twenty-five

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– E então, Amélia? Fala alguma coisa. - Drew estava impaciente do lado de fora do banheiro.

– Calma, Drew, essas coisas demoram mesmo. - Destranquei a porta e ela entrou olhando para os testes em cima da pia. – Veja você, eu não quero olhar.

– Deu... Negativo. - Drew falou frustrada, e eu suspirei aliviada, embora eu ja soubesse que não estava. Mas se eu não estava grávida, o que era todo aquele mal estar? – Espera! Esse deu positivo. - Ela disse pegando o outro teste.

– O que? Não pode ser. - Peguei da mão dela e li o teste que dizia "pregnant" e o comparei com o outro que dizia "not-pregnant". Ambos testes estavam em minhas mãos. – Que porra ta acontecendo? - Eu não conseguia entender, como era possível?

– Vai precisar ir ao médico fazer um exame de sangue, Amélia. - Drew falou lamentando, ela sabia melhor que ninguém o quanto eu odeio agulha.

– Merda! Vamos agora. - Drew estranhou, em qualquer outro contexto eu com certeza teria me recusado a ir, mas estava curiosa e agora um tanto quanto preocupada.

Drew concordou e correu para trocar de roupa.
Eu me levantei indo para o meu quarto, também me trocar para irmos.

Entrei no quarto e notei Billie e Adelaide dormindo, aparentemente elas estavam assistindo desenho, eram fofas, então eu apenas evitei fazer barulho para não acorda-las. Talvez fosse até melhor assim, desta forma, eu não precisaria explicar nada, ou mentir, para Billie.

Segui até o closet, vesti uma blusa curta branca, e uma calça cargo preta, mostrando só um pouco da minha barriga. Como terceira peça optei por uma camisa de baseball cinza, deixando aberta.
Nós pés eu calcei um tênis da nike que tinha ali, e eu ja costumava usar.
Passei perfume e prendi o cabelo com uma pregadeira. Aproveitei para pegar uma bolsa e o celular.

Certifiquei-me de que elas ainda dormiam, e por sorte sim. Sai do quarto com o mesmo cuidado que entrei, e Drew já me esperava no corredor.
Drew usava uma calça também cargo, na cor caqui. Um moletom preto com um enorme desenho atrás. Nos pés ela usava um Air force branco.

– Vamos? - Drew cochichou e eu ri.

– Vamos! - Seguimos para baixo indo em direção a garagem.

– Desculpa, senhoras! Aonde vão? - Um dos seguranças perguntou.

– Apenas diga a Billie que saí para comprar algumas coisas. - Ele assentiu e nós entramos no carro.
Drew estava no carona e eu no motorista. Liguei o carro dando partida, enquanto Drew caçava no GPS um hospital ali por perto.

O caminho foi silencioso. Estávamos ansiosa.
Por sorte não demorou muito até chegarmos, saímos do carro e eu o tranquei, seguindo para dentro do hospital acompanhada de Drew.
O atendimento foi rápido. Um médico jovem e gentil foi quem me atendeu, Drew ficou me esperando em uma sala, enquanto eu estava no consultório com o médico. Ele me fez algumas perguntas e sugeriu que eu fizesse um exame de hcg. Não tinha para onde fugir, eu seria furada.
Saí do consultório indo até Drew.

– Então? - Ela questionou ansiosa.

– Vou fazer o exame, vem comigo? - Ela riu e concordou. Eu não lembro uma só vez que tirei sangue sem Drew por perto.
Seguimos até a sala que o médico pediu, ao chegar lá me deparei com algumas pessoas, umas no soro, outras também tirando sangue, um frio percorreu por toda minha espinha.

– Se acalma. Vai ser rápido. - Drew tentou me confortar, mas nada me confortaria nessa situação. Caminhei para uma das cadeiras onde me sentei, já Drew ficou em pé ao meu lado.
Uma senhora veio até nós com um sorriso reconfortante. Ela tinha nas mãos todo o equipamento que precisaria para recolher meu sangue.

– Não vai doer, eu posso prometer. - Ela me olhou sorrindo e por alguns segundos eu pude acreditar.
A senhora colocou as luvas, limpou meu braço, e abriu a bendita agulha. Nesse momento eu respirei fundo. Uma vez que meu braço estava amarrado para tirar o sangue, a senhora fez. Por alguns segundos olhei e vi meu sangue preencher toda a seringa, rapidamente virei para o lado segurando na mão de Drew.
Aquilo parecia uma eternidade, mas na verdade só levou alguns minutos. – Prontinho. - De fato não havia doído nada.

