04.DESAGRADÁVEL, POR UM BREVE MOMENTO

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04.DESAGRADÁVEL, POR UM BREVE MOMENTO.

Minha mente era como um barco à deriva, onde as ondas, ocasionalmente, lançavam minha bagagem para a esquerda e, outras vezes, para a direita. A sensação de enjoo causada pela maré me deixava desconfortável, e eu estava incerta quanto ao momento em que finalmente cairia na água. O que eu não sabia era se eu iria nadar ou me afogar.

 Mas sabia que de qualquer jeito ira pular.

Não ergui os olhos enquanto coloquei o livro na mesa e tomei assento, mas percebi, pelo canto do olho, uma mudança sutil em sua postura. Ele se inclinava para longe de mim, posicionando-se bem na ponta da cadeira e virando o rosto como se estivesse evitando um odor desagradável. Por um breve momento, lembrei que ele era um vampiro, mas a cantante não era a Bella?

O cheiro do sangue, me lembrei!

Quase imediatamente, a confusão varreu meus pensamentos. 

Tentei disfarçar minha ansiedade e voltei minha atenção para o livro na minha frente. As palavras no papel pareciam um borrão enquanto eu tentava compreender a situação. A presença do vampiro ao meu lado era inquietante, e eu não tinha certeza do que fazer a seguir.

A dúvida se ele podia ou não ler meus pensamentos pairava sobre mim. Decidi realizar um teste, para tentar entender essa habilidade peculiar que o vampiro supostamente possuíam. Com cautela, construí um pensamento em minha mente, algo que somente ele poderia confirmar, um segredo pessoal que eu guardava.

"Edward Antony Masen se transformou em 1918?"

Foi a pergunta ousada que formulei, sabendo que era algo que ele não poderia simplesmente ignorar. Fiquei atenta a qualquer sinal de reconhecimento em seu rosto. A tensão no ar era quase palpável, enquanto eu esperava, com o coração acelerado, por qualquer sinal de entendimento ou confirmação.

No entanto, ele continuou com a sua atenção para o livro à sua frente. Fiquei em silêncio, frustrada com a falta de resposta. Olhei para ele com um ar inquisitivo, esperando por qualquer reação que pudesse confirmar ou negar minhas suspeitas. Para minha surpresa, ele não demonstrou nenhuma reação que sugerisse que estava lendo meus pensamentos.

Sua expressão permaneceu impassível, como se o teste não tivesse feito diferença alguma para ele. Aquilo me trouxe certo alívio, pois significava que, ao menos por enquanto, meus pensamentos estavam a salvo de sua leitura. No entanto, a presença misteriosa e intrigante do vampiro ao meu lado continuava a me deixar inquieta.

— Olá — disse uma voz calma, musical. Eu olhei pra cima, abismada porque ele estava falando comigo. Ele estava sentando tão longe de mim quanto a mesa permitia, mas sua cadeira estava virada pra mim. Seu rosto estonteante era amigável, aberto, um leve sorriso nos seus lábios indefectíveis. Mas seus olhos eram cautelosos.

PERDIDA NO CREPÚSCULO - 𝐄𝐝𝐰𝐚𝐫𝐝 𝐂𝐮𝐥𝐥𝐞𝐧Where stories live. Discover now