fifteen

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Todas nós tivemos uma noite adorável. Agora estávamos indo para casa.
Adelaide dormia novamente. Uma música baixa tocava no rádio enquanto Billie dirigia. O silêncio confortável foi quebrado por Billie.

-- Você parece meio distante. - Billie disse sem tirar os olhos da estrada. -- Ta acontecendo alguma coisa? - Ela perguntou com um tom de preocupação.

-- Apenas cansaço! Nada demais. - Respondi, mas aquilo não pareceu nada convincente, e mais uma vez o silêncio se fez presente.

O que Adelaide havia dito ainda rodava minha cabeça. Por que Billie precisaria de mim? Embora parecesse estranho, eu tentei não pensar a respeito, e falhei miseravelmente. Quando percebi ja estávamos em casa.

-- Eu pego ela. - Disse e me virei para pegar soltar Adelaide da cadeirinha. Abri a porta e segui para tirar a menina do carro. A pequena estava tão cansada que não acordou nem mesmo quando foi tirada da cadeirinha, então segui até meu quarto com a pequena menina, sendo seguida por Billie.

-- Bem, eu vou indo. Qualquer coisa pode me chamar no quarto ao lado. - Billie falou. Ela parecia seca, mas não questionei, preferi acreditar que era apenas cansaço.

-- Lillie, por fa, dorme aqui comigo. - A doce voz de Adelaide pode ser ouvida, o tom era sonolento, mas ainda fofo. Billie sorriu e voltou para depositar um beijo na testa de Adelaide.

-- Fica 'pra próxima, meu anjinho. - Ela sorriu fraco para mim e apenas saiu do carro.

Arrumei Adelaide na cama e a cobri. Certifiquei-me de que a menina dormia e então saí do quarto seguindo pelo corredor que daria nas escadas, mas antes de chegar no final do corredor a voz de Billie ecoou pelo corredor.

-- Aonde vai? - Ela perguntou se aproximando, não me virei para olhar, mas soube pelos seus passos.

-- Pegar água. - Continuei caminhando até as escadas, mas Billie rapidamente chegou até mim e segurou meu braço. -- Se puder por favor me soltar, estarei agradecendo. - Falei áspera olhando nos olhos de Billie. Ela estava sem expressão. Tinha um tempo desde a última vez que Billie tinha ficado sem expressão na minha frente. Aquilo era agonizante, não saber decifrar o que Billie sentia era horrível para mim.

-- Certo. - Billie soltou o meu braço, mas ela havia sido bruta ao me soltar, então me desequilibrei e cai escada a baixo. O barulho ecoou pela enorme sala. A dor era quase insuportável, mas eu tentei não gritar para não acordar ninguém.

-- Você é louca? - Perguntei enquanto tentava me levantar. Mas quando Billie tentava se aproximar, eu apenas me afastava mais e mais.

-- Não foi de propósito, deixe-me te ajudar a levantar. - Ela ainda tentava se aproximar.

-- Não! Eu não quero você perto de mim. Some daqui. - Falei com raiva. Um ódio guardado em mim. Mas aquele ódio não era de Billie, e eu sabia, mas naquele momento, parecia ser. Ela pareceu travada. -- Não me ouviu? Me deixe sozinha. Vai embora. - Billie parecia confusa e decepcionada, mas não discutiu, ao invés disso saiu seguindo para o jardim.

Ali eu fiquei por alguns minutos pensando em como levantar. A dor que eu sentia cada vez que tentava ficar de pé percorria todo o meu corpo, meus olhos estavam cheios de lágrimas e eu mordia meu lábio inferior para não gritar de dor, mas Cláudia por sorte apareceu.

-- Amélia? Por Dios, o que houve? - Ela perguntou se aproximando de mim e me ajudando a sentar em um sofá.

-- Um pequeno acidente. Talvez pelo sono, eu acabei errando o degrau e caindo da escada. - Ela pareceu acreditar e eu agradeci mentalmente.

-- Eu te ajudo! Vamos para o seu quarto. - Ela me ajudou a caminhar lentamente até meu quarto, onde agradeci quando ja estava sentada na cama.

-- Obrigada, Cláudia! De verdade. - Agradeci e Cláudia apenas sorriu para mim, saindo do quarto.

Devil is Woman. - Billie Eilish | G!PWhere stories live. Discover now