fifty-two

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A cada segundo eu pegava o celular de Billie, e nada. Nenhuma ligação, mensagem, email, nada!

– Amélia, meu amor, se passaram apenas três horas, embora tenha muita gente atrás dele, ainda é pouco tempo. - Billie tentava me acalmar mais uma vez. Nós duas estávamos agora em nosso quarto, deitadas, com Trinity e Trixye no berço, e Adelaide entre nós na cama.

– Eu sei, Billie, mas.. é o meu pai. - Eu disse meio a um suspiro longo e ela me abraçou, deixando um beijo em minha testa.
A garota em nosso meio começou a se remexer, então nossos olhares foram direcionados a ela. Adelaide levantou-se e correu para o banheiro, que ainda tinha a porta aberta. Billie e eu levantamos atrás da menina assustadas, assim que paramos na porta, vimos Adelaide por para fora tudo que tinha em seu estômago.

– Oh, pequena, acho que você acabou comendo algo que não devia. - Billie disse se aproximando de Adelaide, que tinha lágrimas em seus olhos.
Eu me aproximei da menina e a peguei no colo.

– Vamos lavar sua boquinha! Você vai ficar bem. - Deixei um beijo na testa da garotinha e a levei até a pia, onde ela lavou a boca e escovou os dentes.
– Está com dor ou alguma coisa? - Perguntei deitando a garotinha na cama. Adelaide apenas negou com a cabeça. – Certo.. Descansa um pouquinho, ta bem? Vou pedir para alguém comprar um remédio. - Adelaide assentiu e se aconchegou em Billie.

Sai do quarto deixando as duas lá. Eu estava caçando por um empregado, qualquer um que fosse, até que um homem passou por mim.

– Oi.. é.. desculpa.. eu preciso que alguém vá a uma farmácia e com- O homem se virou para mim com a cara mais rabugenta possível. Ele não era velho, não mesmo, cheguei a pensar que fosse um dos motoristas.

– E por que você mesma não vai? Essas namoradas da Billie vivem achando que são patroas. - Ele disse se virando novamente.

– Achando? É bom que se vire agora e peça desculpas! Mas isso só se não quiser ter seu amigo arrancado, fora isso, será um prazer arranca-lo. - A voz séria e rígida de Billie ecoou pelo corredor, só então notei a mais alta parada na porta do quarto, mesmo longe era notável seu maxilar travado, e o falso sorriso formado em seu rosto. – Anda, Brandon! Da última vez que me desafiou, as coisas não acabaram bem. - Ela disse e o homem pareceu se lembrar, ele se virou para mim com os olhos arregalados, era notável que mesmo involuntariamente, o homem tremia.

– Me.. me perdoa, senhora! - Ele disse com a voz trêmula, abaixando a cabeça.

– É bom que nunca mais trate minha mulher desta forma. E nem se quer ouse citar mais uma vez “essas namoradas da Billie”. - O tom de raiva ainda era presente na voz de Billie. O homem assentiu e passou por mim caminhando para sabe-se lá onde. – Não acabei! - Billie disse chamando a atenção dele novamente. – Vá a farmácia e compre um remédio para enjôo. Desta vez, sou eu quem estou mandando. - O homem balançou a cabeça em concordância e saiu, sumindo de nossas vistas em seguida.
Um homem que a minutos andava completamente posturado e confiante, agora havia abaixado a cabeça e sumido tão rápido quanto um raio.

Eu ainda estava em completo choque. Por que diabos Brandon tinha tanto medo de Billie? O que ela já havia feito? Bem, ela nunca teve a fama de santinha, e eu sei melhor que ninguém que ela não tem dó quando está com raiva, mas nem eu tinha tanto medo assim de Billie.
Afastei-me de meus pensamentos e voltei a caminhar para o quarto, onde Billie ainda estava na porta.

– O que foi, meu amor? - Ela perguntou quando passei por ela. Toda aquela expressão de raiva havia sumido, o semblante de Billie agora estava relaxado e pacífico, como se o evento de minutos atrás nunca tivesse ocorrido.

– O que foi? Eu quem pergunto! O que foi isso? O que você fez 'pra aquele homem ter tanto medo de você Billie? Eu o vi tremer. - Perguntei assustada e confusa, no entanto, Billie ainda tinha uma expressão tranquila formada em seu rosto. Ela suspirou antes de conferir se Adelaide dormia, quando viu que sim, fez sinal para que eu a seguisse e apenas saiu do quarto. Eu a segui como ela havia pedido. Billie caminhou até um escritório, eu não estava surpresa, em toda casa havia pelo menos um.

– Eu não ia falar no quarto e correr o risco de Adelaide ouvir. - Ela disse se jogando em uma poltrona de coro que havia ali. As pernas de Billie estavam para o ar, ela parecia bem confortável, mas nem um pouco comportada, mas esse era o jeito dela.

– Então me conte o que aconteceu. Quero saber de tudo! Detalhe por detalhe. - Eu disse me sentando de frente para Billie. Ela suspirou e pegou ar para começar.

– Bem, meu pai não queria que soubessem da minha condição.. sobre eu ser.. intersexual. Então, ele conheceu Brandon e o colocou em minha vida.. no começo éramos super amigos, e isso bastava para nós, ou para mim, ja que Brandon começou a me ver com outros olhos. Ele se declarou para mim, na época eu tinha uma namorada, mas meu pai não quis saber e comprou a ideia de Brandon. Então, fui obrigada a namorar com ele, durante um tempo, eu realmente me apaixonei por ele, mas ele saía e comia outras putas por ai, como eu sei? Saía em sites de fofoca, e ele apenas negava. Quando chegava em casa me obrigava a chupar o pau que ele havia enfiado em outras putas! Ainda gravava. Se me negasse, ele ameaçava a contar para todos que eu era uma aberração. Dizia que se eu não fizesse, ele não teria motivos para continuar comigo, que vazaria os vídeos sem dó, e que ninguém além dele iria me querer. - Os olhos de Billie estavam cheios de lágrimas. Eu sentia meu estômago embrulhar com a história. – A gota d'água foi quando eu o peguei na cama com Madelyn. Ele transava com a minha melhor amiga, e ainda teve a coragem de me dizer “ela tem o que você não tem! A porra de uma buceta, que por sinal, é muito gostosa.” Naquele dia toda raiva que eu guardava em mim, veio a tona. Atirei contra Brandon, mas tendo certeza de que não havia matado, eu queria aquele filho da puta vivo! - Ela disse com o nojo e a raiva notáveis em sua intonação. – Eu o amarrei e arranquei um de seus testículos. Deixei aquele filha da puta sangrar, mas meu pai apareceu e o levou para a emergência. No dia seguinte, todos os sites de fofoca sabiam que eu era intersexual, meu pai pagou uma grana preta para que nenhum artigo fosse publicado, e não foi. Tornou-se apenas rumor, já que nada havia sido provado. Madelyn partiu deixando Adelaide ainda pequena. Eu nunca mais soube dela, até o carro dela ser achado batido em uma árvore, e queimado. Depois disso, eu passei noites e noites em baladas e puteiros, eu não ligava mais que soubessem da verdade. Qualquer homem que tocasse em mim perdia sua mão ou a vida, e foi quando eu passei a vestir-me de forma masculina. - Billie disse com lágrimas agora em seu rosto, eu me levantei e sentei-me ao lado da garota, rodei meus braços por Billie e a abracei deixando um beijo em sua testa.

– Meu amor.. eu sinto muito! - Eu disse em um tom baixo e Billie apenas negou com a cabeça.

– Não é sua culpa, Amélia. É culpa do meu pai! Toda a vida ele quis me ver infelizmente, e agora está fazendo tudo isso para te afetar, porquê ele sabe que afetando você, ele estará afetando a mim. - Ela disse com mais lágrimas em seu rosto, eu apenas apertei um pouco mais Billie contra mim, enquanto ela chorava feito uma criança.
Eu não sabia o que fazer. Não sabia ao menos o que dizer. Eu poderia matar Brandon agora.

OI GENTE, DESCULPA O SUMIÇO!!
to pensando em encerrar essa p começar outra👀
VOTEEMM!!! BEIJOSSSS

Devil is Woman. - Billie Eilish | G!POnde as histórias ganham vida. Descobre agora