09 Helping

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Fióri Smirnov

Volto onde deixei meu carro, guardando minha navalha em um envelope protegido para fazer a limpeza depois de voltar de minha visita ao prostíbulo. Ao guardar minha companheira, sinto a fria lâmina contra a palma da minha mão, a sensação metálica cortante deixando um arrepio percorrer minha espinha.

Depois, tiro o moletom e visto uma jaqueta de couro preta, preparando-me para adentrar no mundo depravado que me aguarda. 

Em seguida, entro em meu carro e acelero até a boate, uma neblina densa pairando ao redor, como se o próprio ambiente estivesse tentando me engolir. A escuridão da noite se mistura com a névoa. 

Não demoro e chego naquele lugar que odeio, estacionando o carro e caminhando até lá. Cada passo é uma luta contra a vontade de voltar atrás, mas sigo em frente. O som dos meus sapatos ecoa pelo beco estreito, competindo com o ruído distante de uma sirene.

As letras em neon brilhavam e o local era cromático demais, tudo ali me irritava e me anojava. A fachada do boate parecia uma boca escancarada prestes a me engolir, exalando uma aura de pecado e decadência. 

Encaro o segurança do local, um homem corpulento de cabelos ruivos, suas feições bem definidas transmitindo uma aura intimidadora, mas seus lábios grossos e seus olhos verdes, sugerem um tom de mistério em seu olhar. 

Bonito e elegante demais para um mero segurança de boate.

— Boa noite, senhor Smirnov. — ele me cumprimenta, e eu apenas balanço a cabeça, reconhecendo sua presença com uma expressão fria e calculada.

Adentro o local, e a música alta faz minha cabeça latejar, como uma batida incessante que ecoa em minha mente perturbada. Caminho até o bar, onde o garçom já sabe que eu sou diferente da maioria das pessoas de nosso país; bebo uísque, uma bebida forte e escura, que parece refletir minha própria alma. Ele serve um pouco sem gelo e coloca em minha frente, o líquido âmbar parecendo hipnotizar quem o encara.

— Aqui, senhor Smirnov. — fala com profissionalismo, mas seus olhos também mostram um resquício de curiosidade e receio.

A verdade, é que não costumo visitar este lugar. 

Pego o líquido e tomo tudo de uma só vez, sentindo a queimadura descendo pela minha garganta, uma sensação familiar que me traz conforto em meio ao caos que me cerca. 

Os olhares se voltam para mim, algumas pessoas sussurram, outras apenas observam em silêncio, talvez imaginando se eu farei jus ao sobrenome do Alexei, uma família com uma história repleta de segredos obscuros.

Em meu segundo copo, vejo Vicky caminhar em minha direção. Seus cabelos curtos e platinados chamam a atenção, contrastando com seus olhos azuis hipnotizantes, que parecem esconder mistérios profundos. 

Ela é magra, magra demais para o tanto de peitos que tem, e veste um conjunto de saia prateada e um cropped do mesmo tom, expondo seu corpo de forma provocante.

Ela desfila de forma sensual e lenta, como uma predadora prestes a atacar, e todos em volta a observam, hipnotizados por sua beleza perigosa. A jovem de apenas 19 anos, é incrível, e isso não dá para negar, mas ela com certeza é manipulada pelo meu pai.

— Olá, Fióri... — fala já em minha frente, mas eu evito seu olhar, desviando meus olhos para o chão. 

Tenho medo de olhar muito nos olhos de alguém e perceberem a escuridão que vive em mim, as sombras que ameaçam tomar conta da minha alma.

Eu não respondo, e ela pega em minha mão, guiando-me até o andar de cima da casa noturna, onde ficam as suítes privativas. A loira abre a porta e vejo um quarto decorado de vermelho e uma cama redonda no centro.

O ASSASSINO DA NAVALHAWo Geschichten leben. Entdecke jetzt