Capítulo 23

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Violet

Fecho a porta da sala nos trancando em seguida. Encaro Miguel com vontade de voar no pescoço dele, depois dessa vergonha que passamos. Todos estavam nos olhando.

- O que você está fazendo aqui, Violet? - Ele quebra silêncio me perguntando furiosamente.

- Estou fazendo o mesmo que você. Vim curtir minha noite ou só você tem esse direito?

- Eu não vim curtir nada, eu vim a trabalho. - Que cara de pau.

- Não sabia que o trabalho contava com mulheres seminuas dançando na sua frente ou sentadas em seu colo. É o trabalho dos sonhos mesmo. - Debocho.

- Por que está assim, Violet? Não estou te reconhecendo.

- Ué, esse é meu jeito. Posso ser um amor de pessoa, mas quando algo me incomoda eu vou falar e jogar na cara, goste você ou não. - Cruzo meus braços e o encaro seriamente. - Sei que você não queria minha presença aqui pra não atrapalhar suas fodas, mas vai ter que me aturar. Não pretendo ficar no seu caminho, então com licença.

Me preparo para sair do local, mas Miguel me impede segurando meu braço. Ele gruda nossos corpos me deixando um pouco ofegante, mas estou decidida a não me deixar levar pela nossa atração.

- Você entendeu tudo errado. Eu não vim foder ninguém, vim apenas acompanhar meus aliados. As mulheres que estão lá são pra eles, não pra mim. - Reviro meus olhos. - Olha, Violet, o único motivo para eu não querer que você viesse, é porque...

Ele faz uma pausa e engole em seco.

- Porque... - eu falo tentando fazer com que ele continue.

- É porque aqui não é um ambiente que você está acostumada, rola um monte de coisas que você nunca viu na vida. Além do mais, você é carne nova por aqui, todos homens estavam te comendo pelo olhar quando você chegou. Eu queria apenas te proteger. - Respiro fundo me sentindo um pouco mais calma. Sei que não é só por isso.

- Olha eu sei que você quer me proteger e eu agradeço muito por isso, mas eu também sei me cuidar, Miguel. Não sou uma tola, sei me virar em situações de risco.

- Eu sei que sim, princesa, mas esse é meu jeito. Gosto de cuidar do que é meu. - Ele se aproxima de mim e coloca um mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.

Confesso que sinto borboletas no estômago quando ouço essa frase. O desgraçado tem uma lábia do caramba, mas não vou me abalar, até porque a poucos minutos atrás ele estava com um morena no colo e quase matou o K2.

- Pode parar, Miguel. Você não vai me confundir. - Me afasto dele. - Você vai tentar me beijar e depois vai se afastar arrependido, ou algo vai nos interromper e você vai fingir que nada aconteceu. Estou cansada de ser feita de boba, ou você me quer ou você não me quer, para de mandar essas mensagens cruzadas. Uma hora você é todo fofo comigo, depois aparece com uma mulher seminua no colo e depois quer matar qualquer cara que me encosta ou olha para mim. Você me confunde e eu estou cansada disso.

- Eu te confundo? Você que me confunde, porra. Eu não consigo parar de pensar em você um minuto sequer, eu olho para outra mulher e a única coisa que sinto é nada, porque eu sei que ela não é você e nem chega aos seus pés. Quando eu vejo qualquer homem te olhando, tenho vontade de arrancar seus olhos, porque só eu quero poder te ver, só eu quero poder te tocar. - Ele esfrega o rosto completamente transtornado. - Eu nunca me senti assim antes, Violet. Tudo o que aconteceu hoje foi um mal entendido. Aquela mulher que sentou no meu colo estava querendo minha atenção apenas, mas eu empurrei ela em seguida. Posso te mostrar pelas câmeras de segurança se não confia em mim.

A Mulher do ChefeWhere stories live. Discover now