O regresso aos shows

33 2 1
                                    

A festa de mês versário foi top. O Gabriel ainda não entende mas a Violeta estava particularmente eufórica.  Até parecia aniversário dela.  Em parte era pois ela diz que representa o irmão.
Eu e Ju vestimos as roupas novas escolhidas pela nossa filha e ficávamos bem bonitinhos como ela diz.

Depois de distribuir as flores pela família fomos cortar o bolo.   Além de bonito estava muito gostoso.  Chocolate com recheio de morangos fica sempre bem. Por cima umas figurinhas de dinossauros como a filhota pediu.

Tirámos algumas fotos e por fim meus pais e irmã foram embora.

Clara arrumou tudo e foi também.

Demos banho no Gabriel e na Ju.   Gabriel ainda mamou e de seguida foram os dois dormir.

A Ju estava exausta.   Hoje em dia ela cansa-se mais.  Enchi a banheira para que ela relaxasse.  Ficamos ali os dois aspirando o aroma dos sais e sentindo a àgua quente, sem muita safadeza.  Ela estava realmente cansada.

As crianças dormiram a noite toda e nós também.

Já era quinta-feira.   Hoje iniciávamos a semana dos shows.   Levantei-me cedo e fui preparar o café.   Fiz panquecas,  café, sumo de maracujá,  e ainda havia bolinhos do dia anterior.

Os meus filhos acordaram ao mesmo tempo.  Levei o Gabriel para a Ju dar de mamar, arrumei a Violeta e depois fomos todos para a mesa.

A minha esposa estava calada.  Violeta falava pelos cotovelos.  Não puxei muita conversa.  Tentava responder às perguntas da minha filha.

Terminado no café fomos todos  para a àrea externa apanhar um pouco de sol.  Pusemos protector solar  nas crianças e em nós e sentámos na cadeira de baloiço.  Violeta brincava na casinha de bonecas.  Gabriel já dormia. Oh criança come e dorme.

Ju deitou a cabeça no meu ombro ainda sem dizer nada.

- Amor!  O que se passa?  Estás tão calada e pensativa.

- Estou triste porque vais embora.  Foi tão bom este tempo contigo.  São muitos dias.

- Mas logo estarei de volta.  O tempo passa rápido.  É necessário.  Cantar faz-me feliz.  Eu é que escolhi esta vida.  Também parto triste por vocês  mas logo daremos um jeito de ires comigo.  É só as crianças crescerem mais um pouco.

- Tenho saudades de ser tua acessora.  Podia estar sempre contigo.

- Queres voltar a ser?  Eu falo com a minha irmã.

- Não.  Eu não quero deixar as crianças muitos dias com outras pessoas.  Talvez daqui a uns anos.  Por agora eu quero cuidar deles e o  Gabriel ainda é tão pequenino.
Estes primeiros anos são muito importantes para a interacção entre pais e filhos.

- Pois é.  Eu vou perder tanto do crescimento deles, mas não tem como ser diferente.  Vou tentar ter tempo de qualidade quando estiver em casa.

- Eu faço vídeos deles.  Assim tu ficas a par de tudo.

- Linda, a minha esposa.  Já estou com saudade de ti.

- Então vem lá ao nosso quarto que eu quero mostrar a minha saudade

- Clara, por favor toma conta da Violeta um pouco.  Hoje não precisas fazer almoço.  Vou levar as minhas mulheres a almoçar fora.
O Gabriel está a dormir.

Subimos ao nosso quarto e ele fechou a porta.
Logo começou um beija aqui, tira roupa, beija ali. tira roupa.

Fizemos um amor gostoso.  Era a primeira vez completa desde o parto do nosso filho.  Já tínhamos feito outras vezes mas hoje foi diferente.
Ju estava totalmente recuperada e tirámos o atraso.
O banho que tomámos a seguir também foi cheio de carinho.  O sexo no chuveiro sempre foi um dos nossos preferidos.

Saímos para almoçar. Clara disse que se quiséssemos podíamos deixar o Gabriel com ela.  Íamos mais à vontade só com a traquinas da Violeta.
Concordámos.  Tínhamos total confiança nela.  Havia leite armazenado caso Gabriel acordasse.

Escolhemos um restaurante com uma àrea externa.   As crianças não aguentam muito tempo quietas sentadas à mesa.  Ali tinha uma àrea destinada a elas com diversos brinquedos e nós podíamos vigià-la.

- Amor! Está semana tenho umas publis para fazer em casa.  Já estavam agendadas antes do parto mas as empresas aceitaram adiar.  Assim vou estar mais ocupada e não vou sentir tanto tédio.  Se bem que, com duas crianças é difícil sentir tédio.

-  Aos poucos a vida retoma o seu rumo.  Depois do show se não for muito tarde eu ligo.

- Mesmo se for tarde.  Eu quero falar contigo, não importa a hora.
E pede para a tua equipa fazer live.  Quero ver as lambisgoias dar em cima de ti.

- Ciumenta. Tu sabes que nenhuma mais me importa.  Eu vou tentar.  Nem sempre a internet ajuda.

- Vais sair a que horas?

- Saímos às 22 horas.  Ainda podemos jantar juntos.  Mas agora podemos ir embora que eu quero aproveitar a tua companhia até ao jantar.

- Aproveitar como?  Digo, olhando para ele passando a língua pelos lábios.

- Vamos para casa que lá eu explico com exemplos.

Fomos embora e não vos conto o que se passou a seguir porque é íntimo e só diz respeito a nós  dois.
Se fosse noutra altura poderia garantir-vos que vinha aí outro bébé.

Enfim, com muita pena e já muita saudade as 22 horas chegaram e eu parti para a minha maratona.

















ClausuraWhere stories live. Discover now