twenty-six

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– Amor? Amélia? - Resmunguei. – Acorde! Já chegamos em casa. - A voz calma de Billie ecoou em meus ouvidos. Acordei me espreguiçando.
– Não foi Drew quem foi ao médico, né? - Billie perguntou uma vez que meus olhos estavam abertos. Apenas neguei com a cabeça. – E por que mentiram? Amélia o que está acontecendo? - Billie perguntou séria e rígida. Para os de fora, ela parecia com raiva, mas a conhecia bem o bastante para saber que não passava de preocupação, talvez com um pingo de raiva por eu estar escondendo as coisas dela.

– Ta certo, você tem que saber. - Respirei fundo caçando palavras. – Fiz dois testes de gravidez hoje. - Falei olhando para baixo.

– E então? - Os olhos de Billie se iluminaram, mas se apagaram assim que ouviu minha resposta.

– Um deu negativo. - Billie balançou a cabeça em concordância, eu a olhei por alguns segundos, voltando o olhar para baixo.

– E o outro? - Ela perguntou provavelmente sabendo a resposta.

– Positivo. Por isso fui ao hospital com Drew, para fazer um exame mais exato. - Olhei para Billie que parecia feliz. Podia ver a esperança em seu olhar. Ela claramente queria ser mãe, mas e quanto a mim? Ela nem ao menos perguntou o que eu queria. Não acho que esteja pronta para isso.

– Quanto tempo até o resultado sair? - Ela me olhou tentando disfarçar o sorriso que se formava em seu rosto.

– Em.. dois dias... Eles ligarão em dois dias. - Suspirei. Billie estava prestes a sair do carro. – E.. desculpa. Eu deveria ter contado, ou chamado você para ir junto. Desculpa. - Billie voltou e sorriu fraco para mim.

– Tudo bem, meu amor! Eu entendo. - Ela beijou minha testa e agora saiu. Não esperei Billie vir abrir a porta para mim, apenas sai e seguimos juntas para dentro de casa.

No segundo em que fui avistada por Adelaide, a pequena garota correu em minha direção agarrando minhas pernas. Eu a pegaria no colo, mas não sabia tinha ou não um bebê, então apenas me abaixei na altura da garotinha, que me abraçou forte.

– Você não fugiu, né, Mãma? - A menina tinha uma expressão triste.

– É claro que não, meu amor! Apenas precisei sair. - A garotinha deixou beijos em minhas bochechas e se afastou.

– Posso dormir com a tia Cláudia hoje? Não vai ficar triste né? - A garotinha perguntou sorrindo meio sem graça.

– É claro que pode, meu anjinho. Eu jamais ficaria chateada com você, meu amor. - Ela sorriu, desta vez um sorriso aberto. – Vem, vamos buscar suas coisas. - Estiquei a mão para a garotinha assim que me levantei, e ela apenas segurou a minha caminhando junto a mim.

Ao chegarmos comecei a separar o pijama de Adelaide, deixando-o junto com sua escova e pasta de dente, escova de cabelo, e seu ursinho de pelúcia.

– Vou deixar a porta aberta para que possa entrar caso mude de ideia. - Adelaide assentiu ainda com um enorme sorriso. – Eu te amo, minha filha. - Os olhos da garotinha se iluminaram e transbordaram de lágrimas.

– Mellie, ainda vai ser minha mãma quando o neném chegar? - Sorri sem mostrar os dentes, e segurei as pequenas mãos de Adelaide.

– Eu vou ser sua mãma para sempre, independente da situação, lembra? - A garotinha balançou a cabeça concordando e me abraçou. Nesse momento, foram meus olhos que se encheram de lágrimas, mas fomos interrompidas por Billie que entrou no quarto.

– Vou levar meu pijama para a tia Cláudia. Amo vocês, mãmas. - A menina pegou suas coisas e foi correndo, acredito que para o quarto de Cláudia e Finneas.

– Podemos conversar? - Billie que estava na porta perguntou e eu apenas concordei com a cabeça limpando as lágrimas em meus olhos. – Ei, o que houve? - Ela perguntou se aproximando.

– Acha que seríamos boas mães? Digo, não você, eu sei que daria a vida por uma criança, principalmente um filho. Mas- Hesitei continuar, mas respirei fundo e continuei. – Depois que Adelaide foi sequestrada na minha responsabilidade, eu me questiono se seria uma boa mãe. - Me sento na cama e Billie se senta ao meu lado.

– Amélia, já se passou um mês desde o ocorrido. - Ela colocou uma mecha de meu cabelo atrás da minha orelha. – Não nascemos sabendo. Erramos para aprender! A segurança agora é reforçada. Não foi um descuido seu, foi nosso. Você não deve se culpar por isso, Adelaide está bem! - Ela sorriu fraco. - Você com certeza seria a melhor mãe do mundo! - A culpa e o medo ainda me corroía. – Estaremos nessa juntas. - Billie deixou um beijo em minha testa. – Tome um banho quente para relaxar, eu vou fazer algo para você. - Eu assenti e ela se levantou saindo do quarto.

Mais uma vez sou pega pela lembrança da promessa que fiz a meu pai.
Ele adoraria a notícia. Bom, tirando a parte de que a provável criança seria tanto Zahan quanto Oconnell.
Livrei-me de meus pensamentos e segui para o banheiro. 
Tirei minha roupa e entrei no chuveiro, a água gelada contra o meu corpo me causava uma sensação de alívio inexplicável.

Ouvi um barulho no quarto, deduzi que fosse Billie, então não me importei, apenas continuei tomando banho. Estranhei Billie não entrar no banheiro como de costume, mas esqueci isso encerrando meu banho.
Me enrolei em uma toalha e segui para o quarto, onde vi Billie deitada.

– Oi, meu amor! Eu fiz um chá 'pra você. De erva doce! Ajuda a relaxar, e eu pesquisei, não é prejudicial ao bebê. Se realmente tiver um. - Billie se preocupava tanto com uma criança que nós nem se quer tinhamos certeza que existia. Aquilo era fofo, mas me partia o coração pensar que se o resultado fosse negativo Billie ficaria frustrada.

– Obrigada! Por... todo esse esforço. Eu te amo! - Sorri para Billie e caminhei até o closet para vestir alguma coisa.
Vesti um babydoll de cetim na cor rosa bem clarinha. Meu cabelo estava seco e solto caídos sobre meus ombros. Voltei para o quarto e me deitei ao lado de Billie que estendeu uma xícara para mim.
Vi o líquido dentro e apenas tomei. Realmente era relaxante, ao terminar eu já me sentia um pouco melhor.

Os últimos dois meses foram uma loucura! A morte de meu pai, o sumiço da minha mãe, sequestro, fugir, me apaixonar pela minha sequestradora, adotar uma criança, mais um sequestro, transar com minha “sequestradora” e agora provavelmente estar gravida dela. Isso seria demais para qualquer um.

Billie se aconchegou em meus braços e eu aproveitei para fazer carinho em seus cabelos.
A raiz loira, natural, de Billie ja estava amostra, eu tentava imaginar o quão linda ela deveria ser com sua cor natural.

Billie olhou em meus olhos e eu não resisti, quem resistiria a Billie? Eu ataquei seus lábios, e ligeiramente Billie cedeu passagem para minha língua.
Nossas línguas estavam entrelaçadas, com movimentos perfeitos, parecíamos ter sidos feitas uma para outra, e havíamos sido feitas para isso.
Ela levou suas mãos a minha cintura me puxando para cima dela, sem cortar o beijo. Eu estava sentada em cima de Billie ainda beijando ela. Ela apertava de leve minha cintura, ela aproveitava para me auxiliar em meus movimentos para frente e para trás. Nos afastamos apenas pela falta de ar.
Billie respirava ofegante assim como eu.
Ela agora atacou meu pescoço espalhando beijos por todo o lugar. Billie aproveita para lentamente descer a alça do meu babydoll deixando beijos por ali. Ela enrolou meu cabelo em sua mão dando leve puxadas, o que me fazia soltar baixos gemidos manhosos, que faziam Billie sorrir.

– Vamos dormir, tenho um lugar para irmos amanhã! - Billie disse cortando o clima e eu resmunguei em frustração.

– Ah, Billie! - Ela sorriu e me colocou na cama novamente me virando de lado, com Billie sendo a conchinha maior. A respiração de Billie contra o meu pescoço me deixava arrepiada.
Ficamos assistindo tv até mais tarde.

Devil is Woman. - Billie Eilish | G!PWhere stories live. Discover now