– Obrigada! - Sorri para a senhora que desamarrou meu braço e respondeu igual, apenas com um sorriso. Ela mais uma vez limpou o local com algodão e colocou um pequeno band aid, se retirando em seguida.

– Quanto tempo será que leva? - Drew perguntou impaciente e eu ri.

– Acabaram de recolher o meu sangue, Drew. Se acalma. - Ri da garota mais uma vez antes de sentir meu celular vibrar.
Peguei o celular e o desbloqueei. Era mensagens de Billie.

Billie: Onde está? Já procurei por toda casa e não a encontro.
Amélia: Precisei sair com Drew. Prometo não demorar! Te amo.
Billie: Por favor, não demore. A amo mais!

Desliguei o celular guardando novamente.

– Billie? - Drew perguntou.

– Ela mesma. - Respondi me levantando da cadeira. – Vamos comer alguma coisa. Eu estou morrendo de fome. - Drew também parecia com fome, ela aceitou e rapidamente saímos dali.
Antes que pudéssemos sair o médico nos parou.

– Beatrice, certo? - Concordei com a cabeça. – Seu exame será entregue em dois dias, foi preciso manda-lo para outro laboratório. Na ficha tem seu número, eles ligarão assim que ficar pronto. Tudo bem? - Ele perguntou segurando uma prancheta em suas mãos. – Aqui. Esses remédios vão auxiliar no enjôo. - Ele me entregou uma folha com o nome de um remédio escrito nela.

– Tudo bem, sim. E obrigada! - Sorri pegando o papel, em seguida passei pelo homem saindo com Drew.

– Beatrice? - Drew questionou quando saímos do hospital.

– Caso tenha se esquecido, ainda somos foragidas. Saímos de Los Angeles, mas sabe se lá se não estão nos caçando por aqui também. - Lembrei Drew que parecia ter esquecido deste detalhe.
Demos risada, mas gelei ao ver dragon, o carro de Billie estacionar em frente ao o hospital.
Quando o vidro abaixou Billie me olhou confusa.

– O que fazem aqui? - Billie parecia confusa.
Droga, Billie!

– Eu pedi que Amélia me trouxesse. Não queria preocupar Zoe, era apenas uma dorzinha, mas Zoe é exagerada. Como não sei dirigir, pedir que Amélia viesse comigo. - Um suspiro de alívio escapou quando vi Drew inventar algo na hora. Billie parecia ter acreditado já que Zoe realmente era exagerada.

– Podem entrar ai, James leva o carro. - O segurança alto saiu do carro de Billie e se direcionou até Drew e eu. Apenas joguei a chave para o homem e entrei no carro, seguida de Drew que sentou no banco de trás.

– Precisamos passar na farmácia. - Pedi para Billie que assentiu sem questionar. – E Addie? - Billie ligou o carro saindo, mas antes que Billie pudesse responder a garotinha colocou a cabeça do lado do meu banco.

– Aqui, mãma. Você não me viu? - Ela disse e nós rimos.

– Desculpa, meu amor! A mãma 'ta cansada. - A pequena sentou novamente.

– E você sabe se tem neném, mãma? - Meus olhos se arregalaram. Eu não podia dizer que sim, nem dizer que não.

– Adelaide, por que não conta para mãma que foi você quem se arrumou sozinha? - Billie mudou de assunto rapidamente.
Ela parecia ter os olhos ainda mais arregalados que os meus.

Billie parou em frente a farmácia e eu saí do carro indo até lá comprar o remédio. Alguma coisa me dizia para comprar mais um teste, eu tentei ignorar, mas acabei comprando. Pedi que colocassem em uma bolsa separada e assim segui de volta para o carro após pagar.

Elas conversavam sobre algo, mas pararam quando entrei no carro, mesmo querendo saber o que era, deixei passar.
Quando o carro voltou a se mover meus olhos foram fechando lentamente. Eu nem ao menos sabia explicar de onde vinha todo esse cansaço.

obg a todos que estão comentando e votando!!🤍

Devil is Woman. - Billie Eilish | G!POnde as histórias ganham vida. Descobre agora