximar do berço, se certifica que Cecília respirava para se curvar deixando um beijo na testa da bebê, sorrir e dizer “boa noite, minha bebê. Te amo”. Se aproximando da cama, Kara retido o edredom e deita encarando o teto, respira fundo sentindo algo ruim no peito que sempre sentia antes de dormir com medo de ter algum pesadelo. Virando para o lado, encarando a parede, ela fecha os olhos e Lena invade sua mente, cada sorriso e risada dada naquela noite e com isso, adormece.

Perto das quatro da manhã, Kara senta na cama sentindo seu coração bater rápido, uma fina camada de suor em sua testa. Em quase desespero, Kara olha para onde sua filha dormia, se levanta e vai até o berço pegando a bebê no colo com cuidado para não a acordar.

Respira fundo e a abraça com cuidado, anda até o interruptor de luz e liga permitindo que o ambiente seja iluminado. Seus olhos param sobre Cecília e morde os lábios acariciando a bochecha da menina que ainda dormia. Ela senta na cama com extrema calma tremendo que Cecília acorde, se arruma na cama e fica acariciando a bochecha gorducha da mais nova, tendo a bebê em seus braços, seu coração vai se acalmando até que uma lágrima escorre por sua bochecha, ela respira fundo e a enxuga fechando os olhos.

Balançando a cabeça para tentar afastar as lembranças ruins, ela coloca Cecília na cama ao seu lado, se deita e pousa a mão sobre a barriga da bebê, encosta a cabeça no travesseiro e aproxima o nariz da cabeça da mesma para poder sentir seu cheirinho de bebê.

Sem conseguir dormir novamente por sentir medo de acabar sonhando com a mesma coisa, resolve ficar velando o sono de Cecília, horas depois ela ouve alguns barulhos vindo do banheiro, indicando que Lena já tinha acordado. Colocando a bebê no berço, ela sai do quarto coçando os olhos e vai preparar o café da manhã para a mulher, se não pudesse contribuir com dinheiro, iria fazer todas as tarefas domésticas como: limpar a casa, preparar todas as refeições e o que mais percebesse que poderia fazer até conseguir um emprego.

Colocando a água para esquentar, Kara lava a mamadeira rosa e prepara o leite deixando que ele esfrie sobre a pia enquanto fazia o café, colocava a mesa e pensava em algumas coisas sobre o que tinham tomado conta da sua cabeça desde que acordou.

Grunhindo irritada, Kara balançava a cabeça tentando focar no que estava fazendo. Momentos depois, Lena entra na cozinha usando um terninho da cor vinho, ela usava um óculos de grau e os cabelos estavam repartidos no meio tendo um caimento lindo em seu rosto.

   – Bom dia. - Kara cumprimenta ganhando a atenção dos olhos castanhos que antes estavam no celular.

   – Bom dia, Kara. - Sorri guardando o aparelho no bolso. - Acordou cedo? - Questiona.

   – Sim. - Se limita a dizer. - E você? Me lembro que comentou na noite anterior que não precisaria levantar tão cedo. - Questiona olhando para o relógio vendo que marcava seis e quarenta.

Singular (Supercorp's Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora