Capítulo 7

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Miguel

Tijuana, México

Termino de bolar meu baseado, acendendo ele em seguida. Relaxo contra o sofá enquanto trago meu cigarro e observo as dançarinas performarem seminuas exclusivamente para mim. A ruiva desliza pela barra com uma calcinha pequena de cor vermelha e os seios enormes de fora. A outra que é morena, usa um maiô transparente, pequeno e apertado. Ela rebola contra a outra que está na barra.

Hoje foi um dia de merda. Não tive muitas coisas para fazer. A única coisa que fiz foi a contabilidade, mas não levou muito tempo. Odeio ficar sem fazer nada. Quando fico assim, minha mente fica pensativa e isso é uma merda. Gosto de ocupar minha cabeça com trabalho, porque aí não penso em coisas que me abalam e me transformam em um fraco.

Nesses momentos, sempre penso na morte dos meus pais e que fui um incompetente por não ter conseguido resolver. Na época, na verdade até hoje em dia, as pessoas acreditam que meu pai matou minha mãe e se matou em seguida. Mesmo sendo mentira, ainda não consegui provar e acho que nunca conseguirei. Isso me frustra, porque queria que meus pais pudessem descansar em paz, mas pelo visto acho que nunca vou ser capaz de dar isso a eles.

A música que toca é um reggaeton suave e as putas dançam conforme o ritmo. Quero esquecer todo meu passado e meus problemas no momento, e focar nas gostosas a minha frente.

Faço um sinal para elas se aproximarem e as duas vêm engatinhando em minha direção. A morena se senta no meu colo e começa a rebolar no meu pau, começando a me deixar excitado. Seguro sua bunda e ajudo com os movimentos, enquanto a ruiva esfrega os peitos na minha cara. Quando as duas começam a abrir meu cinto para tirar minha calça e me chupar, meu celular toca nos interrompendo.

- ¡Puta madre, carajo! - Xingo irritado com interrupção. - ¿Qué pasa?

- Desculpa te interromper, chefe, mas tem um problema aqui na fronteira. - Ao mesmo tempo que fico feliz por ter alguma para fazer, fico em alerta. Nunca é boa coisa quando tem gente na fronteira.

- Que problema, Pedro? - Tiro as mulheres de cima de mim e ajeito minha calça colocando a arma de volta na minha cintura, enquanto falo com ele.

- Tem uma mulher aqui fronteira. - Estranho a situação. - O que faço?

- Uma mulher? - Pergunto confuso.

- Isso, uma mulher dentro de um carro. Acho que veio por engano. - Quem vem por engano na fronteira, nunca mais erra depois, porque faço questão que a pessoa entenda que não é para ficar passeando por essa região.

- Não faça nada ainda, espera eu chegar primeiro. Só dá uma assustada para deixar ela atenta de quem manda aqui, enquanto eu estou indo.

Desligo a ligação e guardo o celular no bolso. Pego minha carteira, entregando algumas notas para as prostitutas que parecem um pouco frustradas pela interrupção.

- O senhor vai passar aqui mais tarde para terminar o serviço, chefe? - A ruiva pergunta fazendo uma expressão maliciosa.

Dou uma risada. Quando essas mulheres vão entender que boceta nenhuma vai me controlar?

- Quem sabe. - Respondo vagamente conforme vou saindo da sala.

Paro minha moto atrás da barreira e vou andando silenciosamente até confusão que está na entrada

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Paro minha moto atrás da barreira e vou andando silenciosamente até confusão que está na entrada. Me encosto no muro aguardando pacientemente Pedro amedrontar a garota. O que me surpreende é ver que a mulher em questão está usando um vestido de noiva. De fato ela parece assustada, por isso não acho que seja uma armação ou emboscada.

Quando Pedro levanta seu rifle e aponta para ela, decido sair das sombras e resolver a questão de uma vez por todas.

- ¡Baja el arma, Pedro! - Ele acata meu comando e sai da frente.

A jovem que antes encarava meus homens, agora olha diretamente para mim, tentando entender quem acabou de falar. Vejo que se trata de uma garota jovem, muito mais jovem que eu. Provavelmente está nos seus vinte anos. Ela percebe minha aproximação e me encara não só temerosa, mas também admirada.

A medida que vou me aproximando  me surpreendo com sua beleza. Apesar da maquiagem borrada por conta do choro, a mulher é bonita pra caralho e me parece familiar. Olhos castanhos, lábios carnudos e nariz empinado. Cabelos tão negros quanto a escuridão e seios cheios que quase saltam pelo decote do vestido. Ela tem um ar de pureza que contrasta com o meu que já não é mais puro há muito tempo.

Percebo que está afetada com minha presença, confusa se sente medo ou atração. Gosto disso. O medo a faz se encolher igual uma ratinha e a atração a deixa sem fôlego.

Me aproximo do seu corpo pequeno até ficar quase colado. Consigo sentir sua respiração. Apesar de ser alta, comparada a mim ela é baixinha. Deve estar de salto e mesmo assim bate no máximo no meu queixo.

- Que foi, nena? O gato comeu sua língua? - Provoco a garota, fazendo-a tremer. Ela não responde, apenas me encara com os olhos arregalados. - Qual é o seu nome, princesa?

- Violet. Violet Chase. - Ela dá uma leve gaguejada.

- Chase? Você é a filhinha do deputado Chase? - Violet acena com a cabeça.

Agora tudo faz sentido. Hoje a filha do Terence iria se casar, então está explicado o vestido de noiva e o porquê ela me parecia familiar. Só não entendo o que está fazendo aqui na fronteira.

- Violet, a fronteira não é lugar para patricinhas como você. Volta para casa do seu papai e do seu maridinho que vai ser melhor. - Quando vou me virar para ir embora, ela segura meu braço me impedindo.

- Não, por favor. Eu não posso voltar. – Olho para ela surpreso. – Sei que passei por aqui por engano, mas não posso voltar, eles estão atrás de mim.

Sinto o desespero em sua voz. Sei que Terence nunca se importou com a filha, mas agora fiquei curioso para saber o que fez para deixar a menina dessa forma. Percebo que suas unhas estão fincadas em meu braço. Afasto sua mão de mim e dou um passo para trás.

- Não tenho tempo para palhaçadas, garota. Dê meia volta e saia do meu território. Não te contaram histórias do que acontece por aqui? - Digo para assusta-la, mas Violet parece irredutível.

- Por favor, eu não posso voltar para minha casa. Meus pais me odeiam e não tenho para onde ir, senhor. - Tenho vontade de rir quando me chama de senhor.

Confesso que sinto pena dela. Ver suas lágrimas e seu desespero me deixa desconfortável. Posso não ter crescido com os pais mais amorosos, mas sei que eles me amavam a sua maneira. Não consigo imaginar como um pai pode fazer o que Terence deve fazer com a garota. O casamento arranjado é só a ponta do iceberg.

Volto a encarar seu rosto belo e angelical. Ela me encara como se eu fosse sua última esperança. Não sou um herói, estou longe de ser isso. Eu mato e torturo pessoas. No entanto, ainda tenho um resquício de humanidade em mim e ele me diz que devo proteger essa jovem. Ela precisa de mim e não consigo ignorar esse fato.

Violet segura minhas mãos e me suplica novamente.

- Por favor, não me deixe voltar. Eu posso fazer o que você quiser. Sei cozinhar, lavar roupa, arrumar casa. Sou formada em administração também...

- Calma, princesa. Não precisa falar o seu currículo. - Dou uma risada sarcástica. - Vamos fazer o seguinte, vamos para meu escritório e você me explica exatamente o motivo para estar aqui. Depois decidimos o que fazer.

Meus homens me olham surpresos. Eles sabem que não costumo ser tão generoso. No entanto, para Violet o que estou fazendo é uma exceção. Pretendo descobrir suas razões para estar aqui e depois vamos ver o que faremos com ela.

A Mulher do ChefeWhere stories live. Discover now