Capítulo 11

85 9 11
                                    

  Maddison recobrou a consciência, abrindo os olhos ao sentir o incômodo causado pela luz solar matinal em sua pálpebra, e passou bons dois minutos parada, absorvendo as informações que recebia

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

  Maddison recobrou a consciência, abrindo os olhos ao sentir o incômodo causado pela luz solar matinal em sua pálpebra, e passou bons dois minutos parada, absorvendo as informações que recebia. Onde estava, quando e porquê. Sentiu os braços de Drift a sua volta, e então a preguiça de levantar lhe assolou. Estava tão aconchegante ali nos braços do protetor, que ela apenas voltou a fechar os olhos e aproveitar o momento.

  Sua cabeça se encontrava no peito não tão quente da holoforma do alienígena, sua orelha encostada contra ele. Ela sentiu a falta de ouvir um coração batendo ali e as mexidas características da respiração, mas ignorou esses detalhes, aproveitando o momento de calmaria. A paz durou minutos até que algum desalmado resolveu bater no vidro da janela do carro, claramente chamando-lhes.

 - O café tá na mesa, Maddison. – Maddie reconheceu como a voz do Yeager mais velho.

 - Maddie? – A voz rouca de quem acaba de acordar do robô lhe chamou, muito próximo a seu ouvido, e a mulher sentiu um arrepio subir por sua espinha, ao passo que as borboletas em sua barriga começavam a dançar. Suas bochechas esquentaram.

 - Bom dia. – Murmurou, se afastando para poder o olhar nos olhos, e se espreguiçar. Um bocejo escapou de seus lábios.

 - Bom dia – respondeu com um pequeno sorriso, estralando levemente os braços.

  Embora fosse um robô, estando em sua holoforma, Drift conseguia sentir o desconforto de ter dormido naquela posição inadequada. Uma sensação tão comum aos humanos, e que a Maddie já havia se tornado rotineiro, considerando os dias em que passaram na estrada.

 - Bom, hora de ir tomar café. - Comentou passando para o outro banco, analisando sua situação no espelho do carro, abaixando alguns fios de seu cabelo que estavam para cima. Ceús, ela odiava os frizz.

  Drift achou adorável a cena, e sua centelha aqueceu, com a lembrança de que ela havia adormecido em seus braços. Tanta confiança. Ele se sentia feliz e realizado por ter conquistado aquele nível de intimidade com ela, que sabia que poucos haviam tido a oportunidade. Maddison sempre deu sua vida para o trabalho, completamente comprometida, o que, é claro, lhe impedia de certas coisas que muitos julgam essencial. Relacionamentos. Ela simplesmente não tinha tempo. Nem vontade.

  A ideia de se doar cem por cento por algo, ou melhor, alguém, não lhe agradava em nada. Ela vivia praticamente para trabalhar, para fazer o que amava, e sentia que uma pessoa lhe afastaria dos seus objetivos, e lhe atrapalharia, então nem se esforçava.

  Sim, saia, mesmo que fosse ocasiões raras em que seus colegas de trabalho praticamente lhe obrigavam a aproveitar a noite enchendo a cara com eles, e sim, já havia tido alguns casos, poucos, e que nunca chegaram a tomar grandes proporções. Era apenas uns pegas, cama, e depois ela ignorava completamente a pessoa, a excluindo de sua vida, para voltar seu foco ao emprego.

  Drift tinha noção disso, - afinal, ela o havia confidenciado, sem medo, confiava sua vida a ele -, e sabia que a mulher não era a pessoa mais fácil de lidar do mundo. Ela era geniosa, individualista e tinha muita dificuldade para relações humanas. Bom, ele aproveitaria enquanto pudesse. Não se atreveria a estragar o que já estava bom daquele jeito.

Do Ferro ao Humano.Where stories live. Discover now