Final Part Two

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Fióri Smirnov

Um ano depois.

Olho meu reflexo no espelho, os cabelos bem arrumados com gel, o smoking preto ajustado à perfeição e um lenço branco elegantemente preso na lapela. Estou ansioso, e meu coração bate forte no peito.

Nada na minha vida até agora se compara a este momento. Não é medo que sinto, é uma espécie de euforia indescritível. Estou prestes a iniciar uma jornada ao lado da única mulher que verdadeiramente amo, e isso me enche de felicidade e expectativas.

Observo ao redor, a capela é pequena e aconchegante, situada no interior de Iowa, longe do burburinho das grandes cidades. É o cenário perfeito para este dia especial, o dia em que Natasha e eu começaremos nossa família.

Quando decidimos nos casar, também decidimos mudar completamente o curso de nossas vidas. Natasha estava cansada da agitação da vida na cidade, e eu, bem, eu sempre preferi a tranquilidade que encontro para pintar em lugares como este.

Portanto, fizemos uma mudança drástica, nos afastando de Boston, que estava a 2.067,6 km de distância. Natasha estava ansiosa para embarcar em novos projetos após o grande sucesso de sua terceira obra "A Morte de Azrael", e eu continuaria a expressar minha arte através de telas e tintas.

Observo as paredes brancas da pequena sala do noivo, onde estou prestes a aguardar ansiosamente a chegada da mulher que amo, que em breve estará ao meu lado no altar.

Suspiro profundamente, tentando acalmar os nervos que me invadem.

Nesse momento, ouço batidas suaves na porta.

— Entre! — convido, e a porta se abre, revelando Iam, vestido com um terno preto e uma gravata azul, em perfeita harmonia com o vestido da madrinha.

Ele me analisa de cima a baixo e sorri.

— Como está, meu futuro cunhado? — pergunta, e respondo com um sorriso sarcástico.

Mesmo com minha expressão dura, Iam se aproxima e me envolve em um abraço caloroso.

— Ainda não dei permissão para que você case com minha irmã! — brinco, me afastando e ele dá de ombros.

— Ela está disposta a fugir para Las Vegas, sou eu quem quer fazer tudo do jeito certo! — comenta com bom humor.

Mais uma vez, ouvimos batidas na porta, e Iam se apressa para abri-la.

Nesse momento, Arthur surge no marco da porta, impecavelmente vestido com um terno cinza e uma gravata rosa, provavelmente combinando com o tom do vestido de sua esposa. Seus cabelos castanhos caem ligeiramente sobre a testa, conferindo-lhe uma aparência descontraída e elegante ao mesmo tempo.

Observo-o por um instante, notando os traços amigáveis e a postura confiante, e percebo que Sara realmente encontrou alguém especial.

Uma expressão brincalhona dança no rosto de Arthur enquanto ele exibe a garrafa de uísque com um ar de sugestão.

— Bom, como seremos todos da mesma família, acredito que podemos começar uma tradição.

Sinto um sorriso se formando em meus lábios, e assinto, convidando-o a entrar. Arthur adentra a sala, e Iam fecha a porta com cuidado.

Com a porta trancada, nos dirigimos até o sofá marrom posicionado no canto da parede, afastado do grande espelho de corpo inteiro e da pequena janela que permite a entrada de tênues raios de sol.

Vejo Arthur desenroscar a tampa da garrafa e habilmente servir três doses nos copos que ele trouxe consigo.

— Não seria um pecado beber dentro da igreja? — Arthur pergunta, arqueando as sobrancelhas com uma expressão divertida, antes de levantar seu copo.

O ASSASSINO DA NAVALHAUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum