Itália

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Aterrámos em Roma já nascia o dia.

Estava um ar fresquinho.  Por sorte tínhamos os nossos agasalhos fora da mala.  O sol timidamente fazia a sua aparição.

Apanhámos um táxi que nos levaria ao hotel.  Demos sorte.  O motorista era português.  Sempre fica mais fácil quando conseguimos comunicar principalmente no estrangeiro.

Tivemos uma amena conversa até ao hotel.  Foi-nos explicando algumas coisas de que tínhamos dúvidas.   Mostrou-se disponível para nos acompanhar se precisássemos.
Agradecemos e pedimos o seu contacto.  O nome de era João Miguel.

O hotel estava situado numa praça muito bonita.  O edifício era antigo mas muito bem conservado.  A arquitectura era expectacular.

O interior do hotel.  Nossaaaa!  Que coisa linda.  Moderno e deslumbrante.

Fiquei olhando para tudo, admirando a beleza dos pormenores.

- Amor! Que hotel lindo.

- Não tão lindo como tu mas sim, é muito lindo.  Nós merecemos uma lua de mel assim.

Dei-lhe um beijo quando a porta do elevador se fechou.

Chegamos à nossa suite. 
- Mas, tudo isso para nós?  Isto é tão grande que cabia aqui uma família inteira.
Cama King size, banheiro super espaçoso, sala enorme e uma varanda com vista para a pracinha.

Vamos ficar em Roma 3 dias e depois partimos para Florença para mais 3 e os restantes 4 passaremos em Veneza.

Tomámos um banho, descemos para tomar café no restaurante do hotel e já sairiamos para visitar alguns monumentos.  A agência de viagens tínha-nos destinado uma guia mas só estaríamos com ela amanhã.   Hoje faríamos um tour nas redondezas por nossa conta.

Saímos com calçado confortável para caminhar e seguimos sem destino.  Não nos podíamos distanciar muito senão teríamos que voltar de táxi.

Eu amo arquitectura então,  tudo para mim era lindo.  Roma tem muitos edifícios antigos.

Rodolffo prestava mais atenção ao movimento das ruas.  Vendedores, artistas de rua que faziam as suas apresentações a troco de uns euros.
Diz que lhe lembrava o início da sua carreira com o Miguel quando tocavam na rua ou em bares a troco de quase nada.

Já era hora de almoço e escolhemos um pequeno restaurante.
Para nossa surpresa o garçon também era português.   Como tem português a cada esquina.

Eu pedi um esparguete carbonara e Rodolffo um risoto.  Um vinho português e de sobremesa um tiramissu.

Conversámos um pouco com o garçon quando ele nos trouxe um café no final da refeição.  Como ele diz, na terra dele toda a refeição termina com um café e um xiripiti (aguardente ou licor).  Era cortesia da casa.

Ele confidenciou-nos que tinha família em Recife e gostaria de ir lá vê-los mas a situação estava difícil.  Casamento recente, criança pequena.  Não era fácil.   Quem sabe um dia.

Despedimo-nos desejando sorte.  Ele agradeceu.

Demos mais uma caminhada e regressámos ao hotel.   Precisávamos de descansar.  No dia seguinte com a guia ia ser intenso.

Ligamos a hidromassagem para relaxar. 

Rodolffo abraçou-me por trás  beijando o meu pescoço e assim nos dirigimos à hidro. 
O fogo que nos invadia não se apagava com àgua.
Fizemos um amorzinho gostoso e ficámos alguns minutos de olhos fechados cada um numa ponta da hidro.

- Um euro pelos teus pensamentos disse eu a ju.

- Pensava na nossa trajectória.   Tudo o que passámos para estar aqui.

- Vem cá.  Puxei ela para os meus braços e iniciando um beijo.

- Nós merecemos apesar de algumas burrices minhas.  Amo-te.

- E eu a ti.  Tenho saudades das crianças. Queria elas aqui.

- Este é um momento só nosso.  Elas estão bem.  E depois vai haver muitas oportunidades de viajar com elas.

Fizemos amor novamente, tomámos o nosso banho e resolvemos dormir um pouco.

Pedimos o nosso jantar no quarto.  Jantámos na varanda.  A noite estava linda.  Na pracinha havia uma banda que tocava uma música bem agradável.
Hoje não íamos sair mais.  Talvez mais tarde descessemos até ao bar do hotel para tomar algo.

Os dias em Roma foram muito agradáveis no sentido de que vimos coisas muito bonitas.  Não gostei muito da guia.
Muito inxerida para o lado do Rodolffo.  Era só sorrisinhos.  Eu perguntava algo e ela respondia:
então, Rodolffo,  isto e aquilo.

No primeiro dia pensei que fosse implicância minha.  Resolvi relevar.  Nem comentei com Rodolffo.

No segundo dia ia ficar atenta.  Era o último em Roma.  Em Florença seria outra guia.
- Bom dia Rodolffo.  Bom dia senhora.

Senhora o tanas! Essa hoje vai ouvir.

A história repetiu- Rodolffo pra cá, Rodolffo pra lá e eu devia ser invisível.   Por um momento o meu marido percebeu o meu desconforto.

- Está tudo bem, amor?

- Tudo óptimo respondi.

No final do dia da visita Rodolffo agradeceu à guia.  Ela toda sorrisinho pos-se à disposição para outras ocasiões.

- Consigo não haverá outras ocasiões.   Seja mais profissional e menos oferecida disse me despedindo.  Respeite todos os seus clientes principalmente as esposas deles.

- Desculpe, mas deve ter havido algum erro de comunicação.

- Tenha um bom dia, disse, arrastando Rodolffo para dentro de hotel.

- Amor, o que foi isto?

- Não digas que não viste estes dois dias ela dando em cima de ti?

- Não vi, não.

- Vocês,  homens são todos iguais. Alimenta-vos o ego.  Esquece.  Não a vamos ver mais.  Amanhã partimos para Florença e se a guia for igual eu dispenso-a.

- Ciumenta.  Eu dei motivo?

- Não.  Mas podias prestar mais atenção.

- Eu não vejo maldade nas pessoas.  Vem cá.  Dá-me um beijo.  Hoje já disse amo-te?

- Não.  Amo-te mais.

- Vamos tomar banho e jantar no restaurante do hotel que amanhã partimos cedo.

Fomos jantar.  O restaurante tem sempre música ao vivo,  então,  acabamos por ficar  um pouco mais curtindo a música e aproveitando a pista de dança.

Fomos dormir já era de madrugada.   A noite estava muito gostosa.











ClausuraWhere stories live. Discover now